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26 de abr. de 2015

Cristo e Eu (3/3)

Por Charles Spurgeon
Por último, o texto descreve A VIDA RESULTANTE DESTA PERSONALIDADE AMALGAMADA.
Se tiverem paciência comigo, serei tão breve quanto puder enquanto reviso o texto de novo, palavra por palavra. Irmãos, quando um homem descobre e se reconhece ligado a Cristo, sua vida é completamente uma nova vida. Eu deduzo isso da expressão: “com Cristo estou juntamente crucificado, e já não vivo eu, é Cristo que vive em mim”. Crucificado, então morto; crucificado, então a velha vida é eliminada; qualquer vida que um crucificado tem deve ser uma nova vida. O mesmo acontece com você. Crente, sobre sua velha vida foi pronunciada a sentença de morte. A mente carnal, que é inimizade contra Deus, está condenada à morte. Você pode dizer: “morro diariamente”. Oxalá que a velha natureza estivesse completamente morta. Mas a vida que você tem não lhe foi dada senão até que entrasse em união com Cristo. É algo novo, tão novo como se houvesse morto realmente e houvesse apodrecido na tumba e logo tivesse levantado ao soar da trombeta para viver de novo. Você recebeu uma vida do alto, uma vida que o Espírito Santo operou em você na regeneração. O que é nascido da carne, carne é, mas sua vida de graça não provém de você mesmo; você nasceu de novo do alto. 

19 de abr. de 2015

Cristo e Eu (2/3)

Por Charles Spurgeon
Em segundo lugar, nosso texto de forma muito clara, NOS ENSINA O ENTRELAÇAMENTO DE NOSSA PRÓPRIA PERSONALIDADE COM A DE JESUS CRISTO.
Leiam o texto de novo: “Com Cristo estou juntamente crucificado, e já não vivo eu, mas Cristo que vive em mim; e o que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus, aquele que me amou e se entregou por mim”. Aí está o homem, mas aí está o Filho de Deus de maneira conspícua, e as duas personalidades estão singularmente entrelaçadas. Parece que vejo duas árvores à minha frente. São plantas individuais que crescem uma junto à outra, mas ao analisar sua parte inferior, observo que as raízes estão tão entrelaçadas e entrecruzadas que ninguém pode separar as árvores individualmente e atribuir os membros de cada uma a sua própria unidade. Assim são Cristo e o crente. Parece que vejo diante de mim uma videira. Para lá está um ramo, único e perfeito como um galho; não há de ser confundido com nenhum outro; é um galho – um galho inteiro e perfeito – e, sem dúvida, quão perfeitamente unido está ao tronco, e quão completamente fundida à videira da qual é um membro! Agora notem, o mesmo sucede ao crente em Cristo.

12 de abr. de 2015

Cristo e Eu (1/3)

Por Charles Spurgeon

“Com Cristo estou juntamente crucificado, e já não vivo eu, mas vive Cristo em mim; e o que agora vivo na carne, vivo na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”

Gálatas 2:20.

Nas grandes cadeias de montanhas, há elevados picos que tocam as nuvens, mas, por outro lado, há, aqui e ali, partes mais baixas da cordilheira que podem ser trafegadas pelos viajantes e que se convertem em estradas nacionais que propiciam o intercâmbio comercial entre as diversas terras. Meu texto se ergue ante minha contemplação como uma majestosa cadeia de montanhas, como uma verdadeira Cordilheira dos Andes por sua altura. Esta manhã não vou tentar escalar os cumes de sua magnificência; não temos o tempo e tememos que não tenhamos a habilidade para uma obra dessa natureza, mas, até onde minha capacidade permitir, irei guiá-los através de uma ou duas verdades práticas que poderiam ser úteis para nós esta manhã e poderiam nos introduzir aos ensolarados campos da contemplação.

I. Mãos à obra agora. Peço que observem com muito cuidado, em primeiro lugar, A PERSONALIDADE DA RELIGIÃO CRISTÃ tal como é exibida no texto que vamos analisar.

6 de mar. de 2015

Charles Spurgeon: O Pregador do Povo

Por Samanta Gama

“Olhai para mim e sedes salvos, vós, todos os confins da terra”

Isaías 45:22

Foi através deste simples, mas profundo versículo da palavra de Deus que impulsionou um dos mais jovens e influentes pregadores do século XIX - Charles Haddon Spurgeon - a levar as boas novas para o povo.

