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3 de jun. de 2016

Bíblia, Estupro e Pena de Morte

Por Thiago Oliveira

Há uma semana que os noticiários estampam o caso bárbaro de uma jovem, de 16 anos, que teria sido estuprada por mais de 30 elementos, que sordidamente filmaram e publicaram as imagens. Algumas pessoas descobriram – posteriormente – que a jovem em questão exibia nas redes sociais um comportamento vulgar e postagens onde fazia apologia à “vida louca”, com direito até a ser fotografada com armas. O primeiro delegado que cuidou do caso, ao interrogar a garota quis saber se a mesma trabalhava para o tráfico e chegou a negar que ela tenha sido estuprada. O mesmo foi afastado e a nova pessoa que está à frente do caso diz não haver nenhuma dúvida de que o estupro, de fato, ocorreu. Alguns destes homens tiveram sua prisão decretada, um deles seria “namorado” da jovem.

Uma coisa precisa ser dita: nada no comportamento da jovem justifica o estupro. Absolutamente nada. Também não nos compete emitir opiniões precipitadas, como fazem alguns, alegando que o ato foi consentido. Isso quem vai apurar é a polícia, deixe que ela faça o seu trabalho de investigação. Como cristãos, devemos sentir tristeza por saber que o sexo é visto e praticado de uma maneira bestial por boa parte da sociedade. O movimento feminista pegou carona no caso para fazer panfletagem e lançou uma campanha nas redes sociais com os seguintes dizeres: “Eu luto contra a cultura do estupro”. O termo “cultura de estupro” é totalmente infeliz e não ajuda em nada as vítimas que já foram sexualmente violentadas. Em artigo publicado na revista Time (em 2014), sobre estupros nas universidades norte-americanas, a RAINN (Rape, Abuse & Incest National Network), principal organização que combate e luta na prevenção de estupros nos EUA, afirma que:

Nos anos recentes, tem havido uma tendência despropositada de culpar a "Cultura do Estupro" pelos extensos problemas de violência sexual nas universidades. Enquanto é útil apontar as barreiras sistêmicas para lidar com o problema, é importante não perder de vista um simples fato: o estupro não é causado por fatores culturais, mas pelas decisões conscientes de um pequeno percentual da comunidade de cometer um crime violento.[1]

Não existe cultura de estupro, não no sentido de que homens são estimulados a realizar ato tão espúrio. Até mesmo entre os criminosos o estupro é visto como algo condenável, e os estupradores ou ficam em celas separadas dos demais presos ou pagarão com a vida, sendo violentados e executados pelos próprios presidiários. O que existe é uma cultura que vulgariza o sexo e faz com que o corpo vire um objeto consumível e descartável. É inegável que a mulher sofre mais com esta “objetização”, mas não é a única. Dia desses, um “carinha fortão" tentou se promover postando uma foto usando um vestido curto, desafiando para ver se algum homem teria coragem de lhe estuprar por conta da roupa. Ele quis "surfar" na onda da campanha feminista que se alastrou nas redes sociais, mas daí várias MULHERES comentaram que ESTUPRARIAM ele. Ou seja: não é problema de machismo, mas sim uma questão que podemos chamar, endossando o termo da ortodoxia reformada, “depravação total”. Também podemos culpabilizar o feminismo por ver esse tipo de comportamento partindo das mulheres pós-modernas, pois, em seu discurso, o feminismo promoveu uma libertação sexual que serviu apenas para intensificar a objetização feminina e promover uma “cultura do sexo animalesco e irresponsável”.

Seguindo uma cosmovisão que esteja de acordo com a Escritura, umas das formas de se combater o estupro seria através da aplicação da pena capital, i.é., pena de morte.

Dizer isto é algo que choca muitos que professam ser cristãos, que acham incompatível o ensino do perdão e do amor com a execução penal. O choque é resultado de uma influência humanista (mesmo que inconsciente), além de ser uma confusão sobre o que pertence a esfera privada e o que seria cabível ao Estado. Segundo o apóstolo Paulo afirma, em Romanos 13, os governos são servos de Deus e portadores da espada para punir os malfeitores, não os deixando impunes. Obviamente que a espada aqui representa o poder coercitivo dos magistrados, que tem uma autoridade derivada do próprio Criador e Senhor para punir os criminosos. E nesta punição legal, a morte é o preço a ser pago em alguns casos.

