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5 de out. de 2016
3 de mai. de 2016
Entrevista com Franklin Ferreira
Seguimos com mais uma entrevista. Dessa vez quem
respondeu as nossas perguntas foi o pastor e teólogo Franklin Ferreira. Ele é
autor de um recente livro sobre política, intitulado Contra Idolatria do Estado (que nós resenhamos, vejam aqui). Em sua
página no Facebook o Franklin Ferreira continua abordando o assunto, comentando
os fatos recentes de nossa conjuntura sociopolítica, exercendo o que comumente
é chamado de “teologia-pública”. Devido a tudo isso, o tema não
poderia ser outro. Nessa entrevista concedida com exclusividade para o nosso
blog, Franklin fala sobre Calvino e escritos políticos de outros reformadores, bancada
evangélica, igreja confessante e muito mais.
Leia, reflita, debata e compartilhe!
***
Em
seu mais novo livro, você trabalha o conceito da idolatria estatal. Sobre isso,
e pensando na conjuntura geopolítica nacional, estamos distantes, estamos nos
aproximando ou já chegamos à prática desta idolatria? E se já estamos, como é
que podemos deixá-la de lado?
Em
linhas gerais, os brasileiros são, majoritariamente, conservadores no campo dos
valores, mas este conservadorismo moral está muitas vezes conectado ao
autoritarismo profundamente arraigado em nossa cultura, autoritarismo que
degenera em idolatria estatal. Tal anseio é retratado com precisão por Bruno
Garschagen, em Pare de acreditar no
governo. Ainda que hoje cresça no país uma aversão pública a políticas e
práticas conectadas com a esquerda/extrema-esquerda, ainda falta muito para a
moralmente conservadora “direita” brasileira ser algo parecido com o
liberalismo político no sentido estrito do termo. E talvez o grande desafio
daqueles que estão se conectando com o ideário liberal será falar uma linguagem
que toda a população brasileira – de norte a sul – entenda e se identifique.
Uma
área importante que cristãos e aqueles de orientação liberal podem ajudar é fomentar
o surgimento de sociedades voluntárias, mostrando que o Estado, com sua
promessa idolátrica de “segurança do berço ao túmulo”, é um adversário da
sociedade civil, na medida em que não entrega o que promete.
Deixe-me
dar um exemplo da importância destas comunidades voluntárias: “As associações
afiliadas a 112 igrejas protestantes em Manhattan e no Bronx [nos Estados
Unidos] na virada do século XX eram responsáveis por 48 escolas industriais, 45
bibliotecas ou salas de leitura, 44 escolas de costura, 40 jardins de infância,
29 bancos de depósitos e associações de empréstimos, 21 agências de empregos,
20 ginásios e piscinas de natação, 8 dispensários, 7 berçários em tempo
integral e 4 pensões” (citado em Niall Ferguson, A grande degeneração). Podemos imaginar o impacto de tais
associações voluntárias no Brasil, agindo para minorar o sofrimento dos
atingidos pela violência, auxiliando os mais pobres e órfãos, promovendo
educação de qualidade? Mas também diminuindo o poder do Estado, com sua
voracidade de impostos e serviços escandalosamente ineficientes?
Esta
noção de associações voluntárias teve como defensor Abraham Kuyper, que
enfatizou e honrou aquilo que ele
chamou de “estruturas intermediárias” (intermediate
bodies ou mediating structures)
na sociedade, localizadas entre o Estado e o
indivíduo, tais como a família,
as igrejas, escolas e universidades, clubes, imprensa, comércio e indústria, as
artes, cada uma das quais seria soberana em sua própria esfera.
Esta
ênfase em sociedades voluntárias, me parece, é uma das melhores formas de
equilibrar a proteção das liberdades individuais e a busca do “bem comum” na
sociedade.
E sobre
o papel dos cristãos na transformação da sociedade, é oportuno lembrar das
palavras de Bento XVI: “São os santos que mudam o mundo para melhor, que o
transformam de forma duradoura, infundindo as energias que unicamente o amor
inspirado pelo Evangelho pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da
humanidade!” (Audiência de 15 de setembro de 2010: Clara de Assis)
Em
Calvino, existe uma dubiedade acerca da rebelião a um governo que é mau. Nas Institutas ele afirma que um governo
ilegítimo deve ser derrubado apenas por forças externas. Tal posicionamento não
dá margem para uma apatia política frente às injustiças de um mau governo?
Quais os limites da obediência e qual o modus
operandi da resistência política encabeçada por cristãos? Um passo além da
manifestação pacífica seria legítimo para um cristão?
Os
escritos de João Calvino foram muito importantes para a fé cristã, sob muitos
aspectos. Mas, me parece, suas contribuições políticas foram incipientes, e não
exaustivas. Elas foram ampliadas e complementadas por uma série de obras
importantes no campo da teoria política, escritas por vários de seus colegas
reformadores, quase na mesma época: De Regno Christi [O reino de Cristo] (1551), de Martin Bucer; A Short Treatise of Political Power [Um
breve tratado do poder político] (1556), de John Ponet; How Superior Powers Ought to Be Obeyed of Their Subjects; and Wherein
They May Lawfully by God ’s Word Be Disobeyed and Resisted [Como poderes
superiores devem ser obedecidos por seus súditos; e em que ponto eles podem
legitimamente, segundo a Palavra de Deus, ser desobedecidos e resistidos]
(1558), de Christopher Goodman; Franco-Gallia,Or,
Na Account of the Ancient Free State of France, and Most Other Parts of Europe,
Before the Loss of their Liberties [Francogália ou Um relato do antigo
Estado livre da França e a maioria das outras partes da Europa, antes da perda
de sua liberdade] (1573), de Francois Hotman; De Jure Magisterium [Do direito dos magistrados] (1574), de
Theodore Beza; De Jure Regni Apud Scotos
[Os poderes da Coroa da Escócia] (1579), de George Buchanan; e o influente
tratado anônimo Vindiciae Contra Tyrannos
[Defesas (da liberdade) contra tiranos] (1579). E no período pós-reforma foram
escritas duas obras muito influentes: Política
(1603), de Johannes Althusius, que tem “a distinção de ser uma das
contribuições centrais para o pensamento político ocidental” (Frederick
Carney), e a influente Lex, Rex [A
lei é o rei] (1644), de Samuel Rutherford.
Rutherford
afirmou em seu livro Lex, Rex que a premissa básica do governo civil, e, portanto,
da lei tem de ser a Lei de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Nenhum
governante está acima da lei de Deus. Ele também elaborou uma noção de
resistência ao Estado, em que quando este faça mau uso do poder que lhe foi
delegado pode-se apelar à desobediência civil – um mecanismo que deve ser
exercido dentro dos limites cabíveis, a que tem direito todo cidadão, e de
forma específica todo cristão, quando subjugado por um Estado totalitário que
interfere na igreja, na educação, na economia e nas liberdades individuais. Para
tanto, Rutherford idealizou em sua obra um sistema de três passos para a
desobediência civil: petição, mudança e resistência armada. Tais noções foram extremamente
importantes na Guerra Civil Inglesa (1642–1651) e na Revolução Americana (1775–1783).