Aproveitei o tempo de um repouso pós-cirurgia para assistir um documentário fantástico sobre a vida desse jovem pregador. O documentário “Charles Spurgeon, o Pregador do Povo” conta a trajetória dos 40 anos do ministério de Spurgeon,: inglês, batista e calvinista, que pregou o evangelho de forma democrática, i.é, falando do amor de Cristo de maneira acessível e profunda para as diferentes idades, classes e culturas, resultando no  alcance de milhares de pessoas que escutaram, meditaram e praticaram o evangelho.

Foi um período curto: 1 hora e 9 minutos, muito pouco para descrever o agir de Deus nesse homem e falar de sua inteligência de interligar as Escrituras à sua prática no dia a dia. O que mais chamou a atenção foi sua devoção a Palavra, seu temor a Deus e sua responsabilidade de levar o evangelho. Spurgeon sempre se preocupava para que o orgulho não subisse a sua cabeça no perído avivalístico da igreja protestante na Ingleterra. 

Começar a pastorear uma igreja, saindo da fase adolescente, ao meu ver, parece impossível nos dias de hoje. Digo pastorear com as Escrituras e aplicações ortodoxas. Sei que existem várias pseudo igrejas que possuem pregadores mirins. todavia, estão baseados em achismos ou doutrinas encabeçadas mais por filosofias. Começar jovem com apenas 19 anos, em uma igreja localizada no polo industrial e de maior crescimento da Inglaterra não foi tarefa fácil para Spurgeon, pois, além da saudade do ritmo campestre do povoado próximo a Cambrigde, de seu sotaque forte e suas pregações de linguagem acessível que colidiam com as pregações com tom mais acadêmico do que popular. Apesar disso tudo, o Pregador do Povo teve como seu maior desafio, falar de Cristo em uma sociedade que vivia próspera pelos avanços nas criações de maquinários que aumentavam a produção nas indústrias com baixo custo, alcançando bons lucros e, principalmente,  alertar a igreja da convicção de fé firmada em Cristo através da leitura e prática das Escrituras, de seu posicionamento de servo e filho de Deus, da plenitude da graça do Pai confrontando as diversas conceituações e teorias como o homem biológico-evolucionista (Darwin), o homem existencial (Kierkegaard), o homem econômico (Marx) e o homem instintivo (Freud). 

Não vou resumir o documentário. Acho interessante que vejam e retirem aprendizado com a ousadia desse nobre homem que até hoje deixou marcas de seu legado na história da igreja e também na área social. Vale muito a pena conferir! 

"Sou apenas alguém que ouve a voz do Mestre e fala o que ouve".

Charles Haddon Spurgeon

Eis o documentário:

26 de jan. de 2015

A Espada do Espírito

Por Charles Spurgeon

Nosso Senhor poderia ter derrotado satanás com poder angelical; bastaria orar a seu Pai, e ele rapidamente enviaria dúzias de legiões angelicais, cujo poder o nosso inimigo não poderia resistir por um momento sequer. Se o nosso Senhor tivesse apenas exercitado sua divindade, uma única palavra seria o suficiente para enviar o tentador de volta ao seu covil infernal.

Mas, ao invés de poder angelical ou divino, ele usou “Está escrito”; assim, ensinou sua igreja que ela nunca deve esperar ajuda da força bruta ou das armas carnais, mas deve confiar comente na onipotência que habita na certeza do testemunho da palavra.

Esse é o nosso machado de batalha. Os principados ou as prisões do poder civil não são por nós. E não nos atrevemos a usar subornos ou ameaças para converter homens ao cristianismo: um reino espiritual deve ser edificado e baseado apenas por meios espirituais.

Nosso Senhor poderia ter derrotado o tentador ao revelar sua própria glória. O fulgor da majestade divina estava escondido na humilhação da humanidade, e se ele tivesse levantado o véu por um momento apenas, o inimigo teria sido completamente confundido como morcegos e corujas quando o Sol brilha sobre suas faces. Mas Jesus quis por bem guardar sua excelente majestade e apenas se defender com “Está escrito”.

Nosso Mestre também poderia ter assaltado satanás com retórica e lógica. Por que ele não discutiu os pontos em questão assim que foram levantados? Ali nós vimos três proposições diferentes a serem discutidas, mas nosso Senhor limitou a si mesmo a um único argumento, “Está escrito”.