Mais isso não fere o sexto mandamento que diz: “não matarás”? Muito pelo contrário, ele é um mecanismo para a preservação da vida, como diz um trecho do Catecismo de Heidelberg: “por isso as autoridades dispõem das armas para impedir homicídios” [2] .  Como dito anteriormente, é preciso distinguir o assassinato pessoal, por motivações escusas, o que proíbe o sexto mandamento, com uma atribuição governamental. O Catecismo Maior de Westminster (CMW) esclarece:

136. Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?

Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém. (ênfase acrescentada)

Gn 9:6; Ex 1:14;20:9,10;21:18-36;22:2; Nm 35:16,31,33; Dt 20.1-20; Is 3:15; Pv 10:12;12:18;14:30;15:1;28:17; Mt 5:22;6:31,34;25:42,43; Lc 21:34; At 16:28; Rm 12:19; Gl 5:;15; Ef 4:31; Hb 11.32-34; I Pe 4:3,4; I Jo 3:15; Tg 2:5,16;4:1.

A única justificativa para o assassinato pessoal - conforme o CMW - seria em caso de legítima defesa, onde numa situação de extremo perigo um cristão mataria para se defender ou defender uma pessoa próxima. Nos casos de justiça pública e guerra legítima, as ações pessoais estão imbuídas da representação governamental, ou seja, não se referem a motivação pessoal.

Outra coisa importante que precisa ser dita a respeito da pena capital é que ela antecede a lei mosaica. Quando Deus ordenou que Noé recomeçasse a exercer o mandato cultural, que seria povoar a terra e exercer sobre ela domínio, deu-lhe a incumbência de executar homicidas (Gn 9.6). Deus fez isso por considerar a vida sagrada e não deixar impune aquele que a violar. É uma forma de inibição para que não se haja o intento de prejudicar o próximo, o que corrobora com a lei do amor, pois quem ama não intenta o mal contra o seu irmão. Os textos de Gn 9.6 e Rm 13.1-5 nos dão base para dizer que a pena capital é defensável em nossos dias[3] e que ela reflete o horror que a divindade possui diante do assassinato e da violência, coisas que em nossa atual conjuntura ficam impunes em muitos casos, pois, nossa legislação é frouxa. Até mesmo um serial killer pode voltar ao convívio social após passar algumas décadas encarcerado[4]. Sendo assim, há uma incoerência entre as nossas práticas jurídicas e a ordem divina.

Diante do que já foi exposto, segue mais uma dúvida: Mas a pena capital não seria restrita ao crime de homicídio? Leiamos Deuteronômio 22. 25-26: "Se, contudo, um homem encontrar no campo uma jovem prometida em casamento e a forçar, somente o homem morrerá. Não façam nada, pois ela não cometeu pecado algum que mereça a morte. Este caso é semelhante ao daquele que ataca e mata o seu próximo, pois o homem encontrou a moça virgem no campo, e, ainda que a jovem prometida em casamento gritasse, ninguém poderia socorrê-la" (ênfase acrescentada).

Vemos que para Deus a violência sexual é equivalente ao assassinato. O Catecismo de Heidelberg ao interpretar o sexto mandamento (na questão 105) diz que tal mandamento exige que “Eu não devo desonrar, odiar, ofender ou matar meu próximo”.  E na resposta a pergunta 136 do CMW, estão entre as proibições contidas no sexto mandamento “a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém”. Quando pensamos no estupro ou temos a oportunidade de ouvir um depoimento de quem o sofreu, podemos identificar as palavras “desonra, ferimento e destruição da vida”. Mulheres que passam por tal trauma, muitas vezes, não conseguem mais ter uma vida normal, tendo sonhos e projeções destruídas por conta da violência que sofreram.

