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11 de dez. de 2015

Um católico romano que morre (com Lutero por perto)

Por Mark Jones

O padrasto da minha esposa frequentou uma igreja católica romana por toda sua vida. Mas ele foi transferido para um centro de cuidados paliativos e, provavelmente, tem dias ou semanas de vida.

Ele tem um livro ao lado da cama aonde repousa: não o Catecismo da Igreja Católica (Romana), mas um livro de Martinho Lutero sobre a justificação somente pela fé. Eu deixei esse livro na casa dele anos atrás e agora está no seu leito de morte. Esse é o livro que eles escolheu para levar consigo enquanto ele deixava sua casa pela última vez.

21 de ago. de 2015

Justificados pela Fé - Um Estudo em Romanos 4

Por Thiago Oliveira

INTRODUÇÃO


A carta de Paulo aos Romanos é um tesouro teológico que precisa ser mais lido, estudado e entendido pelos crentes em Cristo Jesus. Homens do passado, tais como Agostinho, Lutero e Calvino, ao se debruçarem nesta carta tiveram suas mentes transformadas e passaram a compreender o Evangelho tal como é: A revelação de um Deus soberano que nos trata pela via da graça e não pela via do mérito.

20 de jun. de 2015

A dupla purificação da piedade: Justificação e Santificação

Por Joel Beeke

Segundo Calvino, os crentes recebem de Cristo, pela fé, a “dupla graça” da justificação e santificação, as quais, juntas, provém uma dupla purificação. A justificação oferece pureza imputada; e a santificação, pureza atual.
Calvino define justificação como “a aceitação com que Deus nos recebe em seu favor como homens justos”. Ele segue dizendo que “posto que Deus nos justifica pela intercessão de Cristo, ele nos absolve não pela confirmação de nossa própria inocência, e sim pela imputação da justiça, para que, não sendo justos em nós mesmos, fôssemos reputados como tais em Cristo”. A justificação inclui a remissão dos pecados e o direito à vida eterna.

18 de mai. de 2015

Um resumo de Romanos

Por João Calvino

Estou em dúvida se valeria a pena gastar demasiado tempo com a exposição sobre o valor desta Epístola. Minha incerteza tem por base o simples receio de que, ao comentá-la, não venha a afetar ou a minimizar sua grandeza, e que minhas observações não venham simplesmente a obscurecê-la, em vez esclarecê-la. Deve-se também ao fato de que, em seu próprio início, a Epístola se introduz melhor e melhor se explica, em termos muito mais claros, do que qualquer comentário poderia descrever. Portanto, ser-me-á preferível que, sem delonga, me introduza no próprio tema. Tal fato nos comprovará, além de toda dúvida, que entre as muitas e notáveis virtudes, a Epístola possui uma, em particular, a qual nunca é suficientemente apreciada, a saber: se porventura conseguirmos atingir uma genuína compreensão desta Epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos tesouros da Escritura.

21 de out. de 2014

A Relevância da Reforma

Por Alderi Souza de Matos

A Reforma Protestante do século XVI foi um fenômeno variado e complexo, que incluiu fatores políticos, sociais e intelectuais. Todavia, o seu elemento principal foi religioso, ou seja, a busca de um novo entendimento sobre a relação entre Deus e os seres humanos. Nesse esforço, a Reforma apoiou-se em três fundamentos ou pressupostos essenciais:

1. A centralidade da Escritura

Os reformadores redescobriram a Bíblia, que no final da Idade Média era um livro pouco acessível para a maioria dos cristãos. Eles estudaram, pregaram e traduziram a Palavra de Deus, tornando-a conhecida das pessoas. Eles afirmaram que a Escritura deve ser o padrão básico da fé e da vida cristã (2 Tm 3.16-17). Todas as convicções e práticas da Igreja deviam ser reavaliadas à luz da revelação especial de Deus. Esse princípio ficou consagrado na expressão latina “Sola Scriptura”, ou seja, somente a Escritura é a norma suprema para aquilo que os fiéis e a Igreja devem crer e praticar. Evidentemente, tal princípio teve conseqüências revolucionárias.

