1509725595914942
Mostrando postagens com marcador redes sociais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador redes sociais. Mostrar todas as postagens

24 de out. de 2016

Como saber se eu sou um Reformimion?

Por Thiago Oliveira

"Alguns se desviaram dessas coisas e se entregaram a discussões sem propósito algum, querendo ser mestres da lei, embora não entendam nem o que dizem nem o que afirmam com tanta confiança."

I Timóteo 1:6-7

Tem crescido na internet o interesse pela teologia reformada e todo o arcabouço prático-doutrinário que corresponde à mesma. É legal ver que mais pessoas estão buscando uma sólida compreensão das Escrituras através de uma tradição que nos legou excelentes expositores. Mas existe um lado não muito legal: são os Reformimions. Não sabe do que se trata? São seres bastante chatos que se acham os baluartes do calvinismo e que possuem a pretensão de anunciar quem merece ou não receber a alcunha de reformado. Geralmente, tais seres são prejudiciais à propagação da ortodoxia, pois, eles a divorciam da ortopraxia e da ortopatia, isto é, advogam a doutrina correta, porém estão longe da prática e das afeições corretas.

Como o evangelho não é um caminho de apontamento alheio, e sim de autoexame e constante vigilância de si mesmo, vamos fazer um teste rápido para saber se você pode ser considerado um Reformimion. Podemos começar?

Pergunta 1: Você já leu a Bíblia toda?

Esta é uma pergunta importante, pois, reformimions gostam de ensinar teologia através das redes sociais. Mas a teologia tem por base o livro da revelação, isto é, a Bíblia. Para estar apto a ensinar doutrinas bíblicas, o mais prudente seria ler a Bíblia com frequência e em sua totalidade. Logo, se você anda “teologando por aí”, mas a sua Bíblia anda empoeirada, possa ser um forte indício de que você pertence a categoria dos reformimions.

Pergunta 2: Qual a motivação do seu coração ao entrar em debates?

Seja sincero ao responder, pois, se a tua motivação for a de querer demonstrar conhecimento, e assim ganhar likes e mais likes, isso é típico de reformimions, que buscam a autoglorificação ao invés de glorificar ao Senhor e buscar a edificação - em unidade - da Igreja. Debates podem nos enriquecer em conhecimento, mas há uma linha muito tênue entre o enriquecer-se e o embriagar-se. O primeiro visa crescimento que pode ser aplicado no Reino, o segundo é vaidoso e ególatra.

Pergunta 3: Quando e onde você se converteu?

Esta pergunta é importante por dois motivos: Se tratando de tempo, neófitos não são as pessoas indicadas para distribuírem conteúdo doutrinário. Logo, se sua conversão é bem recente, você deve buscar aprender, aprender e aprender. Ensinar, talvez mais para frente, também vai depender se tiver vocação para o ensino. A questão do local importa pelo fato de muitos terem se convertido em igrejas pentecostais, e atualmente falam horrores das mesmas, chegando ao cúmulo de dizer que não existe nada de bom nesse meio. Uma coisa é reconhecer equívocos e evidenciar determinados desvios doutrinários de uma corrente, outra bem diferente é achincalhar com ela. Reformimions - via de regra - possuem linguagem grosseira e venenosa, pois, estão longe da piedade.

Pergunta 4: Qual o seu envolvimento com a igreja local?

Muitos reformimions que moderam grupos e páginas do Facebook não são envolvidos em igrejas locais, são desigrejados. E os que são membros de alguma congregação não costumam se envolver nos ministérios locais, limitando-se ao papel de expectadores (e avaliadores) de sermões. Este é um grande problema!

Pergunta 5: Quem te pastoreia?

Se há pouco ou nenhum envolvimento com a igreja local, então como é a relação de um reformimion com um pastor? Ora, Deus deu pastores a sua igreja e devemos nos submeter a tais líderes, com disposição para sermos pastoreados. Logo, se você não tem sido apascentado, você anda distante do plano que Deus traçou para seu povo. Você acha que é mais sábio do que o próprio Senhor para recusar o pastoreio em sua vida?

Pergunta 6: Qual o seu conhecimento da História eclesiástica?

Ler a História da Igreja e o desenvolvimento da doutrina cristã nesses dois milênios é um forte indício de que você não é um reformimion ou está deixando de ser, pois estes geralmente desconhecem os pais da Igreja, os credos e confissões, é por isso que muitas vezes passam vergonha ao chamar de hereges pessoas que estão bem fundamentadas na tradição. Por desconhecerem a tradição e terem um reduzido conhecimento das doutrinas da graça, acabam produzindo uma cristologia  e uma eclesiologia equivocada.

Pergunta 7: Já leu Calvino ou algum reformador?

A maioria dos reformimions se diz calvinista sem sequer terem lido um capítulo das Institutas ou outra obra do reformador de Genebra. Lutero então?Xiiiiiiii...Vai entender essa turma!

...

Pronto, chegamos ao fim do nosso teste. Se você chegou a conclusão de que age de acordo com o modus operandi dos reformimions, não perca as esperanças. Muitos conseguiram deixar para trás esse passado obscuro e hoje são pessoas mais lúcidas, mais conhecedoras do pensamento reformado e mais úteis para edificação do corpo de Cristo. Você também pode sair dessa furada, basta se arrepender desse mau caminho e pedir ao Senhor Jesus sabedoria e domínio próprio. Siga estudando, congregue numa igreja biblicamente saudável e tenha disposição para ser pastoreado e prestar conta pelos seus atos.

P.S. O nome reformimions faz alusão aos Minions, todavia, repeti o "M" duas vezes remetendo ao "mimimi" destes personagens denunciados no texto. Ok?