À guisa de conclusão, punir estupradores com a pena capital está de acordo com a cosmovisão cristã pautada nos preceitos escriturísticos. Acabará com os estupros? Não. Mas não se trata de acabar, a questão é punir. Nenhuma lei é capaz de acabar com a infração, todavia, esse não é motivo suficiente para que as leis deixem de penitenciar – com justiça – quem as infringe. Além do mais, toda lei possui um caráter didático, que visa refrear aquele que maquina executar o que é expressamente proibido por temer a represália. Assim sendo, lutar para que haja maior severidade na punição dos estupradores é uma maneira legítima e sensata de combater essa prática horrenda. Falar em “cultura de estupro” pode até dar visibilidade a uma pauta ideológica, mas é só. O termo cunhado em nada contribui - eficazmente - para minorar o crime, exercer a justiça e apoiar as vitimas. 

______


[1] O artigo foi postado por Rodolfo Amorim em seu perfil pessoal no Facebook, e pode ser lido na íntegra aqui:

[2] Parte da resposta dada a pergunta 105 e que usa os seguintes versículos para respaldar a resposta: Gn 9:6; Êx 21:14; Rm 13:4.

[3] O que não seria defensável é a aplicação da pena capital com base na legislação civil de Israel, que foi uma teocracia temporal. Exemplo: não poderíamos executar aqueles que violam o sábado.  

[4] Caso de Pedrinho, o matador e João Acácio, o Bandido da Luz Vermelha, ambos soltos após cumprir 30 anos previstos na legislação penal. 

16 de mai. de 2016

Sexo, poder e dinheiro: cuidado com quem domina você

Por Mark Jones

Se você quer saber quem domina você, descubra quem você está proibido de criticar” (Voltaire)

Se as três irmãs da graça são fé, esperança e amor, também podemos dizer que as três irmãs da carne são sexo, poder e dinheiro.

Anos atrás, eu fui alertado sobre essas irmãs da carne.

Todos nós somos constituídos de maneira diferente em corpo e alma. E nossas constituições naturais alimentam desejos particulares, pois o corpo e alma possuem um relacionamento orgânico entre si. Além disso, a posição social de uma pessoa também tem implicações para os tipos de pecado que ela comete: aqueles que são prósperos são inclinados a certos pecados, aqueles que são pobres a outros. Aqueles que têm grande intelecto são inclinados ao orgulho. Os pais devem ser cuidadosos antes de chamar seus filhos de o próximo Einstein.

Certos pecados são mais dominantes em diferentes estágios da vida. Uma criança possui um coração que será inclinado a certos pecados somente mais tarde. Além disso, os desejos pecaminosos dos indivíduos duram de acordo com suas variadas vocações. Judas roubou porque ele era pecador, e também porque, como tesoureiro, foi colocado diante de uma oportunidade fácil de roubar.

Para responder à objeção de que certos pecados são contrários a outros e que os homens não são dados a todos os tipos de cobiça, Thomas Goodwin explica que as pessoas são inclinadas a diferentes pecados em diferentes estágios de suas vidas. Assim, o jovem pródigo pode tornar-se cobiçoso quando for idoso. Também é verdade que algumas pessoas têm antipatia por certos pecados, mas essa antipatia não é moral, mas física, “ou porque seus corpos não suportam ou por algum outro incômodo que eles veem naquilo” (Goodwin). Um hipocondríaco pode não visitar uma prostituta por temor de ficar doente, em vez de temor de Deus.

A tentação para Davi ter Bate-Seba foi fortalecida pelo fato de que ele podia ter Bate-Seba. Essa tentação para a lascívia foi obviamente diferente para Davi quando ele era velho. Se nós pudéssemos ter qualquer mulher que quiséssemos, provavelmente lutaríamos muito mais com tentação sexual do que fazemos. O quaterback bonitão da universidade normalmente tem tentações maiores com mulheres que o capitão-assistente da equipe de xadrez.

Talvez nós devamos agradecer a Deus agora porque não somos particularmente atraentes ou bonitos; nós podemos agradecer a Deus porque não desfrutamos de muito sucesso; nós podemos descobrir um dia que ele nos manteve pobre (ou com a aparência relativamente mediana) para nos salvar e guardar de muitos pecados.

