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10 de fev. de 2015

Que Diferença a Suficiência das Escrituras Faz na Sua Vida?

Por Kevin DeYoung
Primamos muito pela doutrina da suficiência das Escrituras. Mas, que diferença faz a suficiência das Escrituras na sua vida cristã? Deixe-me propor quatro maneiras que deveriam fazer uma enorme diferença.
Primeiro, com a suficiência das Escrituras mantemos a tradição em seu lugar. A tradição certamente tem um lugar na compreensão da palavra de Deus e na formulação da convicções doutrinárias da Igreja. A diversidade mais facilmente esquecida hoje é a diversidade dos mortos. Devemos aprender com os grandes mestres que vieram antes de nós.Devemos permanecer firmes sobre os credos ecumênicos da igreja. E, para aqueles de nós em tradições confessionais – como luteranos, anglicanos, presbiterianos e reformados – temos que nos comprometer a apoiar nossos padrões confessionais de forma séria, cuidadosa e com integridade. Mas mesmo esses grandes credos, catecismos e confissões são valiosos apenas enquanto resumem o que é ensinado nasEscrituras. Nenhum texto secundário e feito pelo homem pode substituir ou ser autorizado a subverter a nossa lealdade e conhecimento da Bíblia.
A suficiência das Escrituras fortalece o grito da Reforma de sola Scriptura, ou “Somente a Escritura”. Isso não significa que devemos tentar abordar a Bíblia sem a ajuda de bons professores, recursos escolares e fórmulas doutrinárias testadas. “Somente” não significa “por si só” (nuda Scriptura), mas que a Escritura somente é a autoridade final. Tudo deve ser testado contra a palavra de Deus. A tradição não tem um papel de igualdade com a Bíblia em saber a verdade. Em vez disso, a tradição tem um papel de confirmação, iluminação e apoio. Não podemos aceitar inovações doutrinárias, como a infalibilidade papal, o purgatório, a concepção imaculada ou a veneração de Maria, porque essas doutrinas não podem ser encontradas na Palavra de Deus e contradizem o que é revelado nas Escrituras. Embora possamos respeitar os nossos amigos católicos e ser gratos por muitos aspectos da sua fé e testemunho social, não devemos vacilar em nossa fidelidade à sola Scriptura. Está implícito na compreensão bíblica da sua própria suficiência.
Segundo, porque a Escritura é suficiente, não acrescentaremos ou retiraremos da palavra de Deus. Ao nos achegarmos àBíblia, devemos sempre lembrar que estamos lendo um livro pactual. E documentos pactuais normalmente concluem comum a maldição de inscrição pactual. Vemos essa maldição em Deuteronômio 4:2 e 12:32, onde os israelitas são advertidos contra acrescentar à lei mosaica ou retirar qualquer coisa dela(cf. Provérbios 30.5-6). Da mesma forma, vemos o mesmo tipos de maldição na conclusão do Novo Testamento em Apocalipse22.18-19 – “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”. Esta forte admoestação, no final de toda a Bíblia, é um lembrete forte de que não devemos acrescentar nada à Escritura – para torná-la melhor, mais segura ou mais de acordo com as nossas suposições – e não devemos retirar nada dela, mesmo se a experiência, revistas acadêmicas ou o humor da cultura insistir que devemos.
Terceiro, visto que a Bíblia é suficiente, podemos esperar que a palavra de Deus seja relevante em todos os aspectos da vida. Deus nos deu tudo o que precisamos para a vida e a piedade (2 Pedro1.3) porque a Escritura é suficiente para nos tornar sábios para a salvação e santos para o Senhor (2 Timóteo 3.14-17). Se aprendermos a ler a Bíblia para baixo (em nossos corações), do outro lado (o enredo da Escritura), para fora (para o fim da história)e para cima (para a glória de Deus, na face de Cristo), descobriremos que cada parte da Bíblia é proveitosa para nós. Afirmar a suficiência das Escrituras não é sugerir que a Bíblia nos diz tudo o que queremos saber sobre tudo, mas que ela nos diz tudo o que precisamos saber sobre o que mais importa. A Escritura não oferece informações completas sobre todos os assuntos, mas em todas as disciplinas que ela trata, só diz o que é verdadeiro. E, em sua verdade, temos conhecimento suficiente para abandonar o pecado, encontrar o Salvador, tomar boas decisões, se Deus quiser,e chegar à raiz dos nossos problemas mais profundos.
Quarto, a doutrina da suficiência das Escrituras nos convida a abrir nossas Bíblias para ouvir a voz de Deus. Não muito tempo atrás, eu estava em um grupo de aconselhamento da denominação onde nos foi dito para encontrarmos nossas “normas”como uma comunidade. Quando sugeri que a nossa primeira norma deveria ser testar tudo à luz da palavra de Deus, foi-medito – e isto é uma citação exata – que “não estamos aqui para abrir nossas Bíblias”. O objetivo do grupo, aparentemente, era que nós ouvíssemos nossos corações e uns aos outros, mas nem tanto de forma que ouvíssemos a Deus. Mais tarde, na mesma reunião denominacional, um pastor da América do Sul abordou todo o corpo. Ao perceber uma propaganda na parte de trás sobre um evento em que iríamos “descobrir” a visão deDeus para a nossa denominação, o homem disse: “Descobrir? Espero que vocês encontrem o que estão procurando. E tentem não demorar muito”. Foi uma alfinetada bem colocada em relação à tendência na Igreja Americana de planejar, e sonhar,e esquematizar, e projetar uma visão, e se envolver em discernimento mútuo, tudo enquanto, ao mesmo tempo, a clara voz de Deus permanece negligenciada em nosso colo.
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19 de dez. de 2014