2 de set. de 2016

Como o Cristão Não Deve Lidar com o Estudo Teológico


Por Alison Aquino

A teologia é sem dúvida uma bênção do Senhor na vida do crente. É através do labor teológico que nós podemos conhecer melhor o Deus a quem servimos e adoramos. É por isso que soa muito estranho quando alguém afirma: “eu só quero Jesus, não doutrina.” Mas não é esse o ponto que pretendo tratar aqui. Que há cristãos que negligenciam o estudo teológico é fato, mas há também aqueles que gostam de teologia, porém não a fazem da maneira correta e pelos motivos corretos. É sobre estes que eu quero falar.

Se por um lado a igreja do Senhor sofre porque há muitos que deixam de lado o estudo doutrinário, há também, cada vez mais, cristãos que, apesar de se dedicarem a teologia, agem de uma maneira inadequada a respeito. Gostaria de citar alguns dos problemas a respeito destes últimos.

O primeiro problema é sobre aqueles que ao começarem a estudar um pouco de teologia, acham que podem opinar sobre todos os assuntos com propriedade. Eu vejo isso com muita frequência nas redes sociais, especialmente no Facebook. Alguém posta algo sobre pentecostalismo e o ex-pentecostal, que se tornou reformado depois de ler dois ou três artigos em sites e blogs, critica ferrenhamente o post sobre este movimento como se fosse conhecedor o suficiente dele (quando na verdade não é). Isso se aplica a outros tópicos teológicos também. Mas a questão é que essas pessoas têm sede por criticar ou opinar sobre qualquer coisa que diz respeito à teologia, quando elas mesmas não tem propriedade o bastante para falar. 

As consequências disso são inúmeras. Um exemplo disso é uma divisão radical no corpo de Cristo por questões secundárias, ao ponto de muitos se comportarem de forma semelhante aos coríntios: “Eu sou de Paulo”, e outro “Eu sou de Apolo” (1 Coríntios 3.4). Tal divisão acarreta ainda outras consequências como até mesmo xingamentos! 

Não é assim que as coisas devem funcionar. O cristão que tem começado a se dedicar a teologia deve sempre ter em mente que muitas coisas não são tão simples como ele pensa que é. E quando isso não ocorre, é uma clara evidência de imaturidade.

Outro problema associado a este é o motivo pelo qual eles estudam teologia. Há muitos cristãos que “teologam” simplesmente por amor a debates. Eles são ávidos por confrontar posições opostas às suas, a fim de derrubar os argumentos contrários e sair como vencedor. Eu não estou aqui dizendo que debates são de tudo ruins. Eu mesmo aprecio isso em alguns casos. Porém, o ponto é: eles não estão preocupados em se aquele debate vai render algum fruto de piedade ou amadurecimento ao seu irmão, ou até mesmo (por que não?) se o debate vai proporcionar troca de conhecimentos e uma interação saudável. Isso pode levar uma das partes a repensar aquilo que ele tem defendido e a amadurecer. 

Além disso, e talvez mais importante ainda, é o fato destes cristãos não usarem a doutrina para o benefício da igreja. Eu mesmo já fui muito tentado a isso e tenho errado bastante. A teologia virou algo que não tem mais nenhuma relação com a igreja local. Estuda-se apenas para benefício próprio, não para instruir seus irmãos. Isso é egoísmo!

É aqui que o trabalho do pastor como teólogo-orientador entra. Ele precisa aconselhar as suas jovens ovelhas que, embora amem a teologia, precisam saber se comportar de forma adequada em relação a ela. Elas precisam entender que teologia não é algo banal, mas algo sério, pois lida com as coisas do Senhor. Além disso, precisam estar cientes do motivo pelo qual elas querem aprender mais da palavra de Deus. Eu penso que isso terá impacto significativo tanto na igreja local quando na igreja do Senhor como um todo.

12 de ago. de 2016

O Contencioso


Por Morgana Mendonça

Porque o evangelho não é uma doutrina de língua, mas, de vida”. O grande reformador João Calvino (1509-1564), consegue em poucas palavras, nos ensinar algo de extrema importância. Ele nos ensina sobre uma vida piedosa que retrata o evangelho da graça de Deus. A vida do cristão precisa, não apenas por palavras, e sim, por conduta, expressar a sã doutrina.

Tem sido um grande desafio viver uma vida que glorifique a Cristo. A comunidade evangélica tem enfrentado situações desafiadoras em todas as áreas, seja com questões culturais, ideológicas e até mesmo com relacionamentos interpessoais. Cada dia mais os relacionamentos virtuais têm sido alvo de grandes controvérsias. Perceber o quanto estamos longe de uma saudável convivência com o corpo de Cristo nas redes sociais é importante para destacar um ponto chamado contenda. Outra questão é perceber que as "contendas" criam dimensões gigantescas e trazem, não somente divisão, como adeptos a cada dia. No meio reformado, essa tem sido uma triste realidade que destoa com aquilo proposto na Escritura. Amantes das controvérsias, em torno de temas teológicos, produziram muitos teólogos "fakes" e "super-crentões". A Escritura nos diz claramente:

O que ama a contenda ama a transgressão; o que faz alta a sua porta busca a ruína.

Provérbios 17.19

Contenda é pecado! Amar a contenda é pecado, pecado esse que mina o coração e reflete um comportamento desprezível. Esse verso nos diz que: quem ama a contenda, ama o pecado. A contenda é um pecado que se encarrega de trazer outros pecados, como a maledicência, a ira, a maldade e o orgulho. O próprio verso mencionando em provérbios fala do orgulho, "aquele que faz alta a sua porta facilita sua própria queda". Em nossos dias, esse amor à contenda é visto de várias formas nas redes sociais, em páginas ou em grupos. Uma vitrine de contendas, relacionamentos destruídos e muitos bloqueados. Cristãos contenciosos, não seria uma questão trágica em nosso meio? A ânsia da defesa pública e da exposição teológica reformada, para que "likes" alimentem um ego enfermo. Um desejo ardente para oferecer a última palavra baseado em todo arcabouço da filosofia ou teologia, não é menos importante do que manter um relacionamento saudável com um irmão, que, por um detalhe, pensa diferente de você. 