Nós podemos não achar que dinheiro é tentação até que a porta para o dinheiro se abra um pouquinho. Logo, como um leão provando sangue pela primeira vez, a porta se abre, nossos bolsos começam a ficar cheios daquilo que nos controla, e estamos indefesos contra a putrefação que se iniciou. Tudo isso para dizer que não sabemos o quanto amamos o dinheiro até que se torne realmente uma tentação real. Fique alerta: aqueles que lhe dão dinheiro provavelmente também controlam você de alguma forma. E, assim, você rapidamente é incapaz de criticá-los de qualquer maneira, forma ou jeito. Você se torna cada vez mais cego, como os ídolos a quem você serve (Sl 115). Eu fico feliz que meu empregador é a igreja local e nenhuma organização tem controle sobre mim porque me pagam um monte de dinheiro.

Nós podemos não achar que amamos o poder até que tenhamos um gosto do poder. Tudo o que eu tenho visto até agora em círculos reformados tem somente me convencido que não somente o dinheiro corrompe, mas o poder corrompe ainda mais. De fato, quanto mais dinheiro, mais poder. Aqueles que estão no poder podem rapidamente cultivar uma cultura do medo. Como Voltaire disse, “Se você quer saber quem domina você, descubra quem você está proibido de criticar”. Eu acho que alguns de nós poderiam achar esse exame bastante desconfortável.


M’Cheyne disse bem: “As sementes de todos os pecados estão em meu coração e talvez o mais perigoso é que eu não as vejo”. Imagine ter amigos que realmente desafiarão você e lhe dirão que você está sendo estúpido!

***

Fonte: Reforma21

14 de nov. de 2015

A tolerância que Jesus não tolera

Por Kevin DeYoung

Cristãos não devem ser tolerantes com tudo, uma vez que Deus não o é. Nós podemos respeitar opiniões diferentes e tentar entendê-las, mas não devemos afirmar incondicionalmente e sem avaliação toda crença e comportamento, por que Deus não faz isso. Nós devemos amar o que Deus ama. Foi aí que Éfeso falhou. E devemos odiar o que Deus odiou. Aí que Tiatira falhou.

22 de set. de 2015

O problema da masturbação

Por Mark Jones

Há dois anos, em um acampamento para jovens da OPC (Igreja Presbiteriana Ortodoxa), eu tive o privilégio de abordar o tópico da masturbação, entre outros assuntos (por exemplo, Machen, Machen e mais Machen). Como alguns de vocês podem saber, a OPC é notória por mandar o pessoal da PCA (Igreja Presbiteriana da América, denominação do autor) fazer o trabalho sujo teológico deles. Mas eu divago…

9 de set. de 2015

Ashley Madison: Infidelidade

Por Mark Jones

Sabei que o vosso pecado vos há de achar. (Números 32:23)

Ashley. Madison.

Duas palavras que não serão esquecidas por milhões de pessoas enquanto elas viverem. Em algumas cidades, advogados de divórcio não estão sequer respondendo seus telefones. Hackers estão sendo celebrados e vindicados. Milhões de homens e mulheres estão em estado de pânico. Pessoas estão sendo chantageadas. O ativista e personalidade cristã Josh Duggar admite que é um hipócrita. E esposas e filhos de casais casados estão prestes a ter suas vidas arruinadas. Por quê?

16 de jun. de 2015

Vivificados Para a Morte

Por Thomas Magnum

“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria.”

Colossenses 3.5

“O que é central na mensagem cristã das boas-novas, o Evangelho para o mundo? Uma coisa somente, a morte redentora do Senhor Jesus Cristo”.

Francis Schaeffer

Ao lidarmos com a morte estamos tratando de algum tipo de separação, algum tipo de distanciamento necessário por algum motivo - seja ele evidente ou não. A morte física é a separação da nossa parte imaterial da nossa parte material; a morte espiritual é a separação de nosso ser interior, nossa alma, de Deus. Esse distanciamento de Deus nos destituiu da sua glória. Na sua glória existe vida e morte, a majestade e julgamento, o poder e a graça, santidade e luz. Mas as Escrituras não tratam apenas dos tipos de morte citadas acima, tratam também da morte do cristão, da mortificação de nossa natureza caída. E não é só isso, mas, como dizia Francis Schaeffer, trata da centralidade da morte.