Veja bem, se nosso Senhor e Mestre, com toda a variedade de armas que tinha seu dispor, ainda assim escolheu a lâmina da Palavra de Deus, não hesitemos, por um momento sequer, mas nos agarremos e nos prendamos a essa única arma disponível aos santos de todos os tempos. Deixe a espada de madeira da argumentação carnal; não confie na eloquência humana, mas arme-se com as solenes revelações de Deus, que não pode mentir, e você não precisa temer satanás e suas hostes. Jesus, podemos ter certeza, escolheu a melhor arma, e o que é melhor para ele, é o melhor para você.

Você só precisa se voltar para suas Bíblias, encontrar o texto correto e arremessá-lo contra satanás, como uma pedra na funda de Davi, e vencerá a batalha. “Está escrito”, e o que foi Escrito é infalível; essa é a força do argumento. “Está escrito”. Deus disse; isso basta. Ó abençoada espada e escudo com que os pequeninos podem usar para se defender e os iletrados e símplices podem tirar proveito, que dão poder ao de ânimo dobre e vitória aos fracos.

*Trecho retirado do sermão “Infalibilidade – onde encontrar e como usar”
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Fonte: Reforma21

17 de nov. de 2014

Você realmente se alegra em Deus?

Por Charles Spurgeon

Tu, que és Rei dos reis e Senhor dos senhores, nós te adoramos.
Perante o trono de esplendor,
Com alegria e louvor,
nós nos prostramos.

Podemos dizer de verdade que nos alegramos em Deus. Houve um tempo em que temíamos a ti, ó Deus, com o temor de um escravo. Agora te reverenciamos, mas tanto quanto te amamos. Pensar em tua onipresença antes era horrível para nós. Dizíamos: "Para onde fugirei da tua face?" (Sl 139.7) e o inferno parecia tornar-se ainda mais pavoroso ao ouvirmos: "Se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também." Porém agora, Senhor, desejamos te encontrar. Ansiamos por sentir a tua presença e é no supremo céu que tu estás. O leito do enfermo se faz macio quando lá estás. O fogo da aflição esfria quando lá estás e a casa de oração torna-se nada menos que a casa de Deus com a tua presença, e é o portão para o próprio céu.

Aproxima-te, Pai nosso, aproxima-te mais dos teus filhos. Alguns de nós somos mui frágeis no corpo e de coração débil. Repousa, ó Deus, tua mão direita sobre nós e dize-nos: "Não temais." Talvez alguns de nós ainda sejam semelhantes ao mundo e por isso somos atraídos por ele. Chega mais perto, Senhor, para pôr fim à influência do mundo com teu poder supremo.

Até a adoração pode não ser fácil para alguns, pois o dragão parece perseguir teus filhos, e a enxurrada que sai da boca dele leva embora a sua devoção. Concede-lhes asas grandes como as da águia, para que cada um possa voar para o lugar preparado para si e descansar na presença de Deus hoje.

Pai nosso, vem agora dar descanso aos teus filhos. Tira o capacete de nossas cabeças, alivia-nos do peso da armadura por um instante, para gozarmos de plena paz, perfeita paz, e termos descanso. Ajuda-nos, Senhor, agora. Como outrora lavaste teu povo na fonte de sangue, tornando-o limpo, lava-nos em água, nesta manhã, da contaminação do pecado. Com uma bacia e com uma toalha, ó Mestre, lava-nos os pés novamente para restaurar-nos o vigor e nos preparar para uma comunhão mais íntima contigo, como os sacerdotes faziam antes de adentrar o santuário.

Senhor Jesus, retira de nós tudo o que possa impedir a comunhão íntima com Deus. Pedimos que removas qualquer desejo ou vontade que seja um empecilho à oração. Tira toda lembrança de tristeza ou preocupação que dificulte a concentração total do nosso amor em Deus. O que temos a ver com os ídolos? Tu nos observas e sabes onde reside nossa dificuldade; ajuda-nos a superá-la, a fim de entrarmos não somente no santuário, mas também no Santo dos santos, onde não nos atreveríamos a entrar se o grandioso Senhor não tivesse rasgado o véu, aspergido a arca da aliança, símbolo da sua presença amorosa, com seu sangue e nos convidado a entrar.