A falsa piedade tem convencido a muitos com uma retórica de amor e zelo pela verdade, e ódio contra o pecado. Como disse, certa vez, um pastor reformado sobre suas percepções a respeito desses debates teológicos de Facebook: "A contenda se reveste de falsa piedade, quando o que realmente está acontecendo é amor ao pecado que Deus odeia". A glória de Deus, o bem ao próximo, o verdadeiro zelo pela Escritura estão longe dos debates teológicos das redes sociais, são poucos os que proporcionam realmente santo temor e paz entre os envolvidos. 

De fato, é necessário um exame das nossas motivações teológicas, um sondar das nossas intenções. Devemos questionar o propósito de tantas leituras, labor teológico e filosófico, de tanto conhecimento bíblico com um objetivo de apenas satisfazer o ego, e que, por fim, carece bastante de motivações genuinamente piedosas. Muitos outros pastores têm se posicionado contra essa realidade, trazendo a reflexão necessária sobre este desserviço à fé reformada. 

Aqueles que confessam a fé cristã reformada devem, em todos os âmbitos, manifestar o senso profundo e inequívoco do Soli Deo Gloria. Não devemos ter prazer nas contendas, nem muito menos em disputas teológicas. E isso não quer dizer que devemos abandonar o labor teológico, nem um debate saudável. Que o fim de se envolver nesse embate seja a glória de Deus, negando qualquer outra motivação que traga algum prejuízo na comunhão com os irmãos. O próprio reformador João Calvino não amava a disputa, nem a controvérsia, nem o falar contencioso. O alvo de Calvino era defender a fé com zelo, por amor às ovelhas de Cristo, para a glória de Deus. 

A verdadeira sabedoria é humilde e o pai da contenda é o orgulho. Que a nossa oração seja: concede-nos, ó Pai, uma inteligência em sincera humildade e pronta humilhação. A mistura de conhecimento e insensatez é chamada pelos gregos de sofomania, ou seja, o hábito de querer parecer sábio. Lembremos-nos do livro de provérbios, que diz, "o temor a Deus é o princípio da sabedoria" (Pv 1.7). Deixo aqui, nas palavras do apóstolo, um grande conselho:

E rejeita as questões tolas e desassisadas, sabendo que geram contendas; e ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.

2 Timóteo 2.23-26

7 de mar. de 2016

Facebook: a vitrine das paixões

Por Morgana Mendonça

Quantas vezes já pensei em apertar aquele botão "excluir conta". Quantas noites flagrei-me questionando meu uso excessivo dessa ferramenta interativa contaminada por excessos de vaidade. Posso confessar que estou mais perto do que nunca, para definitivamente apertar o botão que trará o fim da minha vida em redes sociais. Porém, algumas são as justificativas que me desencorajam a tal atitude, como por exemplo: bons contatos que de fato enriquecem a minha vida devocional e intelectual. Mas, será mesmo tão boa a justificativa assim, se pesarmos alguns prejuízos? Essa questão, deve ser bem analisada. E quero partir do ponto que cada um sabe onde o "calo aperta". 

Como está escrito: "Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade." Eclesiastes 1. 2. E o ego não reclama vaidade? O alvo dos prejuízos dessa "vitrine das paixões" muitas vezes tem sido a própria família, filhos e cônjuges. Quando seu cônjuge já se prepara para dormir e você ainda está no início daquele debate que não terminará antes do dia amanhecer. Na convivência com os amigos, nos corredores da igreja, nas comemorações da família, estamos sempre dividindo esses momentos com likes e comentários nas redes sociais. Tempo precioso muitas vezes perdido no ócio da interatividade. Nosso tempo ministerial que poderia ser gasto com aconselhamentos redentivos, preparando bem um sermão expositivo ou até discipulando um novo convertido. Ou ainda assim, escrevendo um texto, olhando a necessidade ao redor ou quem sabe fazendo um exercício físico. Tempo esse que poderia ser moderado com pequenas doses virtuais, porém com cautela. Preservando assim, as coisas mais importantes. 

No entanto, a intenção desse texto não é convencer ninguém do uso ou não desta rede social. Nem muito menos fazer uma apologia contra a internet, sabemos que podemos sim glorificar a Deus com um bom uso das redes socias. A questão tem a ver com o ego. O ego exposto como uma vitrine das nossas paixões. Contudo, me refiro apenas aos cristãos, que infelizmente tem feito das redes sociais um antro de egolatria, na maioria dos casos. Se falamos do que está cheio o nosso coração, poderíamos dizer que teclamos do que está cheio o nosso coração. Nossas atitudes dizem muito o que somos, do mesmo jeito que nossas postagens também. Há paixões por tudo: livros, carros, filmes, música, selfies, futebol, videos, seriados... Não há nenhum problema com postagens daquilo que você gosta ou curte. Então, onde existem os problemas? 

Há problemas quando o que fazemos no Facebook não redunda para a glória de Deus. É claro que são questões de foro íntimo. Julgar cada postagem para afirmar ser ela ou não para a glória de Deus seria complicado, e até pretensioso demais. Entretanto, tem questões que afirmam evidentemente isso. Me arriscarei para pontuar no mínimo três, todavia, o leitor poderá ficar a vontade para refletir sobre outras. Antes disso, mencionarei um verso que deverá ser o fundamento da nossa breve análise. Paulo diz: 

“Assim, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus. Não se tornem motivo de tropeço, nem para judeus, nem para gregos, nem para a igreja de Deus.” 