Um ponto provocador a se destacar é que na tradição reformada a causa da liberdade política e da liberdade de culto não só algumas vezes se confundem, mas, muitas vezes, acabam por ser indissociáveis.
Um ponto provocador a se destacar é que na tradição reformada a causa da liberdade política e da liberdade de culto não só algumas vezes se confundem, mas, muitas vezes, acabam por ser indissociáveis.
Ainda
sobre sua obra recente, você argumenta que há uma necessidade de uma preparação
intelectual e acadêmica para aqueles que vão ocupar altos cargos no governo,
inclusive assumindo ministérios. Quais são os prejuízos de se ter pessoas
despreparadas em cargos tão importantes no país? E, como analisa o fato de
muitos evangélicos entrarem na política com o pretexto de ajudar e proteger a
igreja, mas sem possuir nenhuma capacitação e nem treinamento acadêmico?
Os prejuízos de termos políticos cristãos despreparados
são imensos, a começar pela confusão das esferas do culto e da política. Por
não dominarem a linguagem da esfera pública, os políticos cristãos serão
tentados a usar e abusar dos chavões e clichês evangélicos para angariar votos
entre estes. Ou agirão para favorecer seu eleitorado, mudando leis de
zoneamento (para que igrejas sejam abertas em bairros residenciais),
conseguindo doações de terrenos ou material de construção ou até mesmo
concessão de rádios ou canais de TV, etc.
Positivamente, os políticos cristãos deveriam saber
utilizar as várias disciplinas acadêmicas para desenvolver uma cosmovisão
cristã que permitisse, de um lado, identificar as premissas das posições
filosóficas e religiosas que mais influenciam a sociedade e, de outro, oferecer
respostas respeitáveis e satisfatórias às mesmas, a partir da fé cristã.
Se o político cristão não se sentir capaz para tal,
deveria se cercar de boa assessoria parlamentar, de bons conselheiros que
dominem as várias disciplinas que ele precisa conhecer minimamente (teologia,
filosofia, direito, história e sociologia), além de pertencer formalmente a uma
igreja evangélica, prestando contas à mesma e se submetendo à sua disciplina.
Qual
é sua análise sobre termos uma bancada evangélica? Devemos ter uma bancada que
proteja os crentes e lute por eles no governo? Isso seria legítimo de acordo
com uma teologia política nas Escrituras?
Ainda que desprezada por cristãos esquerdistas,
permanece o fato de que a chamada “bancada evangélica” representa a diversidade
presente no imenso segmento evangélico no país, cerca de 22,2% da população
brasileira – sendo 70% destes pentecostais ou neopentecostais (segundo os dados
do IBGE em 2010). Enquanto as lideranças cristãs conectadas com a esquerda são
minoritárias e conectadas a igrejas históricas com forte influência da teologia
liberal europeia, a “bancada evangélica” representa igrejas pentecostais ou
neopentecostais, que são o segmento majoritário da igreja evangélica
brasileira, e que são fortemente conservadoras em fé e moral. E enquanto os cristãos
esquerdistas pertencem às classes média-alta/alta, os membros da “bancada
evangélica” são oriundos ou representam as classes baixa/média-baixa. E as
bandeiras políticas deste segmento refletem exatamente o universo que os
elegeu: críticas ao direito ao aborto, eutanásia e casamento entre pessoas do
mesmo sexo, além de luta pela redução da maioridade penal e diminuição da
violência são parte de seu discurso – e não dá para ser diferente, já que, para
horror dos formadores de opinião esquerdistas, esta bancada foi eleita justamente
para representar os anseios de seus eleitores.
Na verdade, cristãos esquerdistas não se conformam em
não ser a voz hegemônica da igreja evangélica brasileira – na verdade, são mero
eco das bandeiras progressistas defendidas pelos partidos de
esquerda/extrema-esquerda no Brasil, cujos seguidores, durante décadas,
monopolizaram o debate político.
Um tema de debate refere-se ao suposto desrespeito
desta bancada à laicidade do Estado brasileiro. É preciso lembrar que há dois
modelos de laicidade, o anglo-saxão do tipo liberal e o francês, de postura antirreligiosa.
No Brasil os esquerdistas seguem uma interpretação rígida da laicité francesa, de exclusão da fé
cristã da esfera pública. Mas me parece que o modelo anglo-saxão de laicidade é
o melhor, na medida em que reconhece a pluralidade da sociedade e é aberto ao
diálogo e confronto de ideias.
Mas, como pontua Jürgen Habermas, os políticos evangélicos precisam aprender a se esforçar
por traduzir seus valores na “linguagem universal” do debate democrático: “A
neutralidade, quanto às concepções de mundo, (...) é incompatível com a generalização
política de uma visão de mundo secularizada. Cidadãos secularizados, enquanto
se apresentarem nos seus papéis de cidadãos, não devem negar, fundamentalmente,
um potencial de verdade a visões de mundo religiosas nem colocar em questão o
direito dos concidadãos crentes de contribuir, por meio de uma linguagem
religiosa, para com discussões públicas. Uma cultura politicamente liberal pode
esperar até mesmo dos seus cidadãos secularizados que tomem parte dos esforços
em traduzir contribuições relevantes da linguagem religiosa para uma linguagem
que seja publicamente acessível” (Jürgen Habermas & Joseph Ratzinger, Dialética da secularização: sobre razão e
religião). Me parece que somente tal esforço nos protegerá do relativismo
radical e do totalitarismo ideológico.
Você cita Karl Barth e Dietrich Bonhoeffer em seu livro, e deles extrai argumentos que fortalecem a sua visão política. Alguns cristãos reformados têm receio de ler ou citar estes teólogos. Mas, afinal, o que a tradição reformada pode aprender com eles?
Você cita Karl Barth e Dietrich Bonhoeffer em seu livro, e deles extrai argumentos que fortalecem a sua visão política. Alguns cristãos reformados têm receio de ler ou citar estes teólogos. Mas, afinal, o que a tradição reformada pode aprender com eles?
Ainda que eu não concorde com estes dois teólogos
cristãos em áreas específicas (Escritura, criação e eleição), entendo ser
necessário reconhecer que ambos estiveram na linha de frente daqueles que se
defrontaram com o mal político gestado exclusivamente no século 20, o
totalitarismo. Podemos, portanto, encontrar nos escritos e na vida de ambos direção
para sabermos nos portar diante do “Estado total”.