Agora, aproximamo-nos de ti, da luz que brilha entre as asas dos querubins, e falamos contigo como com um amigo. Nosso Deus, a ti pertencemos. E tu pertences a nós. Concentramo-nos no mesmo assunto, estamos ligados pela mesma causa. Tua batalha é também a nossa batalha, e a nossa luta é a tua. Ajuda-nos, te rogamos. Tu, que deste forças a Miguel e seus anjos para expulsarem o dragão e seus anjos, ajuda a nós, que somos só de carne e osso, para que se cumpra em nós a palavra: "O Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás." (Rm 16.20).

Pai nosso, nós somos frágeis. O pior de tudo é que somos mui ímpios, se entregues a nós mesmos, e logo nos tornamos vítimas do inimigo. Por isso carecemos de tua ajuda. Confessamos que, às vezes, quando estamos em oração e mais perto de ti, maus pensamentos nos sobrevêm e desejos impuros. Ah! Que infelizes e tolos nós somos! Ajuda-nos, ó Senhor. Sentimos que agora estamos mais próximos de ti, escondidos sob a sombra das tuas asas. Desejamos nos perder em Deus. Oramos que Cristo viva em nós e se revele em nós e por meio de nós.

Santifica-nos, ó Senhor. Que o teu espírito venha e preencha cada capacidade, contenha cada paixão e use toda a força da nossa natureza para obedecermos a Deus.

Vem, Espírito Santo, nós te conhecemos; muitas vezes nos protegeste. Vem em toda plenitude e toma posse de nós. Diante de ti no santo dos Santos, nossa súplica é por santidade perfeita, consagração completa e purificação total de todo o pecado. Toma os nossos corações, as nossas cabeças, as nossas mãos, os nossos pés e utiliza-os todos para ti. Senhor, toma os nossos bens, não permite que os acumulemos para nós mesmos nem que os gastemos para nós mesmos. Toma os nossos talentos, não deixa que tentemos estudar para termos fama de sábios, mas que cada avanço no conhecimento ainda seja para te servirmos melhor.

Que nossa respiração seja para ti; que cada minuto seja usado para ti. Ajuda-nos a viver ocupados neste mundo como deve ser, pois para isso fomos chamados, e que possamos santificar o mundo para o teu serviço. Que possamos ser pitadas de sal espalhadas na sociedade. Que nosso espírito e comportamento, bem como nossos assuntos de conversa, combinem contigo; que haja uma influência de nossa parte sobre o mundo, que o tenha tornado melhor quando o deixarmos. Ouça-nos, Senhor, nestes pedidos.

E agora que sabemos que nos ouves, pedimos por este pobre mundo em que vivemos. Muitas vezes ficamos assustados com ele, e gostaríamos de não saber nada a seu respeito, para não nos inquietarmos. Ouvimos falar de opressão, roubos e assassinatos e homens que agem como animais selvagens. Senhor, tem misericórdia desta cidade tão imensa e ímpia. O que será de seus milhões de habitantes? O que podemos fazer? Ao menos ajuda cada filho teu a dar o melhor de si. Que nenhum de nós venha a contribuir para o mal, direta ou indiretamente, mas que colaboremos para o Bem.

Temos confiança de poder falar contigo agora sobre isso, pois quando teu servo Abraão esteve diante de ti e conversou contigo com uma maravilhosa intimidade, ele pediu por Sodoma; as- sim também nós pedimos por Londres. Seguindo o exemplo do Pai da Fé, oramos por todas as grandes cidades, e de fato por todas as nações. Que venha o teu reino. Envia a tua luz e a tua verdade. Afugenta o velho dragão do seu trono juntamente com sua corja infernal. Oh, que chegue logo o dia em que sobre toda a terra o Homem-menino, nascido de mulher, governará as nações não com um cajado quebrado, mas com um cetro de ferro, cheio de misericórdia mas também cheio de poder, cheio de graça, mas ainda irresistível. Que o Senhor venha logo! Ansiamos pelo triunfo milenial de sua Palavra.

Enquanto esse dia não vem, Senhor, cinge-nos para a luta, e coloca-nos entre os que "venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e mesmo em face da morte, não amaram a própria vida."(Ap 12.11).