1 Coríntios 10.31-32.

Cristãos no Facebook na hora do culto

Fotos sendo postadas no Dia do Senhor, com irmãos de joelhos orando; outros chorando; outros louvando a Deus; e até mesmo no momento da ceia do Senhor. Uma busca excessiva por likes e comentários que aprovem essa atitude, no mínimo imatura. O que dizer de um ser que se diz cristão, que na hora dos louvores, ceia do Senhor, oração e exposição da palavra está tirando suas próprias selfies? Não me refiro ao uso de dispositivos eletrônicos no culto, mesmo com algumas implicações em mente. Refiro-me a exatamente fotos de si mesmo em momentos de celebração ao Deus triúno. No culto solene, no ápice da sua semana, muitos estão gastando tempo consigo mesmo e suas paixões. (Deveras entendêssemos o que diz Hebreus 12.29). No comer, no beber e no Facebook, tudo dever ser feito para a glória de Deus. E não tornem-se tropeço para ninguém, nem para igreja de Deus. Que o dia da feira da alma, todas as atenções sejam voltados ao Senhor em louvor e adoração. 

Cristãos postando selfie's sensuais com versículos bíblicos

Não é necessário gastar muito tempo com essa questão inapropriada. A obviedade da falta de maturidade é exposta a vergonha. Cristãos que postam suas fotos sensuais com versículos tipo: "O Senhor é meu pastor e nada me faltará (Sl 23.1)", devem pensar e repensar em suas motivações. Me questiono a motivação dessa conduta, uma questão de ego que deseja chamar atenção e acaba provocando vergonha ao evangelho. A falta de temor e sabedoria com o uso da Escritura subtrai e reduz o valor do testemunho cristão. Um descuido com uma genuína interpretação do contexto bíblico. Muitos cristãos usam textos providos por uma interpretação falível para substituir palavras para as suas respectivas postagens contraditórias. Egos motivados com um fim em si mesmo, promovendo glória para si próprio. 

Cristãos debatendo a Bíblia de forma infrutífera

Trazendo prejuízos e reduzindo o valor da comunhão no corpo de Cristo. A explosão de teólogos reformados no Facebook é algo inquestionável. Não significa que eles são maduros, genuínos, sóbrios ou sinceros. Debates e discussões no Facebook são inúmeros. Façamos um apanhado geral e não conseguimos encher os dedos das mãos, de uma conversa entre pessoas de pensamentos opostos de forma madura, gentil e moderada. Debates que produzem massagem nos egos famintos por elogios, carentes de identidades definidas. Debates que resultam em bloqueios e amizades desfeitas entre irmãos. Discórdia promovida por questões secundárias, falta de tolerância com a opinião alheia ou uma crítica que atinge o ego inflado. Uma verdadeira guerra de egos. Sem comentar na falta de respeito, ataques e acusações que muitos fazem de homens que merecem respeito e consideração. 

Tim Keller, no seu livro "Ego Transformado", menciona a interessante situação do ego humano. Ele menciona os três tipos de egos: vazio, dolorido e inflado (recomendo essa leitura!). Com suas implicações e nuances, ele conclui o livro encorajando o leitor a ter um ego transformado, esquecido. Um ego que foi moldado pelo Evangelho. Acredito que deve ser esse um desafio diário na vida cristã. Um ego que saiba conviver com as críticas, um ego que considere o outro superior a si mesmo (Fp 2.3). Um ego que saiba perder, pedir perdão e se submeter a uma autoridade. "Não jogue fora as críticas", disse Ronaldo Lidório em seu livro Liderança e Integridade. Antes de jogá-la fora, análise se existe fundamento e após uma análise que leva muitas vezes ao arrependimento, não durma com ela. Busque redimir diante do Senhor a(s) sua(s) conduta falha e imatura. 

Concluo, "colocando-me no pacote" do uso das redes sociais de forma muitas vezes inapropriada. Deixemos o nosso ego ao tratamento do Criador, para que até no Facebook as nossas paixões sejam apenas apontadas para a glória de Deus. Que sejamos encorajados a lutar contra a cultura do ego. E sim, se fizermos qualquer coisa, que façamos para a glória de Deus. Tenhamos portanto um ego auto esquecido.

“A pessoa verdadeiramente humilde não é aquela que se odeia ou se ama, e sim a que tem a humildade do Evangelho. É uma pessoa que se esquece de si mesma e cujo ego é igual aos dedos dos pés. Eles simplesmente exercem sua função. Não imploram por atenção” 

Timothy Keller

10 de dez. de 2015

Cristãos: Não façam do Facebook um Monstro

Por Thiago Oliveira

"Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem".

1 Pedro 1:15

Sou um entusiasta das redes sociais e acho que elas têm uma função importante. Mas também vejo o lado ruim delas. Não só vi este lado como também já vivi. Por isso, ao escrever essa breve reflexão, não faço como alguém que superou os problemas da rede e escreve com um "quê" de eu faço o correto enquanto as demais pessoas pisam na bola. Escrevo também para tentar superar os exageros que vivenciei e que deixei de vivenciar logo que me percebi usando o Facebook de uma maneira não muito sóbria. Como cristãos, nossa responsabilidade é grande em representar aquele que nos chamou para sermos santos. Santidade também precisa estar presente na websfera, por isso, vão aqui alguns pontos dignos para refletirmos juntos:

19 de mai. de 2015

Fábio de Melo não é Lutero e nem saiu da Igreja Católica

Por Thiago Oliveira

O Pe. Fábio de Melo, bastante conhecido por ter uma boa aparência e seguir uma carreira de cantor, tanto que alguns o chamaram de “padre galã” assim que sua popularidade foi alavancada, vem sendo alvo de notícias mentirosas. Tudo começou devido a um sermão em que o padre supostamente teria atacado a veneração mariana (veja). Todos sabemos que a veneração à Maria é um dogma inegociável da Igreja Católica e foram os reformadores, no século XVI, através do tema Solus Christus (Somente Cristo) que aboliram a devoção à mãe de Jesus, pois, Cristo é o único objeto de adoração para o cristão, e esta adoração não precisa de nenhuma outra mediação, pois Jesus é o único mediador (1 Tm 2.5). 