Sintomas de uma igreja que abandonou a suficiência das Escrituras

Por Jackson Amorim

Paulo Anglada em seu livro Sola Scriptura diz: “Uma igreja sem confissão é semelhante a um partido sem ideologia, a uma sociedade sem estatuto, ou a um país sem constituição. Não há coerência, nem unidade, nem estabilidade, nem fidelidade, nem disciplina”. Diante desta afirmação o que dizer de uma igreja sem as Escrituras? Quando falamos “sem as Escrituras” nos referimos à importância da mesma dentro da igreja como a única regra de fé, prática e conduta.

Quando uma igreja abandona as Escrituras ela torna-se incoerente, desunida, instável, infiel e sem disciplina. Antes de falarmos sobre essas características, faz-se necessária uma compreensão da origem da Escritura, sua autoridade e, consequentemente, sua suficiência.

1. Origem das Escrituras

A Escritura tem sua origem em Deus, logo sua natureza é divino-humana. Divino porque Deus quis revelar-se em palavras ao homem, e ao mesmo tempo humano, porque Deus falou por intermédio de homens. Homens estes separados e preparados por Deus para registrar todo o seu conselho, suficiente para o conhecimento da condição de pecador em que se encontra a humanidade, ao mesmo tempo que se faz necessária para que o homem seja salvo.

Hermisten Maia em um artigo intitulado “Introdução à Cosmovisão Reformada: anotações quase aleatórias (2)”, publicado na revista eletrônica Teologia Brasileira, faz uma citação de Gerard Van Groningen sobre a ação do Espírito Santo no processo revelacional das Escrituras:

“O Espírito Santo habitou em certos homens, inspirou-os, e assim dirigiu-os que eles, em plena consciência, expressaram-se na sua singular maneira pessoal. O Espírito capacitou homens a conhecer e expressar a verdade de Deus. Ele impediu-os de incluir qualquer coisa que fosse contrária a essa verdade de Deus. Ele também impediu-os de escrever coisas que não eram necessárias. Assim, homens escreveram como homens, mas, ao mesmo tempo, comunicaram a mensagem de Deus, não a do homem”. Sendo as Escrituras a mensagem de Deus para o homem, logo, ela é autoritativa.

2. Autoridade das Escrituras

Existem verdades fundamentais da fé cristã, tais como: Inspiração e Inerrância Bíblica, das quais toda formulação teológica dependem delas, desta forma são pressupostos essenciais na teologia. John MacArthur afirmar que uma compreensão certa da inspiração e da revelação é essencial para se distinguir entre a voz de Deus e a voz do homem.

A inerrância e a infalibilidade da Escritura são decorrentes da sua inspiração. O Espírito Santo inspirou homens para registrar a revelação de Deus livre de erros, sendo pois, uma revelação infalível, porque a revelação tem sua origem no próprio Deus, logo, ela possui autoridade. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver; a fim de que todo homem de Deus tenha a capacidade e pleno preparo para realizar todas as boas ações” 2Tm 3:16,17.