Elevamos nossa voz a ti em oração, lembrando também todos os nossos entes queridos. Senhor, derrama a tua bênção sobre os enfermos e cura-os no momento certo para eles. Santifica-lhes tudo o que têm de suportar. Há também amados nossos que estão fracos, alguns mui trêmulos. Abençoa-os. Enquanto a tenda está sendo desarmada, que seu ocupante observe tudo com serena alegria, pois em breve seremos "revestidos da nossa habitação celestial."(2Co 5.2). Senhor, ajuda-nos a nos libertarmos de todas as coisas terrenas. Que vivamos aqui como estrangeiros e não façamos do mundo a nossa morada, mas uma hospedaria onde ceamos e nos alojamos, na expectativa de prosseguir a jornada pela manhã.

Senhor, salva os perdidos, e apresenta-nos, te rogamos, os que dentre eles se converteram mas não confessaram a Cristo. Que a igreja seja edificada por muitos que, tendo crido, são batizados no teu nome sagrado. Pedimos que multipliques os fiéis na terra. Oh, volta novamente os corações dos homens para o evangelho. Teu servo muitas vezes sente o coração pesar por causa dos que se desviam da fé. Traze-os de volta, Senhor; não permitas que Satanás arraste mais nenhuma estrela com sua cauda, mas que os luzeiros de Deus brilhem intensamente. O tu, que andas entre os sete candeeiros de ouro, aponta o pavio, abastece o óleo, e faz a luz brilhar com força e constância. Agora, Senhor, não podemos mais orar embora ainda tenhamos centenas de pedidos. Teu servo não pode mais, mas suplica que recebas esta petição contrita no trono da graça, com esta frase final: oramos no nome de Jesus Cristo, teu Filho. Amém.
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Fonte: C.H. Spurgeon

9 de out. de 2014

Porque essas coisas acontecem comigo?

Por Charles Spurgeon

Com freqüência, as mudanças fazem com que o crente ansioso pergunte: "Por que as coisas acontecem assim comigo? Procurei luz, e me sobrevieram trevas. Buscava paz, experimente aflições. Disse ao meu coração: 'Estou firme. Nunca serei abalado'. Senhor, escondes tua face e estou atribulado. Ontem, eu tinha certeza de minha posição com Deus. Hoje, meus sinais são incertos e minhas esperanças estão obscuras. Ontem eu podia me alegrar confiantemente em minha herança futura.

Hoje, meu espírito não tem esperanças, mas muitos temores; não tem alegrias, mas muita angústia. Isto faz parte do plano de Deus para mim? Esta é a maneira pela qual Ele me conduzirá ao céu?'' Sim, pode ser. O eclipse de sua fé, o obscurecimento de sua mente, o desfalecimento de sua esperança — todas estas coisas fazem parte do método de Deus para torná-lo preparado para a grande herança que em breve você receberá. Estas provações têm a finalidade de testar e fortalecer a sua fé — são ondas que o levam mais para cima da rocha; são ventos que impelem seu navio mais rapidamente em direção ao porto desejado. Estas palavras de Davi podem ser ditas a respeito de você: "E, assim, os levou ao desejado porto" (Salmos 107.30).

Por honra ou desonra, por boa ou má reputação, por abundância ou escassez, por alegria ou tristeza, por perseguição ou quietude, por meie de todas essas coisas é mantida a saúde de sua alma e por elas você é ajudado em seu caminho.

Crente, não pense que suas tristezas estão fora do plano de Deus; elas são partes necessárias desse plano. "Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus" (Atos 14.22) Então, aprendamos a considerar motivo de toda alegria c passarmos por várias provações (Tiago 1.2).

Ó, que minha alma temerosa permaneça quieta,
E tua sabia e sagrada vontade, espere em Ti!
Não posso, Senhor, ver o teu propósito,
Mas tudo está bem, governado por Ti.



"Conduziu-os pelo caminho direito."

Salmos 107.7

Fonte: josemarbessa.com

27 de set. de 2014

Alimentando ovelhas ou divertindo bodes?


Por Thiago Azevedo

Em dias atuais esta é a pergunta que não quer calar. Ela não é recente, Charles Spurgeon, mais conhecido como o príncipe dos pregadores, teceu-a em um artigo (disponível no site Monergismo e acessado em 22/09/2014). Nunca se viu a igreja entretendo tanto o povo ao invés de pregar o evangelho, nunca se viu “pastores” que mais parecem animadores de auditórios ou comediantes de stand up comedy divertindo a massa. Nunca se viu tanta artimanha para atrair os bodes, e, enquanto isso, as ovelhas ficam numa dieta forçada, com pouco alimento consubstanciado e nutritivo – e em alguns casos, nem alimento tem. Estes líderes precisam entender conforme o velho jargão que há nos círculos cristãos “Comida de ovelha todo bode come, mas comida de bode, ovelha não come”.