2 de mar. de 2015

As Lições Teológicas de um Vestido azul e preto

Por Thiago Oliveira

Sim, o vestido é azul e preto. Não importa se você - assim como eu - enxerga-o branco e dourado. A polêmica que quase parou a internet sobre as cores de um vestido postado numa rede social por uma escocesa de 21 anos, serviu para divertir, mas também instruir. Enquanto milhares de pessoas brigavam sobre quem teria razão sobre as cores, descobrimos que, na verdade, uma leve variação nos receptores de cor provocou este rebuliço. Quem distingue a cor não são os olhos, mas sim o cérebro. É o córtex cerebral que distingue a pigmentação a partir das frequências de luz capitadas pelas células do olho. Nem todos tem a mesma quantidade de células receptoras e isso faz com que enxerguemos as cores de maneira diferenciada. Algo Normal. Vale lembrar que a foto do vestido estava num ambiente em que a luminosidade provocou uma espécie de filtro que deixou o fundo saturado, por conta disso, foi maior a “ilusão de ótica”.

Passado o caso, o meu lado “teólogo” começou a fervilhar. Tive uma sacada e relacionei a polêmica das cores com o conhecimento sobre Deus. Parece bobagem, mas acredite: há uma correlação. Assim como o vestido é preto e azul e alguns enxergavam de outra forma, de igual modo, Deus é de determinada maneira, só que muitos O enxergam com outro viés. Embora alguns tenham dito que quem vê branco e dourado não estaria vendo errado, eu discordo veementemente. Se foi provado que o vestido é azul e preto, e uma outra publicação da escocesa fez todos verem as cores originais, logo, bater o pé e defender uma outra coloração que não seja a do vestido, é um erro. Semelhantemente, enxergar Deus de uma forma que Ele não é, ou seja, como Ele não se revelou a nós, é ilusório e compromete a realidade dos fatos.

De todo esse escarcéu, tirei algumas lições acerca de como Deus é, queria você pense, sinta ou enxergue diferente, nada pode mudar os fatos que estão registrados na Escritura, a principal fonte revelacional. Quer conhecer a Deus? Leia a Bíblia. É cristão? Tenha a Bíblia como verdade e autoridade final. Não temos permissão para editar a mensagem que Deus nos legou sobre Si mesmo, temos que ser fieis e repassar com exatidão aquilo que diz o Texto Sagrado. Vamos às lições:

1. Deus é soberano e governa tudo e todos

Alguns teimam em aceitar isso como verdade. Que tipo de crentes estas pessoas são? Bem, são crentes que querem suavizar a mensagem cristã para que essa soe mais atrativa para este mundo pós-moderno. Para elas, é inadmissível que Deus possa matar, ferir, mandar pessoas para o inferno e etc. Deus é amor gritam aos quatro ventos. Mas não negamos que Ele é amor, assim também como não negamos que ele é justo e bom. Mesmo quando Deus faz coisas que nos parecem cruéis ou até mesmo injustas, precisamos lembrar que Ele é SENHOR e não possui sombra de variação. Volúveis somos nós, humanos caídos.

O governo de Deus abarca todas as coisas, tudo foi decretado segundo o propósito de Sua vontade, até mesmo o ímpio para o dia do juízo (Pv 16.4). O Senhor tem contados todos os nossos dias (Sl 39.4). O profeta Isaías falando da parte do SENHOR não nos deixa dúvida de que Deus é soberano: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45.7). Se lermos passagens como Números 14.11-12, I Samuel 16.14 e 1 Crônicas 21.14, veremos que Deus utiliza-se de calamidades quando bem lhe aprouver. Aceitar isso e continuar crendo que o nosso SENHOR é reto em todos os seus caminhos é a Fé que precisamos e que evidencia o nossa regeneração em Cristo.

2. Deus escolhe os que são salvos e não o contrário     

Enquanto tem gente cantando “Eu escolho Deus, eu escolho ser amigo de Deus, eu escolho Cristo todo dia”, a Bíblia nos ensina o oposto. O próprio Jesus disse aos doze: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (Jo 15.16). Em outro dito seu, também registrado por João, Jesus arremata: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6.44).

A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a nossa natureza caída e totalmente inflada. Queremos porque queremos ter algum mérito, todavia a Palavra nos diz que só vão até a Cristo aqueles a quem o Espírito Santo revelar. Muitos vão objetar dizendo que seria injusto da parte de Deus e que a própria bíblia ensina que ele não faz acepção de pessoas (At 10.34). Primeiro: Não é injusto, pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas dentre pecadores culpados e indesculpáveis. E não é uma acepção, pois esta prática se baseia em qualidades, ou melhor, atratividade, e em nós não havia nada que pudesse chamar a atenção do SENHOR de uma forma positiva. Queira você ou não, a salvação não tem mérito nenhum da sua parte. Deus está do começo aos fim gerenciando esse processo. Negar a doutrina da Eleição e apelar para o livre-arbítrio é permanecer vendo “branco e dourado”, sendo que a realidade já constatada “azul e preto”.