Numa situação limite, como a vivida pela Igreja
Confessante na Alemanha, não importava uma aparente unidade da igreja, mas sim o
cerne da fé evangélica. Esta reconhece a Deus como o único rei, soberano e
senhor de todas as esferas da criação. Qualquer ser humano ou partido que tente
exigir culto no lugar do Criador deve ser resistido e confrontado. Por
isso os representantes das igrejas luterana, reformada e unida confessaram no
sínodo de Barmen: “Rejeitamos a falsa
doutrina segundo a qual a Igreja teria, além e ao lado da Palavra única de
Deus, outras fontes de testemunho, isto é, outros acontecimentos e outros
poderes, outras personalidades e outras verdades que corroborariam a revelação
divina”.
Muitos dos teólogos que aderiram ao nazismo seguiam a teologia liberal, isto é, negavam a inspiração das Escrituras, o nascimento virginal, morte vicária e ressurreição corporal de Cristo, além de sua segunda vinda – como vários dos teólogos esquerdistas da atualidade. E que, naquele momento, como agora, aceitaram a noção de soberania do Estado, tendo-o como transcendente – “um produto do panteísmo filosófico alemão”, como notou Abraham Kuyper. Por isso Barth, ao participar de uma acalorada reunião com a presença de teólogos “cristãos alemães”, em Berlim, em janeiro de 1934, se dirigiu a eles aos gritos, como a hereges: “Vocês têm uma fé diferente, um espírito diferente, um Deus diferente”. E Bonhoeffer, em outubro de 1934, afirmou: “Quem rompe com a Igreja Confessante separa-se da salvação”. Estas afirmações corajosas, ousadas, foram proferidas porque estes entenderam que a noção idolátrica do Estado soberano deve ser totalmente rejeitada, pois opõe-se frontalmente a Deus, o “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (1Tm 6.15-16).
Muitos dos teólogos que aderiram ao nazismo seguiam a teologia liberal, isto é, negavam a inspiração das Escrituras, o nascimento virginal, morte vicária e ressurreição corporal de Cristo, além de sua segunda vinda – como vários dos teólogos esquerdistas da atualidade. E que, naquele momento, como agora, aceitaram a noção de soberania do Estado, tendo-o como transcendente – “um produto do panteísmo filosófico alemão”, como notou Abraham Kuyper. Por isso Barth, ao participar de uma acalorada reunião com a presença de teólogos “cristãos alemães”, em Berlim, em janeiro de 1934, se dirigiu a eles aos gritos, como a hereges: “Vocês têm uma fé diferente, um espírito diferente, um Deus diferente”. E Bonhoeffer, em outubro de 1934, afirmou: “Quem rompe com a Igreja Confessante separa-se da salvação”. Estas afirmações corajosas, ousadas, foram proferidas porque estes entenderam que a noção idolátrica do Estado soberano deve ser totalmente rejeitada, pois opõe-se frontalmente a Deus, o “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (1Tm 6.15-16).
Postado por
Thiago Oliveira
às
21:55

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18 de abr. de 2016
O Cristão e a Legítima Crítica ao Estado
Por Franklin Ferreira
“Amados, insisto em que, como
estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que
guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que,
naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que
vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. Por causa do
Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei,
como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir
os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus
que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Vivam como
pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam
como servos de Deus. Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos,
temam a Deus e honrem o rei.”
1 Pedro 2:11-17
Nesta passagem, Pedro está lidando com o governo ideal, como Paulo fez em Rm 13.1-7. Só que Pedro acrescenta um dado novo: o uso do vocábulo “rei”.
De acordo com a maioria dos comentaristas, 1Pedro foi escrita da cidade de Roma (“Babilônia”), capital do império. Para os cidadãos romanos a simples menção a um “rei” (Basileus) seria uma abominação. Júlio Cesar foi assassinado em março de 44 a.C. pelos senadores no fórum, não por ser “ditador” (título que não tinha as conotações negativas atuais, mas que seria um tipo de magistrado extraordinário, nomeado em circunstâncias de perigo extraordinário, com um mandato com duração de seis meses ou enquanto se mantivesse o estado de emergência), mas pela simples desconfiança dos senadores de que Júlio Cesar poderia se tornar um rei.
Para reforçar: romanos tinham horror à monarquia – o senado, que no período régio indicava os reis e limitava seu poder, decidiu abolir a monarquia, convertendo Roma em uma república, em 509 a.C. O uso do título “rei” foi oficialmente proibido em Roma. Nos documentos oficiais imperiais, os títulos empregados eram Cesar Augusto (Kaisar Sebastos ou Kaisar Augoustos), e Imperador (Autokratōr). E o título Imperador, usado na época do principado, pode ser traduzido como “comandante em chefe” do exército romano.
A pergunta é: se Pedro escreveu de Roma, por que ele usaria uma palavra tão provocadora, “rei”? Uma possibilidade é que o autor da carta teria em mente não o imperador, mas o rei ideal do Antigo Testamento, que andava “nos caminhos” de “Davi”. Deste modo o apóstolo aponta aos leitores o tipo de governante ideal, a partir das imagens positivas da realeza, como reveladas no Antigo Testamento. Assim, Pedro (como Paulo em Rm 13.1-7) não está oferecendo uma justificativa para cristãos serem submissos de forma acrítica às autoridades – suposição que contradiria sua corajosa resposta ao poder religioso aliado do poder político, que havia proibido a pregação do Evangelho: “Importa antes obedecer a Deus dos que aos homens” (At 5.29).
Assumindo que a carta foi escrita por Pedro, e ele foi martirizado em c. de 64 d.C., a data de composição da epístola seria em torno de 60 a 64. Esta passagem, então, não ofereceria justificativa para um cristão ser inquestionavelmente obediente a Nero, que já apresentava comportamento errático, e que perseguiu os cristãos que moravam na capital do império, em 64 d.C. Deste modo, o vocábulo “rei” teria sido empregado, justamente, em oposição à representação da figura do próprio imperador.
Portanto, Jacques Ellul destaca que este “seria um texto totalmente subversivo”, pois “visava somente ao poder político de Roma, e não ao Estado em si, já que [com a menção ao rei, o apóstolo] apoiaria um outro poder”, no caso sugerido acima, o rei ideal do Antigo Testamento. Portanto, esta passagem, longe de recomendar a passividade ou obediência irrestrita ao Estado, lembra que a postura dos cristãos da época era uma atitude em que “desprezavam ou recusavam-se a reconhecer o poder político”, embora não rejeitando-o totalmente, assim como “condenavam o poder romano” (Anarquia e cristianismo, p. 84-85). Como Wayne Grudem pontua: “Os cristãos têm obrigações com o estado, mas suas obrigações com Deus e com os irmãos são maiores” (Comentário Bíblico de 1Pedro, p. 124).
Por fim, Pedro enfatiza, concordando com Paulo, que o governo é enviado por Deus para “punir os praticantes do mal e honrar os que fazem o bem”. Aqui também o apóstolo trata da autoridade legítima e a define. Pois, de acordo com Grudem, “governos que deixam de punir malfeitores desobedecem ao propósito divino para sua existência” (Comentário Bíblico de 1Pedro, p. 121).