2. A justificação pela fé

Outro fundamento da Reforma, decorrente do anterior, foi a redescoberta do ensino bíblico de que a salvação é inteiramente uma dádiva da graça de Deus, sendo recebida por meio da fé, que também é dom do alto (Ef 2.8-9). Tendo em vista a obra expiatória realizada por Jesus Cristo na cruz, Deus justifica o pecador que crê, isto é, declara-o justo e aceita-o como justo, possuidor não de uma justiça própria, mas da justiça de Cristo. Essa verdade solene e fundamental foi afirmada pelos reformadores em três expressões latinas: “Solo Christo”, “Sola gratia” e “Sola fides”. Justificado pela graça mediante a fé, e não por obras, o pecador redimido é chamado para uma vida de serviço a Deus e ao próximo.

3. O sacerdócio de todos os crentes

A Igreja Medieval era dividida em duas partes: de um lado estava o clero, os religiosos, a hierarquia, a instituição eclesiástica; do outro lado estavam os fiéis, os leigos, os cristãos comuns. Acreditava-se que a salvação destes dependia da ministração daqueles. À luz das Escrituras, os reformadores eliminaram essa distinção. Todos, ministros e fiéis, são o povo de Deus, são sacerdotes do Altíssimo (1 Pedro 2.9-10). Como tais, todos têm livre acesso à presença do Pai, tendo como único mediador o Senhor Jesus Cristo. Além disso, cada cristão tem um ministério a realizar, como sacerdote, servo e instrumento de Deus na Igreja e na sociedade. Que esses princípios basilares, repletos de implicações revolucionárias, continuem sendo cultivados e vividos pelos herdeiros da Reforma.

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Fonte: Portal Mackenzie

16 de set. de 2014

A Glória de Cristo na Sua União com a Igreja


Por John Owen


A nossa união com Cristo é tão real que, na visão de Deus, é como se nós tivéssemos sofrido o que Cristo sofreu, sofrido para redimir a Igreja. Ele agiu gloriosamente quando levou "... em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" e "... padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (I Pedro 2:24; 3:18). O propósito do nosso santo e justo Deus foi o de salvar a Igreja, mas o pecado dos Seus remidos não podia ficar impune. Foi necessário, então, que a punição para aquele pecado fosse transferida daqueles que a mereciam, mas não podiam suportá-Ia para Aquele que não a merecia, porém poderia suportá-Ia. Este é o fundamento da fé cristã e toda a revelação divina contida nas Escrituras. Vamos examinar ainda mais um pouco essa verdade e considerar como ela está cheia da glória de Cristo.

1. Não é contrário à justiça divina que alguns sofram punição pelos pecados de outros. Confirmarei esta afirmação, por hora, apenas ao dizer que Deus, que não faz nada errado, sempre agiu assim. Quando Davi pecou, setenta mil homens foram destruídos por um anjo, e então Davi disse ao Senhor: "Eis que eu sou o que pequei, e eu o que iniquamente obrei; porém estas ovelhas o que fizeram? Sejam pois a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai" (2 Samuel 24:17). Quando o povo de Judá foi levado cativo, Deus o puniu pelos pecados de seus antepassados, especialmente aqueles pecados cometidos nos dias de Manassés (2 Reis 23:26-27). E, finalmente, ao destruir a nação judaica, Deus a puniu pelo derramamento do sangue de todos os profetas desde o começo do mundo (Lucas 11:50-51).

2. Há sempre uma ligação especial entre aqueles que pecam e aqueles que são punidos. Por exemplo, há uma relação entre pais e filhos, entre reis e seus súditos. Há também a ideia de compartilhar a punição. Foi dito aos filhos de Israel: "E vossos filhos (como errantes) pastorearão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto" (Números 14:33). A punição devido aos seus pecados foi transferida para os filhos, mas parte da sua própria punição foi exatamente o conhecimento do que haveria de acontecer aos seus filhos.