3. Deus faz tudo para Seu louvor

No mundo humanista em que vivemos, há uma exaltação da figura humana presente em quase tudo. Esse humanismo adentrou sutilmente na Igreja. Há quem exalte a “raridade” do homem. Todavia, o Cristianismo humilha o homem e glorifica a Deus. Ele faz todas as coisas para Sua glória. Até mesmo a nossa salvação foi postulada para o louvor da divindade (leia Ef 1.11-14). Aos colossenses, o apóstolo Paulo diz que: “nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele”. (Cl 1.16).

Tudo procede dEle, por meio dEle e para Ele (Rm 11.36). Ei, Deus é um egocêntrico? Não! Ele é a medida de todas as coisas. Se você e eu, ou qualquer outro ser humano, buscarmos a glória pessoal, estamos arruinados. Com Deus é diferente, pois Ele é. Ponto. Não é mentira que Ele está acima de toda a criação. Quem o aconselhou na hora de criar? Ninguém! Por isso Ele pode e deve ter toda a honraria e majestade que nós devemos ofertar. Ser glorificado é o mote que torna esse mundo um lugar que, apesar de toda maldade, continua nos abençoando e permitindo que a vida aconteça.

Se você não acredita que Deus é soberano, até na hora de salvar, e que tudo nesse mundo é para exaltá-lO como aquele que era, que é e que sempre a de ser, então repense seu cristianismo, pois ele não coaduna com a Bíblia. Não confie em sentimentos, nem na sua percepção. Só o que está relevado na Escritura nos elucida de que as cores são “preta e azul” ao invés de “dourado e branco”.

Soli Deo Gloria

1 de mar. de 2015

Provérbios e o Facebook

Por Morgana Mendonça dos Santos

Alguns pensamentos nesses dias trouxeram-me a uma análise. É algo sobre a desonestidade afetiva (pode ser escolhido outro termo) que o facebook nos proporciona. É Muito comum nas redes sociais, principalmente no facebook - podemos até incluir o whastssap - postagens sobre questões que provocam divisões, bloqueios, amizades desfeitas e até afrontas e/ou ofensas. Na verdade são ambientes onde sentimentos, emoções e afeições não conseguem ser manifestos com clareza. 

Tudo pode ser julgado por qualquer critério, palavras em negrito e/ou caixa alta, frases ambíguas, declarações indiretas, enfim, há uma ampla e distorcida maneira de interpretação. Não existe um padrão, tudo pode aparentar noviço ou doce demais. Nas redes sociais, é necessário muita cautela, no entanto, creio ser um ambiente que nos leve às Escrituras. E como deve nos levar, necessitamos de uma teologia na "veia" mesmo, isto é, na prática. 

O livro de provérbios pode muito bem nos orientar dentro de ambientes virtuais com excelência, muito pode fazer para que tenhamos uma mente apta para agirmos e reagirmos de modo que Deus seja glorificado. Evitar divisões no corpo de Cristo, rachas e corações feridos, e até mesmo adquirir uma sabedoria mais centrada em Cristo e no temor DEle. Creio que deve haver outros textos, artigos e livros que de forma científica, social, cultural e até bíblica tratou desse assunto. A questão é a comunicação, essa relação com o mundo virtual entre pessoas que sentem, pensam e tem emoções. Não são máquinas que escrevem, curtem ou comentam, são pessoas do outro lado que podem ou não está compreendendo o que é escrito ou vice versa. 

Os danos estão visíveis, o que devemos fazer é evitá-los e contorná-los. No livro de provérbios há conselhos para internautas, vamos escolher alguns, por hora, para identificar na prática o que devemos e não devemos fazer. Sabemos que o livro de provérbios é um livro sapiencial - livro de sabedoria. Os temas são diversos, o livro contém 31 capítulos. Assuntos atribuídos à sabedoria, conselhos paternos, Deus e o homem, amigos, o caráter do preguiçoso, insensato e escarnecedor. Trata sobre o poder das palavras, família, a vida e a morte, armadilhas para incautos, enfim é um livro de conselhos e sabedoria. O meu objetivo não é discorrer sobre contextos, autorias, possíveis datas ou gêneros literários. É um propósito mais aplicativo, sobre essa realidade virtual que vivemos. Podemos citar alguns versos e tentar compreender o que o texto propõe ao cristão. Listamos dez versos a seguir: 

Provérbios 14:29 - O homem paciente dá prova de grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez. Não é difícil encontrar a insensatez do precipitado em redes sociais, observe que o homem paciente prova a sua sabedoria. O livro de provérbios nos aconselha a ser paciente, então caro leitor, comece a repensar se sua conduta dá evidências de entendimento.

Provérbios 15:1A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. Observe esse verso, releia outra vez (fiz isso várias vezes), o que você consegue entender? Diversas vezes o assunto é tão simples, as palavras poderiam ser escritas de forma mais suave, despertar a ira tem sido algo comum entre os internautas. Atentemos para que sejamos mais suaves (isso a começar em mim), antes de digitar qualquer coisa, pare e pense: prefiro desviar o furor! Inclusive o livro de Provérbios nos aconselha com muito zelo sobre o poder das palavras.  

Provérbios 15:12 - O zombador não gosta de quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio. De forma bastante nítida encontramos zombadores de todos os tipos em redes sociais, com intenções cruéis, muitos estão compelidos a incendiar nos comentários. Muitos usam de desonestidade afetiva e intelectual, zombam e escarnecem de modo que somos agitados e movidos a defesa ou a correção. O autor de Provérbios nos orienta a entender que são pessoas que não tem interesse por ajuda nem gostam de ser repreendido. Mas ele não é tão corajoso quanto o finge ser. Muita cautela!