Por que tanta preocupação em agradar os bodes, em atrair os incrédulos e em fazer o evangelho parecer algo divertido e pitoresco ao invés de alimentar as ovelhas em pastos verdejantes? Na atualidade, as igrejas realizam tantas festividades voltadas para o incrédulo que acabam se esquecendo das ovelhas que estão em seu ambiente. Em certa ocasião, tive acesso ao calendário anual de uma determinada igreja e lá constava mais cultos e festas voltadas para o lado de fora da igreja do que algo voltado para os fiéis daquela instituição. Não estou querendo dizer com isso que estas atividades externas não devam existir, mas a atenção maior, sem dúvida, deve ser dada aqueles que estão no lado de dentro da igreja, isso conforme o próprio texto bíblico de 1Tm 5:8. Deve haver uma preocupação primária com os da família da fé. A proposta-mor destes líderes do evangelho humorístico e banalizado,  voltado apenas para o incrédulo é a aliança com o mundo. Eles baixam o nível do evangelho para que este seja visto como acessível, retiram a exclusividade de Cristo da pregação,  entendendo que isso cria uma barreira para os incrédulos. Omitem preciosas doutrinas bíblicas só para que o evangelho pareça algo diferente daquele que foi pregado pelos apóstolos e pais da igreja.

O reverendo Renato Vargens em seu livro “Reforma agora” mostra a gama de falsos apóstolos que profere interpretações bíblicas se gabando destas interpretações particulares serem mais valiosas que os ensinos dos próprios apóstolos. Recentemente um líder religioso de uma dessas igrejas que mais parece um grande picadeiro teceu a seguinte frase: “Paulo não compreendeu o que Deus quis dizer nesta passagem, e eu irei mostrar a todos o que de fato Deus queria aqui”. Perceba o tom de superioridade e a carga maligna destas palavras. Comportamento bem distinto dos apóstolos de cristo do primeiro século que além de humildes, tinham as escrituras como sendo sua base Jo 3:30 / 2Tm 4:2. Por sinal, no texto citado de Timóteo a recomendação de Paulo é a pregação da palavra e não para contar piadas ou para entreter o povo. Inclusive, Paulo alerta o jovem pastor Timóteo dos tempos que surgiriam homens que iriam repudiar a sã doutrina e com coceiras no ouvido, segundo seus próprios desejos, juntarão mestres para si mesmos (2Tm 4:3).

A gama acachapante de homens que desejam que os holofotes e todas as atenções estejam voltadas para eles é realmente surpreendente. O princípio de Jo 3:30 cai por terra.  Em Ef. 4:11 as escrituras relatam que Deus deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para mestres e outros para doutores. A bíblia, em lugar nenhum, diz que Deus levantou um ministério do entretenimento ou da comédia dando este dom a alguém – isso não passa de invenção do homem. Em certa ocasião, certo “pastor” pregou mais de 40 minutos e nem se quer a bíblia abriu. Este homem contou toda sua história e trajetória de vida aliando rizadagem e contos engraçados. A plateia se deleitava enquanto eu voltava para casa – e eu ainda fiquei com fama de herege. Em outra ocasião, conversando com um amigo, este me disse que o verdadeiro pastor é aquele que abre a bíblia, lê um texto, e depois disso fecha a bíblia e prega com ela fechada. Em amor, lhe expliquei que isso não procede. A omissão da bíblia é uma estratégia para que não se compare ou se avalie o que está sendo dito. Durante mil anos a humanidade sofreu com isso. O que muitas vezes contribui com este panorama é a própria falta de entendimento e ignorância do povo (Os 4:6). Pois, pautados pela a ideia de que julgar não é dever nosso, e este entendimento provém de uma interpretação pobre de Mt 7:1.