3. A Suficiência das Escrituras

“Embora as Escrituras não sejam exaustivas, elas são suficientes em matéria de fé e prática. Nelas o homem encontra tudo o que deve crer e tudo o que Deus requer dele para que seja salvo, sirva-o, adore-e e viva de modo que lhe seja agradável”. Paulo Anglada na página 189 do livro SOLA SCRIPTURA.

A história tem mostrado que a Palavra de Deus foi alvo de ataques, dentre os quais, a suposição de sua falibilidade. Hermisten Maia no artigo citado acima coloca que um ataque mais sutil permeou boa parte da história da Igreja, que é a concepção de que as Escrituras não são suficientes para nos dirigir e orientar.

Se as Escrituras têm sua natureza divino-humana, e sua autoridade está na inspiração, que é divina, logo tudo que o homem necessita em matéria de fé, prática e conduta, pode ser logicamente inferido.

Voltando ao ponto inicial, quando a igreja negligencia esses três aspectos: origem, autoridade e suficiência das Escrituras, aos quais está inter-relacionada, ela passa a apresentar os seguintes aspectos: não há coerência, nem unidade, nem estabilidade, nem fidelidade, nem disciplina.

A coerência da Igreja está na Escritura, nos ensinamentos dos profetas e no fundamento dos Apóstolos. “Porque ninguém pode colocar outro fundamento além do que está posto, o qual é Jesus Cristo!” 1Co 3:11. Uma igreja incoerente não está em conformidade com as Escrituras. Nos últimos dias tem-se observado nas igrejas brasileiras práticas exotéricas, místicas, que não condizem com o verdadeiro Evangelho. Isto ocorre quando a Palavra é colocada em segundo plano, onde as “experiências místicas” são colocadas acima das Escrituras, tornando-as autoritativas.

A unidade da Igreja está no fundamento, Jesus Cristo, o verbo encarnado. “Deus foi manifestado em carne, foi justificado no Espírito, contemplado pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo e recebido acima na glória” 1Tm. 3:16. Se a Igreja não tem a Escritura por suficiente, está sujeita a heresias.

Estabilidade se obtém quando se está bem fundamentado, e o fundamento já foi posto, Cristo Jesus. Em 1Tm 3:15, Paulo utiliza o termo coluna, que vem do grego stylos, como a coluna tem por finalidade sustentar o teto de um edifício, assim a igreja tem que sustenta a verdade. O outro termo utilizado pelo apóstolo é baluarte, expressa a idéia de estabilidade e permanência.

No Sl 119:9, o salmista faz uma pergunta vital aos jovens, mas que pode ser estendido a todos, “Como pode um jovem conservar-se puro o seu caminho?”. Podemos fazer outra pergunta: como pode um cristão ser fiel a Deus? O salmista dá uma resposta infalível que serve para essas duas perguntas, “...Vivendo-o de acordo com a Tua Palavra”. Quando a Palavra de Deus não é suficiente, não há como ser fiel, pois como nos orientaremos acerca dos preceitos de Deus?

 “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver” 2Tm 3:16. A disciplina é um ato de amor. Para exercer a disciplina é preciso ter um aferidor, e este aferidor é a Palavra.

Se a igreja possui ou adota outros meios de medida de conduta cristã, logo ela tem as Escrituras como insuficiente, incorrendo no perigo de proceder de forma não escriturística. É o que temos vivenciado no meio dito evangélico brasileiro. Práticas místicas, esoterismo, sincretismo religioso, dentre outras aberrações.

Nunca se cantou tanto e pouco se leu a Escritura. Vivemos em uma superficialidade teológica nunca vivenciada no Brasil. A pregação Cristocêntrica deixou de ser atrativa para muitos pastores. A mensagem da Cruz é muito dura para o homem hodierno segundo alguns ministros da Palavra. Precisamos resgatar a mensagem da Cruz. Precisamos colocar Cristo no centro das mensagens. É urgente o retorno as Escrituras, porém mais urgentes são homens comprometidos com Deus e com sua Palavra. Sola Escriptura.
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REFERENCIAS:

ANGLANDA, P.R.B., Sola Scriptura – A Doutrina Reformada das Escrituras / São Paulo – Ananindeua: Knox Publicações, 2013.
MACARTHUR, J. F., Os Carismáticos, São Paulo: Fiel, 1981.
COSTA, H.M.P., Artigo: Introdução à Cosmovisão Reformada: anotações quase aleatórias (2). Revista Teologia Brasileira.
BIBLIA King James (KJA), São Paulo – Abba Press