Provérbios 15:18 - O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão. E quem nunca viu ou se envolveu em discussões no facebook ou whastssap? Se devemos realmente nos envolver, façamos isso com sabedoria e temor. No entanto, sejamos pacificadores. Existem aqueles que estão ali muitas vezes ascendendo a fogueira, depois tira o corpo fora, e causa sérios danos. Ao entrar, se for o caso, façamos para acalmar a discussão! 

Provérbios 15:23 - Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa! Desabafos, pedidos de oração, pedidos de ajuda, sempre existe alguém que precisa de um conselho nas redes sociais. Não estou falando das postagens manipuladas e viciadas por comentários e curtidas. Estou falando das questões sinceras, que tem haver com sentimentos, situações e emoções. Quantas vezes sua resposta apropriada foi motivo de alegria para alguém? Será que seu conselho redentivo não ajudou alguém em alguma questão? Que sejamos, mais humanos e menos máquina (tenho aprendido e tem sido gratificante), que sejamos cristãos! 

Provérbios 15:33O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra. Nunca esqueça disso, todas as vezes que estiver online, humilhe sua inteligência, abra mão dos seus direitos de respostas. Às vezes não é preciso contra-argumentar, nosso objetivo deve ser a glória de Cristo, que isso seja demonstrado também em cada pôster que possa ser publicado. O temor do Senhor não é apenas a porta da sabedoria, mas todo o caminho a nossa frente. 

Provérbios 16:21 - O sábio de coração é considerado prudente; quem fala com equilíbrio promove a instrução. O glamour, a soberba, os sofismas, os argumentos intelectuais, a vaidade teológica, tem sido o caminho que muitos trilham nas redes sócias. E isso não promove ensinamento nem significa ser sábio! Precisamos de internautas prudentes, que promova instrução, que fale moderadamente, que se faça entendido e seja fiel às Escrituras.

Provérbios 17:14Começar uma discussão é como abrir brecha num dique; por isso resolva a questão antes que surja a contenda. Quem pode discernir nossas motivações ou intenções? Não podemos expressar com tanta clareza sentimentos ou afeições. Mas devemos ter o discernimento para resolver questões antes que a situação piore. Pense bem nisso, uma porta aberta tudo pode entrar como tudo pode sair. Muitas vezes somos devastados, a brecha aberta pode causar uma falta de controle que nós não podemos prever controlar ou recuperar. Devemos antes resolver tal questão, recuperar aquilo que não poderia ter sido dito, será mais complicado.

Provérbios 17:27Quem tem conhecimento é comedido no falar, e quem tem entendimento é de espírito sereno. Observe que antes de digitar é necessário pensar, (quantas vezes já apaguei respostas e quantas vezes me arrependi por escrevê-las) ser comedido no digitar qualquer coisa sobre qualquer assunto. A serenidade pode deixar nossos dias cibernéticos mais tranquilos. Use seu conhecimento, ponha guardas nos seus dedos, do mesmo jeito que o salmista pediu nos seus lábios. 

Provérbios 18:13Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha. Tenho impressão diversas vezes que as nossas postagens ou comentários não são bem entendidos, alguns não compreendem e facilmente somos julgados precipitadamente. Do mesmo jeito, que podemos não fazer a devida leitura das postagens de outros em nosso feed. O que é natural, diante da correria do mouse. Mas há algo aqui interessante, não devemos tirar conclusões precipitadas, muitas vezes algo não foi expressado como deveria ser. Acho que por isso existe o imbox, tenho feito uso dele, quando me vejo nessa situação. Procurar o irmão (a), buscar entender melhor, seria mais prudente do que há vergonha da precipitação. Como já foi dito, não há afeições que possam demonstrar exatamente o que palavras significam em situações diversas. 

Na era cibernética, nesse tempo virtual, há uma certa urgência em ler o Livro de Provérbios, nos alertando com verdades para o nosso dia a dia em nossos relacionamentos, de qualquer tipo que seja. Para defender a verdade, lembre-se também do conselho de 1Pedro 3.15: "antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós". Não esqueça do que quer dizer mansidão e temor. E para responder questões poderíamos também lembrar do conselho de Paulo, em Colossenses 4.6: "A vossa palavra seja sempre com graçatemperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um".

“Se você agiu como tolo e exaltou-se a si mesmo, ou se planejou o mal, tape a boca com a mão!”

Provérbios 30:32

A Deus toda a glória!

1 de fev. de 2015

A internet não é lugar para tratar de temas polêmicos, certo? Errado!

Por Alan Rennê Alexandrino

"A internet não é lugar para tratar de temas polêmicos! Em vez disso, por que não tratar de assuntos que edifiquem?"

A frase acima - ou variações dela - é muito comum nas redes sociais e em comentários de vídeos do YouTube. A ideia é que, em vez de tratar de assuntos polêmicos é preferível tratar de pontos pacíficos, não controversos, que agradem aos adeptos de todos os segmentos neste grande mundo que é o evangelicalismo brasileiro. Na verdade, este tipo de pensamento é um reflexo do politicamente correto que tanto tem imbecilizado a nossa sociedade. Os erros estão aí. Eles são gritantes. Aberrações são praticadas em nome de Deus - coisas como "se você crê digite 'amém'" -, mas ninguém pode dizer absolutamente nada! Por que não? Porque vai ofender a muita gente. Porque muitas pessoas vão se sentir atingidas, afinal de contas, já dizia Erasmo: "Todas as tolices, por mais grosseiras que sejam, sempre têm os seus sequazes". E são os sequazes das falsas doutrinas, das doutrinas de homens que vão se sentir atingidos e vão vociferar, "para toda a rede ouvir", que aquele que levanta as questões está perdendo a oportunidade de falar do evangelho e de tratar daquilo que edifica.