7 de mai. de 2015

A ilusão do pecado oculto

Por Thiago Azevedo 

Muitas pessoas dão credibilidade, e até mesmo importância, ao tão famoso pecado oculto. Seções de cura interior, psicanálise cristã e outras práticas que são usadas na busca do descobrimento do tão famigerado pecado oculto. Vale salientar que algumas das técnicas psicológicas utilizadas por alguns “doutores da alma” cristãos, na busca da purificação da alma alheia acerca do pecado, nem sequer são mais usadas pela própria psicologia. Como é o caso da regressão. Ou seja, os ditos cristãos fazendo uso do resto e do lixo de outras áreas da ciência e trazendo esta bagagem funesta para o ambiente cristão. Na realidade o cristianismo não precisa e nem nunca precisou de tais procedimentos.

24 de abr. de 2015

Adão quebrou os Dez Mandamentos no Éden

Por Mark Jones
Quais mandamentos Adão quebrou no Jardim quando ele e sua esposa comeram da árvore que Deus ordenou não comessem (Gn 2.16-17; 3.6)? Creio que ele quebrou cada um dos dez mandamentos, e não apenas um ou dois mandamentos específicos (cf. Tiago 2.10).
Em sua incredulidade, quebrou o primeiro mandamento. Como o Reformador corretamente destacou, o primeiro pecado de Adão foi a incredulidade. Ele falhou em amar a Deus, e em lugar disso demonstrou um amor próprio pecaminoso. Ele estava buscando satisfazer-se. Seu pecado incluiu “incredulidade, falta de confiança, desespero, orgulho, presunção, [e] covardia”. Ele também falhou em depender do Espírito Santo. 

26 de fev. de 2015

Pecado: Caminho para a morte


Por Luciana Barbosa 

Quando olhamos para o homem, percebemos o quão mísero ele é, pois, faz de Deus um velho caduco e barbudo. Dá até para dizer que alguns pensam que Deus seja o Papai Noel, aquele que distribui presentinhos, quando todos fazem o que querem e mesmo assim são abençoados. O fato é que as pessoas pregam apenas que Deus é amor, que não é preciso obedecer a sua lei, nem seus preceitos. Por que será que o homem não leva a lei de Deus a sério? Por que será que para tudo existe um “jeitinho”? Por que será que os homens supõem que Deus não vai cumprir aquilo que determinou como uma ordem a ser cumprida? Quão dificultoso é para alguns entenderem que Deus é Santo e ama Sua glória, e que antes dEle amar o homem, Ele ama a Si mesmo. “Por amor de mim, por amor de mim o farei, porque, como seria profanado o meu nome? E a minha glória não a darei a outrem.” Is 48.11

Mas, isso não é de hoje, ao contrário, começou no Éden com nossos primeiros pais. A Palavra diz: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17). Esta foi a ordem, porém não foi o diálogo da serpente com a mulher: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: é assim que Deus disse: não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.” Gn.3.1-3

A ordem foi dada a Adão, entretanto, foi passada a Eva por Adão que certamente não alterou as palavras de Deus a respeito da árvore. No entanto, Eva muda as palavras de Deus em três lugares:

1- Ela omitiu as palavras “toda” e “livremente” de Gênesis.2.16;
2 - Ela referiu-se a árvore proibida pelo lugar (“meio do jardim” Gn.3.3), e não pelo que representava (“árvore do conhecimento que do bem e do mal” Gn.2.17);
3 - Ela acrescentou palavras à ordem de Deus “nem tocareis nele” (Gn 3.3).

Depois da resposta de Eva a pergunta de Satanás, este afirma que Deus não havia sido verdadeiro em sua ameaça de morte, ou melhor, chama Deus de mentiroso ao dizer: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis”. Gn 3.4

A ordem foi dada e por consequência o preço da desobediência; a Palavra do Senhor é clara em seus imperativos éticos, mas o homem prefere dar ouvidos às mentiras de Satanás, afinal, ele diz o que as pessoas querem ouvir, pois, ele oferece justamente aquela desculpa, aquele argumento ou até mesmo aquele versículo que está escrito naquele livro e isso me dá base para transgredir a ordem divina. O apóstolo Paulo é enfático quando diz em Romanos 6.23 “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Toda a Escritura é clara quando se trata de pecado, no começo o caminho pecaminoso parece perfeito, mas o final deste são caminhos de morte. O pecado só nos leva a um caminho que é o distanciamento de Deus e consequentemente morremos. Você pode estar pensando: Adão e Eva desobedeceram e não morreram, Deus afirmou que se eles comessem do fruto proibido certamente morreriam e não morreram naquele momento. Pois bem, a morte referida ali no Éden é espiritual e esta sim, aconteceu imediatamente quando Adão comeu. Podemos nos certificar disso quando lemos que os olhos deles abriram-se e perceberam que estavam nus. Foram expulsos do jardim, receberam maldições e novecentos e trinta anos depois eles morreram fisicamente.