Postado por
Thiago Oliveira
às
08:29

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Política
13 de abr. de 2016
Resenha Crítica da Obra Contra a Idolatria do Estado
Introdução
O mais recente livro do teólogo e pastor Franklin Ferreira é
uma obra de teoria política sob o viés bíblico-teológico. Seu título é Contra a
Idolatria do Estado – O papel do cristão na política. O livro é editado por
Edições Vida Nova, possui um número total de 280 páginas e foi lançado em Março
do presente ano. Recebeu o endosso de renomados teólogos, como Solano Portela e
Jonas Madureira, além de nomes como o da jornalista e âncora do principal
telejornal do SBT, Rachel Sheherazade e do escritor e filósofo Luiz Felipe
Pondé, que se denomina uma pessoa não agraciada com o dom da fé, ou
seja, não é um cristão professo. Em seu endosso, Pondé escreve o seguinte: “O
livro do Franklin Ferreira é exemplo de como a teologia pode dialogar com o
pensamento político sem ter vergonha de dizer quem é, coisa rara hoje em dia”.
O livro apresenta a seguinte estrutura: Agradecimentos,
Introdução e 8 capítulos divididos em 4 seções. Por fim, a Declaração Teológica
de Barmen é colocada como apêndice. O conteúdo e o contexto histórico da
declaração supracitada são trabalhados dentro dos capítulos, todavia, é
publicada na íntegra após o capítulo que conclui a obra. Deixando de lado a
introdução e o apêndice, esta resenha, em sua abordagem, contemplará apenas a
substância dos capítulos desenvolvidos por Ferreira.
Primeira Parte:
Fundamentos Bíblicos
Iniciando o livro com a história de Ester no Capítulo 1,
Ferreira tenciona que a angústia do povo judeu, sob a ameaça do extermínio, e a
atuação política de Ester e Mardoqueu para evitá-lo sirva de exemplo para a
atuação política dos cristãos no momento crítico de nossa conjuntura sociopolítica.
Ferreira destaca a oração e a dependência à Deus como características
indeléveis do cristão que anseia atuar no serviço político. Para o autor, líderes que
tenham as qualidades de servo, que sejam encorajadores e visionários devem
compor a equipe do político cristão para bem assessorá-lo e ajudá-lo na
construção de projetos que sejam agentes de transformação social.
Ferreira também argumenta que o conhecimento de diversas
disciplinas acadêmicas é de muita utilidade para que o político cristão
desenvolva uma cosmovisão robusta o suficiente para identificar os pressupostos
filosóficos (e também religiosos) e assim, responder satisfatoriamente a sociedade,
sem deixar de lado a sua base cristã. O autor parece endossar o
conceito habersiano[2] da tradução cooperativa dos termos religiosos. Em suma,
trata-se de tornar acessível os argumentos que mesmo oriundos de um credo,
seriam transmitidos a uma sociedade plural através de uma linguagem
desvinculada da terminologia religiosa. Ferreira nos lembra de que o livro de Ester
não cita em nenhum momento o nome de Deus e sugere, a partir de uma explicação
secundária, que a ausência nos remete a ideia de que a linguagem da fé não
precisa e nem deve estar presente no âmbito das esferas políticas.[3]
No segundo capítulo, há uma interpretação política da Carta
aos Romanos, interpretação que sofre uma influência direta do teólogo alemão
Karl Barth. É um capítulo muito rico que demonstra o quanto que a mensagem do
Evangelho confronta o culto a personalidade política. Nele somos informados que
em nenhum momento o termo “poder” é usado para designar as autoridades
governamentais. Apenas Cristo é o detentor do poder e, por isso, toda e qualquer
autoridade política está debaixo do seu senhorio. Para Ferreira, embasado em
outros comentaristas, o conteúdo da epístola paulina traz em seu bojo uma
teologia subversiva, negando aos imperadores de Roma a deificação. A mensagem
da carta é, em resumo, um encorajamento para que os crentes romanos mantenham a
sua devoção exclusivamente à pessoa de Cristo e sejam leais ao evangelho.
É ainda no segundo capítulo que a passagem de Romanos 13.1-7
é analisada. Esta passagem foi e é vista por muitos como uma orientação
conformista, pois, indica que os cristãos devem obedecer as autoridades, que
são designadas por Deus. Acontece - como Ferreira bem demonstra - que a
obediência é um dever desde que a autoridade seja legítima. O cristão fica
desobrigado a obedecer a um governo que desconsiderou a designação divina da
sua função. Quando uma ordem governamental entra em conflito com uma ordem
de Deus, ou quando não exerce sua autoridade para cumprir o propósito de punir o
mal e recompensar os que fazem o bem (Rm 13.3), cumpre ao cristão desobedecer
tal governo. Assim sendo, diante do contexto em que a carta foi escrita, em que
havia o culto ao Imperador, os verdadeiros cristãos foram martirizados por não
sacramentar o poder de César e não reconhecer outro Senhor que não fosse Cristo
Jesus.
Segunda Parte:
Questões Conceituais
Esta seção é polêmica por questionar alguns conceitos
repetidos alhures pela opinião pública. Uma das principais polêmicas é traçar
um comparativo entre o nazismo e o comunismo, pois, para muitos o nazismo é
conceituado como sendo conservador e de direita. Ferreira vai de encontro a esta
concepção afirmando que os regimes totalitários sob a tutela de Stalin e
Hitler, que respectivamente governavam a extinta União Soviética e a Alemanha,
tratam-se de “irmãos gêmeos heterozigotos”. O autor se baseia em autores como João Pereira Coutinho e Hannah Aredent, citando apenas duas de um variado
leque de outras fontes, para fundamentar o seu argumento. Este é o mote do
excelente terceiro capítulo.
Tratando da divisão esquerda-direita, o capítulo seguinte
traz uma apologia clara ao modelo político que tem por base a democracia e uma
economia liberal, ideologia que ainda não é popular no Brasil, visto que - com
a exceção do partido Novo - recém-criado, todas as outras legendas partidárias
são de esquerda ou centro, isto é, em maior ou menor grau pregam uma
regulamentação Estatal. Ferreira classifica a esquerda como sendo um modelo
onde o Estado se agiganta, transcendendo a esfera que lhe é de direito
governar. Ele continua demonstrando que a ideologia esquerdista e a sua
aplicação nos regimes comunistas são de pouca ou nenhuma liberdade individual.
Analisando o contexto político brasileiro, Ferreira conclui
que está arraigado no pensamento brasileiro um antiliberalismo, visto que todos
os governos desde a proclamação da república adotaram medidas protecionistas e
um Estado regulador. Aqui temos a idolatria estatal que é rechaçada logo no
título da obra, pois, é na ideologia esquerdista que o Estado adquire contornos
messiânicos. Ferreira salienta que a lealdade do cristão, assim como a sua esperança,
não pode ser colocada em nenhum sistema de governo ou ideologia política. Nossa
esperança e lealdade devem ser depositadas exclusivamente em Jesus Cristo.