Mas, será isso mesmo? Será que expor os erros é algo que não edifica?
De fato, o apóstolo Paulo nos ensina que em tudo aquilo que fazemos devemos buscar a edificação uns dos outros:

"Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Romanos 14:19).
"Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação" (Romanos 15:2).
"Há muito, pensais que nos estamos desculpando convosco. Falamos em Cristo perante Deus, e tudo, ó amados, para vossa edificação" (2Coríntios 12:19).
"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Efésios 4:29).
A palavra "edificação", como é sabido, traz a ideia de uma construção, do levantamento de um edifício. O Thayer's Greek Lexicon diz que o uso metafórico da palavra fala "do ato de promover o crescimento de outra pessoa na sabedoria, piedade, santidade e felicidade cristã". Ora, se edificação é isso, então, gostaria de perguntar: Expor o erro e ensinar a verdade não edifica? O que mais pode edificar uma pessoa senão a verdade? É na verdade que somos santificados: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17.17).
Alguns podem argumentar usando o já citado texto de Romanos 14.19: "Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros". Eles podem dizer: "Está vendo? Precisamos seguir as coisas da paz". "Assuntos polêmicos" - assuntos que desmascaram o engano -, dizem eles, "não contribuem para o objetivo de buscarmos aquilo que é da paz!" E eu pergunto: Que paz pode existir quando o erro, a mentira, o engano, as falsas doutrinas e o falso culto permanecem encobertos e intocados? É atribuído a Lutero o seguinte dito: "A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço". É isso! Não há paz real e verdadeira na mentira! O que existe é conveniência! Apenas isso! Assim, quando o apóstolo Paulo fala de buscarmos as coisas da paz, certamente, ele não tem em mente deixar o engano intocado!
Para edificar, em muitos casos, é preciso destruir a superestrutura de um edifício que está caindo aos pedaços. Chega-se ao ponto de, até mesmo, ter de mexer nos alicerces. Um alicerce ruim é prejudicial! O mesmo é verdade em relação ao nosso desejo de que os nossos irmãos cresçam na piedade, no conhecimento e na graça de nosso Senhor Jesus Cristo!
Por isso, para edificarmos uns aos outros naquilo que é agradável ao Senhor Jesus, se preciso for, marretemos com força as paredes construídas com o cimento da mentira e rebocadas com a lisonja do engano maligno!

2 de dez. de 2014

Dicas a quem deseja "evangelizar" pelo Facebook e afins

Por Daniel Clós Cesar

1. Não apenas reproduza/compartilhe imagens que você vê no Facebook, muitas delas são frases sem nenhum teor bíblico/teológico, pelo contrário, algumas atentam contra as sagradas escrituras. Você não é um papagaio... você é ser humano capacitado por Deus na Criação de inteligência e raciocínio. Faça uso disso.

2. O Evangelho é a própria Palavra de Deus, antes de compartilhar uma imagem bonitinha com uma frase engraçadinha que termina com "Deus te Abençoe", escreva um versículo. Visualmente ele é mais simples, mas a Palavra de Deus é eficaz e poderosa em todos os seus efeitos.

3. Compartilhe preferencialmente O SEU conhecimento da Palavra e AS SUAS percepções do Evangelho. Assim todos que te leem saberão no que você acredita, como acredita e porque acredita. Isso não significa que você irá postar revelações ou alucinações particulares da Palavra de Deus, mas o que Ela realmente é. SEU conhecimento e SUAS percepções não significam o que você "acha que Deus é", mas o que Ele realmente é revelado biblicamente e teologicamente. Cuidado, você está ensinando a Palavra de Deus... cuide para não ensinar errado.

4. Vale postar um texto de outra pessoa? Sim, mas desde que você o tenha lido antes e concorde plenamente com ele, pois você talvez tenha que explicá-lo a alguém. Mais uma vez, não seja apenas uma ave que sabe imitar uma pessoa que fala... seja um bípede pensante com polegar opositor e criado a imagem e semelhança do Criador.

5. Não se esconda atrás de sua denominação ou líder evangélico. Seja autêntico no que escreve. Você responde por você mesmo. Pouco importa se sua denominação diz uma coisa, a Palavra diz outra e você faz outra totalmente diferente. Ninguém se converterá com mentiras. Seja você o primeiro a viver a verdade que você prega.

6. Abandone os jargões e chavões igrejeiros. Eles não servem para absolutamente nada, exceto para talvez apontar como você é ridículo às vezes. E por favor! Por favor! Não "fale" em língua no Facebook... é no mínimo inadequado.

7. Você é preconceituoso... eu sou, todos somos de alguma forma... pregar o Evangelho não é criar um abismo entre os que são e os que não são, pregar o Evangelho é lançar uma ponte sobre o abismo que já existe. Seja sábio, não estúpido.

8. Seja coerente. Não com seus amigos ou com seus supostos amigos. Mas com a Palavra de Deus e a teologia que norteia sua vida. Se você não tem uma teologia definida nem conhece a Palavra, vá estudar antes de ensinar. Não seja um impostor. Nenhum professor se forma em 1 semestre, nem um missionário começa a pregar antes dos 6 anos de idade.

9. Não fale a respeito do que você não consegue explicar. Tens conhecimento profundo sobre oração? Fale sobre isso... não sabe nada sobre arrebatamento? Não cave para você mesmo um poço sem fundo.

10. Entenda claramente que evangelizar não é disseminar religião nem fazer promoção denominacional. É unicamente apontar ao homem a Cruz, o Arrependimento e a Ressurreição.

Soli Deo Gloria!