Alguns dão campo para atuação destes falsos mestres e com isso permitem que a igreja se torne um circo e uma fonte de entretenimento direcionada mais para quem se encontra fora dos portões dela. A bíblia nos traz vários textos que alertam acerca de falsos prodígios e sinais, mentiras e falsidade, são eles: (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres[1]. Logo, como se deve avaliar se tudo isso é verdadeiro ou como se deve avaliar a postura de um líder? A resposta é JULGANDO DE ACORDO COM AS ESCRITURAS! João adverte para testar os espíritos em 1Jo 4:1. Também adverte acerca daqueles que não são de Deus 1 Jo 4:6. Era mais ou menos o comportamento dos cristãos de Beréia (At 17:10-11) que examinavam o ensinamento de Paulo e de quaisquer outros pela escritura. As escrituras são o crivo, e não se o sujeito é ou não cômico ou promove entretenimento. O final do versículo 11 do texto supracitado diz que os cristãos de Beréia examinavam diariamente as escrituras para ver se os ensinos procediam. Deva ser por isso que cada vez mais as igrejas estão se tornando verdadeiros parques de diversão e as ovelhas estão famintas e desnutridas, em paralelo, os bodes estão cada vez mais robustos e cevados pelo fato de serem alimentados constantemente.

Não há mais o costume de examinar as escrituras e confrontar o que está sendo dito e o que está errado. De certa forma, há um regresso aos tempos medievais, vive-se na atualidade uma nova idade média, onde a bíblia tem - cada vez - mais caído no esquecimento  e na omissão. Isso é fruto da estratégia maligna de alguns líderes tendenciosos. Em Gálatas 1: 8-9 Paulo diz que ainda que ele ou um anjo que venha do céu pregue algo diferente, seja este amaldiçoado. Como saberá se é diferente ou não? Por meio das escrituras sagradas. Em outras palavras, é como se Paulo estivesse dizendo que ele mesmo, o seu ensino, devia ser confrontado para ver se era ou não verdadeiro. Por que na atualidade não vemos os líderes fazendo esta proposta? Por que os pastores atuais não pedem para os fiéis procurarem na bíblia onde constam estes tipos de ensino como: ungir objetos, dízimos astronômicos, correntes de fé, copo com água santificada ou vendas de objetos santos que transmitem graça? Ou ainda, por que os líderes da atualidade não pedem para os fiéis procurarem nas escrituras onde existe o ensino de que é preciso fazer algo para alcançar a salvação? Muitos até têm atribuído graça salvífica a certos objetos. Ou seja, ou adquire e vai para o céu ou não adquire e vai para o inferno. É ou não é um medievo contemporâneo? Sim.
A resposta para as demais perguntas é a seguinte: Os “líderes e pastores” contemporâneos não pedem que os fiéis consultem a bíblia à procura destas aberrações porque não há nenhuma passagem bíblica que corrobore com estes sacrilégios heréticos. Isso tudo não passa de ração para bodes, e este tipo de alimento ovelha não come. Na atualidade não se deve avaliar os líderes religiosos pelo o que os mesmos proferem, eles são adeptos de uma verborragia clássica, ou seja, dizem que amam as escrituras, que creem na graça salvífica, que creem na justificação pela fé e na soberania de Deus na salvação. Mas, as práticas e as atitudes destes líderes os denunciam veementemente.

Há um dito puritano que se deve fazer uso no ambiente eclesiástico tupiniquim: “Aquilo que alguém faz fala mais alto que suas próprias palavras” Alguns líderes têm um discurso bonito quanto às verdades bíblicas, mas os seus atos mostram que são filhos do diabo. Estes líderes realizam campanha para que se alcance graça salvadora, uns ainda dizem que quem não contribui não vai para o céu e outros líderes chegam até a vender lugar no céu. Outros colocam um óleo perfumado em um patamar mais elevado que a própria oração etc. Estes líderes são de fato muito habilidosos quando o assunto é alimentar seus bodes e desprezar as ovelhas. Portanto, a convivência entre bodes e ovelhas não cessará tão cedo, os bodes podem muito bem se alimentar na comida das ovelhas – eles até gostam –, mas, infelizmente, alguns falsos pastores preferem privar as ovelhas de um bom alimento e alimentar tão somente os seus cabritos.

É por isso que as ovelhas andam desnutridas. Mas, com toda convicção, há pastos saudáveis e verdadeiros pastores que ainda se preocupam em alimentar suas ovelhas com alimento nutritivo como fez o pastor do Salmo 23. Como ovelha, aconselho que haja uma procura por pastos saudáveis e por pastores comprometidos em alimentar primariamente seu rebanho, e, ao encontrá-los, possa de fato usufruir e se deleitar numa boa alimentação e num bom pastoreio, sobretudo, no Pastor dos pastores que se encontra na pessoa de Deus.



[1] http://www.estudosdabiblia.net/a5.htm