Terceira Parte:
Direções Teológicas
O capítulo 5, que dá início a terceira parte do livro, é uma
recapitulação da “disputa pela igreja”, como ficou conhecido o embate entre os líderes
da Igreja Alemã, que estavam cedendo aos postulados nazistas e a tutela estatal
dentro das igrejas, e os teólogos e pastores que resistiram a esta interferência
e fundaram o que veio a ser chamado de Igreja Confessante. Dois nomes se
destacam entre os que resistiram, são eles o de Barth e o de Bonhoeffer, o
primeiro exilado e o segundo sentenciado a morte. Relatando nuances da disputa
e pinçando trechos da Declaração de Barmen que denunciou e repudiou a síntese
entre o evangelho e a ideologia nazista, o objetivo do autor neste capítulo é
demonstrar que a integridade do conteúdo da fé cristã é inegociável. Nem mesmo
a unidade da igreja pode ser dada como desculpa para tolerar a falsa doutrina.
Os pastores que aderiram a Igreja Confessante foram acusados de causar divisão
na igreja alemã, mas como Ferreira observa, às vezes, é desta forma que a
Igreja é purificada, através da perseguição. O capítulo é encerrado com um trecho da Declaração de Culpa de
Stuttgart, em que os líderes da reconstruída Igreja da Alemanha reconhecem que
erraram por não terem sido mais combativos contra o regime de Adolf Hitler.
Já o capítulo 6 endossa a perspectiva reformada da Soberania
das Esferas, conceito desenvolvido pelo teólogo, jornalista e politico holandês
Abraham Kuyper. Após analisar criticamente a visão dos “Dois Reinos”, comum
entre os luteranos, e a perspectiva dispensacionalista, Ferreira passa a tratar
da concepção reformada que pode ser esboçada através do seguinte gráfico:
Como pode ser visto, Deus transcende toda instituição
terrena, que tem a sua autoridade subsidiada nEle. Não há nenhuma esfera que
teve o seu poder derivado de outra. Todas derivam de Deus e tem uma área de
influência delimitada, apesar de serem interligadas, elas não estão submissas a
nenhuma outra, são autônomas entre si. A soberania derradeira que abarca todas as esferas pertence
somente a Deus.
Concluída a exposição do conceito
kuyperiano da Soberania das Esferas, Ferreira diz que os valores republicanos
estão historicamente vinculados aos cristãos, que os defendem por ver neles
concordância com o ethos do cristianismo. Esta conclusão é obtida
através de inferências da Escritura.
Quarta Parte: Aplicações Práticas
Chegando aos dois capítulos que
encerram a obra, lemos sobre a ineficiência estatal, sobretudo do governo
petista em zelar pela segurança dos cidadãos brasileiros. Ferreira nos mostra
números alarmantes do aumento da violência. Ele critica os altos impostos que não
são revertidos para a segurança e nem para o deleite da sociedade. Outra
questão bastante criticada é a ideologização promovida pela esquerda no debate
sobre a violência. Ao dizer que o bandido é vítima da sociedade, esta ideologia
vitimiza o criminoso ao invés de puni-lo. Ferreira expõe a deficiência do
sistema prisional brasileiro e a instrumentalização dos Direitos Humanos pela intelligentsia
a serviço do Estado.
E qual seria a atuação da igreja
frente ao aumento da violência? Ferreira sugere que ela ore e que permaneça fiel
a pregação expositiva das Escrituras, pois esta gera vida e é marca da igreja
verdadeira. O livro é finalizado com dez pontos elencados a respeito de uma
agenda cristã para um voto consciente.
Considerações Finais
Contra a Idolatria do Estado é leitura que deveria ser
cobrada a todo pastor. O livro deveria ser endossado nos seminários, pois,
temos uma carência no segmento cristão evangélico brasileiro referente a uma
visão política que esteja embasada numa cosmovisão escriturística. A obra é
bíblica, mas não apenas isso, ela é riquíssima em matéria de referencial
teórico. Ferreira se apoia em diversos autores e fontes, colocando a teologia no
cerne da esfera pública. São 19 páginas de bibliografia, demonstrando a
profundidade da pesquisa realizada pelo autor.
A obra também se destaca por não
ter equivalentes. Até então, nenhum teólogo brasileiro havia se lançado a
escrever um livro sobre política tecendo críticas pontuais direcionadas a um
governo ainda vigente e defendendo um modelo político-econômico que fosse liberal[4].
Embora existam alguns artigos em periódicos e na blogosfera, nada que se
compare a proposta da obra de Ferreira, que preenche uma lacuna de nossa
literatura teológica. É importante que mais teólogos lancem luz a este tema, produzindo
outros escritos que sirvam de referência para a construção de uma cosmovisão
cristã no âmbito político.
Àqueles que não têm familiaridade
com obras políticas podem ler Contra a Idolatria do Estado, fazendo
desta obra uma introdução ao assunto. Embora existam conceituações que possam
parecer estranhas ao leitor primário, Ferreira preocupou-se em estruturar o
livro de uma maneira bem didática, permitindo aos iniciantes nos estudos da
política adquirirem uma compreensão geral de seu argumento basilar.
[1]
Thiago Oliveira é pastor da Igreja Evangélica Livre em Itapuama-PE. Graduado em
História pela Fundação de Ensino Superior de Olinda com especialização em
Ciência Política. É casado com Samanta Oliveira.
[2]
Termo derivado do nome do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, que
dedicou a sua vida a estudar a democracia e desenvolveu em suas obras o
conceito de “Esfera Pública”.
[3] A
explicação primária para a ausência do nome de Deus no livro de Ester seria o nível de assimilação cultural. Ester e Mardoqueu
representam uma parte dos judeus que preferiram continuar vivendo no centro da
Pérsia ao invés de regressar a Jerusalém nos tempos de Ciro II, que era avô do
rei Xerxes, o governante que desposou Ester.
[4]
É preciso entender que liberal neste caso significa a posição que defende as
liberdades individuais e o mínimo de interferência estatal, não tendo nenhuma
relação com o liberalismo teológico e nem se referindo à frouxidão dos padrões
morais bíblicos.
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Thiago Oliveira
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08:21

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18 de mar. de 2016
15 de nov. de 2015
Por que evangélicos deveriam aprender o Credo dos Apóstolos?
Franklin Ferreira está lançando um livro sobre o Credo Apostólico e comenta neste breve vídeo a importância em aprender o conteúdo do credo, que trata das questões básicas e essenciais da fé cristã. Veja!
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26 de out. de 2015
Um Bate-Papo sobre a Reforma
Sábado é o Dia da Reforma Protestante, por isso, ao decorrer desta semana iremos postar vídeos e textos relacionados ao tema. Começamos com um excelente bate-papo direcionado pelo Vinícius Mulsselman*, em que os pastores Jonas Madureira, Franklin Ferreira e Tiago Santos respondem questões que englobam todo o processo histórico que culminou na Reforma, e os seus desdobramentos e sua doutrina. Assista e seja edificado!