3. Há uma união maior e um relacionamento mais íntimo entre Cristo e a Igreja do que existem em qualquer outro vínculo no mundo. Isso pode ser visto de três formas:

a. Há um elo natural de ligação entre Cristo e Sua Igreja. Deus fez todas as pessoas de um sangue (Atos 17:26). Cada um é irmão e vizinho do outro (Lucas 10:36). Essa mesma relação existe entre Cristo e a Igreja. "E visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo" (Hebreus 2:14). Há, entretanto, em dois aspectos, uma diferença entre a união de Cristo com a Igreja e a irmandade comum entre os homens. Primeiro, Ele tomou a nossa natureza sobre Si por um ato voluntário de Sua vontade, mas nós não tivemos escolha quanto ao nosso relacionamento um com o outro pelo nascimento. Segundo, Ele entrou nessa união por apenas um propósito, ou seja, que em nossa natureza Ele pudesse redimir a Igreja "... para que, pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" (Hebreus 2:14- 15).

b. Há uma união moral e espiritual entre Cristo e a Igreja. Isto é como o relacionamento existente entre a cabeça e os membros do corpo, ou entre a vinha e seus ramos (Efésios 1:22-23; João 15:1-2). É também como o elo de ligação entre maridos e esposas. "Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Efésios 5:25). Como Ele era o cabeça e marido da Igreja (que só poderia ser salva e tornada santa pelo Seu sangue e Seus sofrimentos), foi apropriado, então, que Ele assim sofresse, e era correto que os benefícios dos Seus sofrimentos fossem legados àqueles pelos quais Ele sofreu.

Uma objeção pode ser levantada em razão de que “... Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores", ou seja, não havia união entre Ele e a Igreja naquele tempo (Romanos 5:8). Diz-se que somos unidos a Cristo pela fé. Portanto, antes da nossa regeneração não estávamos unidos a Ele. Como, então, Ele poderia justamente sofrer a nosso favor? Respondo que era o propósito de Deus, antes dos sofrimentos de Cristo, que a Igreja (composta dos eleitos) pudesse ser a Sua esposa, para que Ele pudesse amá-Ia e sofrer por ela. Jacó amou a Raquel antes que ela se tornasse a sua esposa. Ele "... serviu por uma mulher, e por uma mulher guardou o gado" (Oseias 12:12). Raquel é chamada a esposa de Jacó por causa do seu amor para com ela e porque estava destinada a ser sua noiva antes que a tivesse desposado. Assim Deus, o Pai, deu todos os eleitos para Cristo, confiando-os a Ele, para serem salvos e santificados. Cristo mesmo diz ao Pai: "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste: eram teus, e tu mos deste, e guardaram atua palavra. Eu rogo por eles: não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus" (João 17:6,9).

c. A terceira maneira pela qual Cristo está unido à Sua Igreja é mediante a nova aliança da qual Ele é a garantia e o penhor. "De tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador" (Hebreus 7:22). Aqui está o âmago do mistério da forma sábia de Deus salvar a Igreja. A transferência dos pecados dos pecadores para Cristo, que é de toda maneira inocente, puro e reto em Si mesmo, é a vida e a alma de todo o ensinamento das Escrituras, O que Cristo fez por nós O torna glorioso para nós!

Vamos considerar a justiça de Deus ao perdoar os nossos pecados. Todos os eleitos de Deus são pecadores. Como pode Deus ser justo, então, se Ele os deixa sem punição, vendo que não poupou os anjos que pecaram, nem Adão quando ele pecou no princípio? A resposta está na união entre Cristo e a Igreja. Desde que Cristo representa a Igreja na presença de Deus, Deus justamente O pune por todos os pecados dela para que todos os seus membros estejam libertos e perdoados graciosamente. (Romanos 3:14-26). Na cruz, a santidade e justiça de Deus encontraram-se com a Sua graça e perdão. Esta é a glória que dá prazer aos corações e satisfaz as almas de todos os que creem. Quão maravilhoso é para eles verem Deus Se regozijando na Sua justiça e, ao mesmo tempo, manifestando misericórdia ao dar-lhes salvação eterna! No gozo desta gloriosa verdade, deixem-me viver, e nesta fé deixem-me morrer.

Cristo é glorioso, também, pela obediência à lei que Ele perfeitamente cumpriu. Era absolutamente necessário que a lei fosse cumprida e isto nunca poderia ser feito por nós. Através da união de Cristo com a Igreja, entretanto, a lei foi cumprida por nós. "Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8:3-4).

Um entendimento pela fé desta glória de Cristo dispersará todos os temores e removerá todas as dúvidas de nossas pobres almas tentadas. Tal conhecimento será uma âncora que os firmará bem seguros em todas as tempestades e provações da vida, como também na morte.
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Extraído do livro A Glória de Cristo, John Owen, Editora PES, pp.40-44.