* Fundador e editor do blog Voltemos ao Evangelho.
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14 de out. de 2015
5 de set. de 2015
11 de jul. de 2015
Plena Igualdade Entre Pai, Filho e Espírito
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5 de jul. de 2015
O Cristão e a Cultura
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Thiago Oliveira
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24 de mai. de 2015
12 de mar. de 2015
9 de mar. de 2015
José Manuel da Conceição
Por
Franklin Ferreira
Nos
séculos XVI e XVII, houve duas tentativas para estabelecer colônias
protestantes no Brasil, mas o protestantismo brasileiro se originou de um duplo
avanço: a imigração estrangeira, de anglicanos ingleses, luteranos alemães e
reformados suíços, e a vinda de missionários ingleses e americanos. O
protestantismo começou a ser implantado de fato no Brasil com a chegada de um
missionário congregacional, o escocês Robert Reid Kalley, ao Rio de Janeiro, em
1855. E o primeiro missionário presbiteriano a chegar ao Brasil foi Ashbel
Green Simonton, em 1859. Seu cunhado, Alexander Blackford, chegou em 1860, e
Francis Schneider em 1861. Todos eles foram enviados pelas igrejas presbiterianas
do norte dos Estados Unidos (PCUSA). Em pouco tempo, já havia igrejas
presbiterianas no Rio de Janeiro e em São Paulo, e em 1870 foi fundada o que
hoje é uma das mais importantes universidades brasileiras, a Universidade
Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Mais
tarde, chegaram missionários metodistas (em 1867) e batistas (em 1881) ao
Brasil. Em 1865, foi ordenado o primeiro ministro evangélico brasileiro, José
Manoel da Conceição.
6 de fev. de 2015
O Universalismo Absoluto e Total
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Thiago Oliveira
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16:51

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2 de dez. de 2014
Morte
Por
Franklin Ferreira
A
morte física não fazia parte da condição humana original, pois, nas Escrituras,
a morte está relacionada com o pecado (cf. Gn 2.16,17); Rm 5.12; 6.23). Por
isso, temos a percepção de quem a morte é algo estranho à experiência humana.
Lutamos contra a morte, pois sentimos que alguma coisa está errada quando se
pensa no fim da vida – “a morte, no mundo humano, não é um aspecto da boa
criação de Deus, mas um dos resultados da queda do homem no pecado”*. Por isso,
as Escrituras afirmam que todos morrem (Rm 5.12), e que uma pessoa morre
somente uma única vez (Hb 9.27).
Podemos
enumerar três formas ou estágios para a morte. A primeira, e a mais importante,
é a morte espiritual. É a primeira justamente por ter sido a primeira a acontecer
na história bíblica e na vida de cada indivíduo. Em Gênesis 2.17, Deus disse
que “no dia em que dela comeres, com certeza morrerás”. Adão se tornou mortal
quando comeu, e morreu espiritualmente naquele mesmo dia. Como visto
anteriormente, o pecado fez uma separação entre Deus e nossos primeiros pais, e
essa separação é a essência da morte espiritual. A segunda forma é a morte
física. Como a morte espiritual é a separação de Deus, a morte física é a
separação do corpo do espírito, ou a separação da parte material da parte
imaterial. A morte física é o afastamento de aspectos de nossa humanidade que
deveriam ser inseparáveis, o que também indica que a morte não foi o desígnio
original de Deus para o homem, mas o resultado do pecado. A terceira forma da
morte é a morte eterna, ou a segunda morte (Ap 2.11;20.14), que será
experimentada pelos que não crerem no evangelho. Podemos, então, dizer que a
regeneração é a cura para a morte espiritual, e a ressurreição do corpo é a
cura para a morte física; mas não haverá cura para a morte eterna.**
Por
outro lado, tendo considerado a conexão entre a morte e o pecado, devemos
pensar a morte à luz da redenção. Cristo veio ao mundo para conquistar e
destruir a morte (Hb 2.14,15). Cristo assumiu a natureza humana e morreu por
nós, a fim de, por seu sacrifício, destruir a própria morte. Foi por meio de
sua ressurreição que Cristo conquistou sua grande vitória sobre a morte. A conquista
da morte, portanto, deve ser vista como parte essencial da obra redentora de
Cristo. Cristo não redime seu povo apenas do pecado, ele também o redime dos
resultados do pecado, e a morte é um desses resultados. Por isso, nossa
esperança está no Senhor, que tem as chaves da morte (Ap 1.18).
_______________
*
Anthony Hoekema. A Bíblia e o futuro. São Paulo, Cultura Cristã. 2001, p.97.
**
Millard J. Ericson, Introdução à teologia sistemática, p. 484.
Extraído do livro Teologia Cristã, Edições Vida Nova, 2011.
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08:12

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24 de nov. de 2014
Francis Schaeffer: "Levando Cativo todo o Pensamento"
Por Franklin Ferreira
A crença
prevalecente na segunda metade do século 20 é que o homem está morto — e o
próprio Deus também morreu. A vida se tornou uma existência sem significado, e
o homem não passa de uma roda na engrenagem cósmica. O único escape passa por
um mundo de vazio existencial, drogas, absurdo, pornografia e loucura. Mas, a
responsabilidade da igreja não é apenas confessar as doutrinas básicas da fé
cristã — é seu dever comunicar essas verdades à sua geração.
Cada geração
de cristãos se defronta com o problema de aprender como falar ao seu tempo. É
um problema que não se pode resolver sem o entendimento do tempo presente, em
constante mudança, com que a igreja também se defronta. Para que consigamos
comunicar a fé cristã de modo eficiente, portanto, temos de conhecer e entender
o pensamento da nossa geração.
Francis
Schaeffer foi um dos principais pensadores evangélicos contemporâneos que
procurou compreender a cultura secular.
Compromisso com as Escrituras
Francis
August Schaeffer nasceu em 30 de janeiro de 1912, em Germantown, Pensilvânia,
nos Estados Unidos. Em 1930, ele se tornou cristão, depois de ler a Bíblia por
aproximadamente seis meses, começando em Gênesis. Casou-se com Edith Sevilha,
em 26 de julho de 1935 — Edith nascera na China, em 3 de novembro de 1914,
filha de missionários presbiterianos. Ela afirmou depois que, se alguém
quisesse saber por que Schaeffer se preocupa tanto com a Bíblia, bastaria saber
que ele, aos 17 anos de idade, com toda a sua sede de respostas aos
questionamentos da vida, começou a descobrir, por si mesmo, respostas adequadas
e completas diretamente na Bíblia.
Em setembro
de 1937, Schaeffer entrou no Seminário Teológico Westminster, ligado à igreja
presbiteriana ortodoxa, sendo profundamente influenciado pelos escritos de J.
Gresham Machen, Cornélius Van Til, Herman Dooyeweerd e Hans Rookmaaker.
Schaeffer recebeu a graduação no Seminário Teológico Faith, que ele tinha
ajudado a fundar, depois de uma divisão no Westminster, em 1937. Nesse
seminário, ele foi bastante influenciado por Allan MacRae. Foi ordenado em
1938, como pastor da Igreja Presbiteriana Bíblica, e serviu como pastor na
Pensilvânia e no Missouri durante dez anos.
Durante três
meses, em 1947, a família Schaeffer viajou pela Europa, para avaliar o estado
da igreja por lá, como representantes da Junta Independente para Missões
Estrangeiras Presbiterianas. Em 1948, Schaeffer se mudou para Lausanne, na
Suíça, com Edith e suas três filhas, para serem missionários. O trabalho deles
era principalmente de evangelização de crianças. Em 1949, eles se mudaram para
o Chalé les Frênes, na aldeia montanhosa de Champéry, na Suíça.
No inverno
de 1951, Schaeffer entrou numa profunda crise espiritual. Nesse período, ele
reconheceu que algo estava bastante errado e buscou reconsiderar com muito
cuidado seu compromisso cristão e as prioridades em sua vida. Ele emergiu dessa
experiência — que chamou de "um pequeno vislumbre da glória de Deus"
— com uma nova certeza sobre sua fé, uma nova ênfase na santificação e na obra
do Espírito Santo, e uma nova direção para sua vida, que se desdobraria durante
os próximos quatro anos.
Entre 1953 e
1954, eles viajaram pela região rural dos Estados Unidos, falando sobre
espiritualidade cristã — foram mais de 300 palestras ao longo de 500 dias. Durante
esse tempo, Schaeffer apresentou as ideias que cresceram durante sua crise
espiritual e que depois se tornaram o fundamento para seu importante livro,
Verdadeira espiritualidade. Em 1954, eles retornaram a Champéry, na Suíça.
Nesse mesmo ano, Schaeffer se uniu à Igreja Presbiteriana Reformada, uma
pequena denominação presbiteriana já existente. E em 1956 foi fundado o
Seminário Teológico Covenant — onde, desde 1989, funciona o Francis Schaeffer
Institute, que em meados de 1990 contava com mais de 500 alunos.
Missionários na Europa
Em abril de
1955, a família Schaeffer (com mais um filho) se mudou, então, para o Chalé lês
Mélèzes, em Huémoz, nos Alpes da Suíça, depois de receber o dinheiro necessário
para comprar essa propriedade, numa série de circunstâncias milagrosas — isso
marcou o começo informal da comunidade L’Abri (que significa refúgio, em francês).
O vilarejo
situa-se a mil metros acima do vale do Rhône, na estrada que vai a um famoso
centro de esqui. Na maioria, as pessoas que iam para L’Abri estavam
descontentes com suas idéias e buscavam respostas reais às próprias indagações.
Havia também muitos evangélicos que iam para lá com o desejo de ter mais
influência como cristãos na segunda metade do século 20. Em L’Abri viviam
jovens de todas as nacionalidades: japoneses, holandeses, africanos, alemães,
indianos, ingleses, sul-africanos, americanos, sul-coreanos e muitos outros.
Havia também ateus, agnósticos, existencialistas, além de hindus, judeus
praticantes e não praticantes, católicos, protestantes liberais, budistas e
todos aqueles que receberam influências do relativismo moderno. Como Schaeffer
disse:
Edith e eu
nos dedicamos a Deus com um propósito. Não desejávamos iniciar um ministério
evangelístico, [tampouco] um ministério entre jovens, ou para intelectuais ou
na área de dependentes de drogas. Nós simplesmente nos oferecemos a Deus e pedimos
que ele nos usasse para demonstrar que ele continua existindo na nossa geração.
Isso é tudo que o L'Abri representa; foi assim que tudo começou.
Em 1968, foi
publicado O Deus que intervém, o primeiro dos 23 livros de Schaeffer, baseado
em conferências realizadas no Wheaton Collège, nos Estados Unidos, em 1965.
Nesse livro, Schaeffer expôs o vazio do pensamento secular e da moderna
teologia, mas, muito mais do que isso, ofereceu a esperança de que o homem pode
encontrar de novo sua verdadeira personalidade e propósito, se voltar à Palavra
vivificadora que Deus nos revelou nas Escrituras. Ainda em 1968, foi lançada A
morte da razão. Nessa obra, Schaeffer ofereceu um panorama de como a arte e a
filosofia têm sido o espelho do dualismo existente no pensamento ocidental
desde o Renascimento. Hoje, esse dualismo se expressa no desespero que o homem
sente diante do racional, na sua fuga para um mundo irracional e místico, que é
o único que, aparentemente, oferece alguma esperança. Tal tendência pode ser
vista na literatura, na arte e na música, no teatro e no cinema, na televisão e
na cultura popular. Nas palavras de Schaeffer: "Hoje toda a nossa geração está presa ao irracionalismo, visto ter-se
afastado do ensino da Palavra de Deus". Em 1970, foi lançada A igreja
do final do século vinte, obra onde Schaeffer buscou descrever o ambiente
social no qual a igreja se encontrava.
Francis e
Edith Schaeffer realizaram, em janeiro de 1977, uma série de seminários em 22
cidades nos Estados Unidos, e nesse mesmo ano Francis ajudou a fundar o
Concílio Internacional sobre a Inerrância Bíblica, proferindo a palestra
"Deus dá ao seu povo uma segunda oportunidade". O testemunho claro
dos evangélicos reunidos no concílio foi que a doutrina da inerrância é a posição
cristã histórica, afirmando que as Escrituras são a Palavra de Deus, sem erro,
em todas as áreas que menciona. Ele disse em outro texto:
"É
preciso que a Bíblia seja considerada a Palavra de Deus, em tudo o que ela
ensina — tanto em questões de salvação quanto de história e ciência e
moralidade. E, se for fraca em qualquer uma dessas áreas, o que infelizmente se
aplica a muitos que se chamam evangélicos, estaremos destruindo o poder da
Palavra de Deus e colocando-nos a nós mesmos nas mãos do inimigo."
Em outubro
de 1978, foi diagnosticado um câncer em Francis Schaeffer, pela clínica Mayo,
em Rochester, Minnesota. Em dezembro de 1983, Schaeffer viajou em condições
críticas de saúde, da Suíça para a clínica Mayo. Ele pregou, numa última
excursão, em dez faculdades cristãs, durante março e abril de 1984, morrendo em
sua casa, em Rochester, Minnesota, em 15 de maio. No leito de morte, ele fez
esta oração final: "Querido Deus Pai, eu terminei meu trabalho. Por favor,
leve-me para casa. Estou cansado".
Em 1985, foi
publicado postumamente o Manifesto cristão, onde Schaeffer buscou apontar
direções para uma postura política equilibrada, centrada na Palavra de Deus.
Um novo modelo de defesa da fé
Cornélius
Van Til foi o grande responsável pela tentativa de mudar o foco do debate com
pensadores não-cristãos sobre a existência de Deus e a validade das
reivindicações cristãs, focalizando-o na viabilidade e na coerência das
posições não-cristãs. Ele argumentou que o pensamento não-cristão não consegue
responder aos problemas fundamentais da vida e da filosofia, e que toda
filosofia não-cristã não passa de uma tentativa de fugir de Deus. Van Til era
um apologista proposicional. Essa abordagem reconhece que nenhum fato,
histórico ou não, pode ser interpretado de maneira coerente sem pressupor a fé
no Deus trino — infinito e pessoal —, como revelado na Escritura.
Por exemplo,
ao lermos as Escrituras avançamos a partir das pressuposições reveladas na
Escritura, através das proposições das Escrituras até as conclusões da
Escritura. Isso não é neutro nem objetivo. Mas, metodologicamente, não podemos
esperar que sequer entendamos, e muito menos que aceitemos a mensagem da
Escritura se impusermos pressuposições estranhas a ela. Devemos, portanto,
permitir que nosso pensamento, pelo menos temporariamente, seja moldado pelas
pressuposições da Escritura, a fim de entendê-la.
Colin Brown
considera que existem lacunas no pensamento de Van Til. Mas que, mesmo assim,
ele deu passos importantes em direção a uma apreciação filosófica da religião
bíblica. Sua discussão de pressupostos e sua lembrança de que os homens não
precisam da comprovação da existência de Deus, por já terem consciência dele,
são de máxima importância.
Schaeffer,
que em grande medida estava seguindo Van Til, procurou demonstrar a necessidade
de pressupor a existência e a realidade de Deus, visto que negar sua existência
significa negar tudo o que é verdadeiro e significativo. Como ele disse: "Portanto, para nós agora, mais que em
qualquer época, a apologética pressuposicional é imperativa". Ele
argumentou que os não-cristãos não vivem — e não podem viver — de modo
inteiramente coerente com suas pressuposições ateístas, que são inadequadas
para justificar a existência humana. Somente o cristianismo "pode ser vivido [coerentemente], tanto na
vida cotidiana como na busca da erudição". Ele entendia que nenhum
fato é auto-evidente: todos os fatos são interpretados e podem ser entendidos
de modo adequado apenas no contexto de uma cosmovisão. O papel da
não-contradição também foi enfatizado, já que ele faz parte da imagem de Deus
com a qual fomos criados. Ele acreditava que as pessoas procuravam uma fuga da
razão. Como consequência, todas as cosmovisões não-cristãs são incoerentes.
O seguinte
incidente ilustra esse modelo apologético: certo dia, Schaeffer estava
conversando com um pequeno grupo de estudantes no quarto de um aluno
sul-africano, na Universidade de Cambridge, quando um jovem hindu começou a atacar
veementemente o cristianismo, sem, no entanto, "entender os problemas reais relacionados às suas próprias convicções".
Schaeffer voltou-se para o estudante indiano e disse: "Não é verdade que, se admitirmos o seu
sistema, não fará nenhuma diferença, em última instância, se sou ou não sou
cruel, pois não há diferença essencial entre as duas?". O estudante
concordou que isso era verdade. Os outros alunos ficaram chocados com essa ideia.
Mas o aluno em cujo quarto eles estavam reunidos pensou rápido; pegou uma
chaleira com água fervendo e inclinou-a, de forma ameaçadora, sobre a cabeça do
estudante indiano. Quando o hindu quis saber o que ele pensava estar fazendo, o
estudante simplesmente respondeu: "Não
há diferença entre crueldade e não-crueldade". Em silêncio, o jovem
hindu se levantou e saiu do quarto.
Todas as
pessoas têm alguma consciência de Deus (Rm 1.18-32). Como Schaeffer disse:
"Toda pessoa com quem falamos, seja
a balconista ou o universitário, tem um conjunto de pressuposições, quer os
tenha analisado ou não". Consequentemente, quando evangelizamos,
podemos saber que, no fundo do coração, eles têm consciência da existência de
Deus. Não existem ateus genuínos, pois os que assim se dizem desejam
convencer-se de que Deus não existe.
Tanto para
Van Til como para Schaeffer, a apologética começa no momento em que o incrédulo
levanta objeções e dúvidas à palavra pregada. O apologista deve responder e
refutar as objeções com amor e erudição, primeiro para dar respostas honestas
às dúvidas do incrédulo, e, segundo, para evitar que elas atrapalhem a fé dos
cristãos. Contanto que as dúvidas do incrédulo sejam sinceras e honestas,
deve-se responder. Os dois usavam a apologética para mostrar ao incrédulo que a
sua vida sem Cristo é irracional e sem sentido e que ele deve entregar-se a
Jesus. Quando as objeções do não-crente se tornam obstinadas e insinceras —
quando ele não quer respostas de verdade, mas usa as objeções como desculpa
para fugir da verdade —, é melhor terminar a discussão e deixá-lo com o comando
de Deus para se arrepender e crer no evangelho. Não obstante, mesmo nesse caso,
é bom refutar os argumentos do incrédulo para benefício do povo de Deus, para
que não permaneça nenhuma dúvida quanto ao fato de que o cristianismo é a única
opção que não destrói toda racionalidade e significado da vida do ser humano.
Ser cristão
no final do século 20
Francis
Schaeffer teve uma compreensão especial da mentalidade do século 20,
identificando-se com as pessoas influenciadas por tal mentalidade. Ele buscou
demonstrar como as novas filosofias e teologias se encaixavam na complexa
história do pensamento e da cultura moderna. Em outras palavras, ele buscou
oferecer uma visão panorâmica do pensamento ocidental e oriental, e em como ele
afetava o pensamento cristão e não-cristão. Isso era algo que poucos
evangélicos faziam: explicar as respostas que a fé cristã oferece aos maiores
dilemas do homem.
A grande
força do pensamento de Schaeffer é que não foi produzido num gabinete de
estudos, mas durante uma constante exposição às dúvidas e perplexidades de
indivíduos provenientes dos mais variados meios. J. I. Packer lhe rendeu o
seguinte tributo:
"Que
importância terá Schaeffer para a causa cristã a longo prazo? [...] Meu palpite
é que os seus esboços verbais e visuais, que me parecem simples porém
brilhantes, sobreviverão a tudo o mais, mas eu posso estar enganado. O que é
certo para mim, entretanto, é que eu não estaria totalmente errado em
homenagear Francis Schaeffer, o pequeno pastor presbiteriano [...], como um dos
verdadeiramente grandes cristãos do meu tempo."
_____________
Fonte: http://www.labri.org.br/
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Thiago Oliveira
às
15:05

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