Não é muito diferente hoje, os homens estão afundados nessa mentira e por isso vivem na prática do pecado, não creem na punição pela desobediência. Atente para o que a Palavra diz: “de Deus não se zomba”. Satanás negou que Deus haveria de punir o pecado e essa é uma mentira em que muitos ainda acreditam e que recebem por consequência a morte. Nunca esqueçamos da verdade, Deus é sempre verdadeiro e Satanás sempre mentiroso. Somente Cristo pode libertar o homem e livrá-lo da morte eterna.

E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. João 17.3

12 de jan. de 2015

A mensagem cristã agride o homem pós-moderno

Por Thiago Oliveira

“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno”.

Mateus 5.29-30.

INTRODUÇÃO – Vivemos num tempo em que homens comuns podem desfrutar de muitas coisas boas. Alguns trabalhadores assalariados de nossos dias tem uma vida mais confortável do que muitos que foram homens nobres no passado. Comodidade é um slogan atraente. Todos querem mais, fazendo menos, bem menos. No meio disso tudo, uma mensagem que fale que nem tudo vai tão bem quanto parece, que o homem deve se preocupar com a vida que leva, pois por sua conduta está perecendo, não é uma mensagem tão atrativa. O Evangelho que tira o homem de sua zona de conforto e diz: “mexa-se e abandone essa vida aparentemente boa, pois, Cristo vem e você precisa abrir mão de muitas coisas que considera legais” não é o que as pessoas anseiam ouvir. Tal como nos tempos de Jeremias, eles querem ser entretidos e consolados com palavras que dizem “paz, paz!”. Mas a verdade é que não existe paz (Jr 6.14) e quando todos acharem que estão seguros, a calamidade chegará, e não há ninguém que escape (1Ts 5.3).

Jesus Cristo, que para muitos é uma espécie de hippie da Palestina que pregava a paz e o amor, fala claramente aqui nestes versos sobre pecado e sobre inferno. Existem, atualmente, dois temas mais enfadonhos para nossa sociedade do que estes? Há dois conceitos que agridem mais ferozmente a filosofia do homem pós-moderno? Sabemos que a sociedade corre em direção oposta a este discurso. E o que devemos fazer? Escondê-lo? Atenuá-lo? Ou simplesmente esquecê-lo? Se você se diz cristão e se opõe ao conceito de pecado e a ideia de um lugar chamado Inferno que punirá todo o pecador, então saiba que você está a discordar do próprio Nazareno e se opondo ao Salvador, que nunca omitiu a verdade para obter a simpatia de seus ouvintes. Não nos importa se o Evangelho soe agressivo perante os homens, a nossa missão é propagar a verdade revelada na Palavra e assim glorificar a Deus e ao seu enviado, o Filho unigênito, aquele que é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6).

Tendo apenas estes dois versículos por base deste sermão, gostaria de refletir com a amada Igreja do Senhor sobre os seguintes pontos: O Homem, O Problema e O Destino. E que o Espírito Santo faça a Sua obra enquanto a Palavra é pregada para a edificação do corpo de Cristo e para confrontação dos que não confessaram Jesus como o Senhor de suas vidas.

O HOMEM

Quando Jesus fala nos versos 29 e 30, que o homem, se preciso for, deve se automutilar para que não seja condenado, ele está continuando o assunto sobre o adultério, iniciado no versículo 27.  Jesus diz aos fariseus que o mandamento que impede o homem de adulterar é muito mais profundo do que eles imaginavam. O adultério não é algo contado como pecado apenas quando consumado. O fato de cobiçar a mulher do próximo já atesta a culpa daquele que em seu coração maquina a infidelidade. De uma maneira subjetiva, Cristo define o homem tal como ele é. Daí podemos nos perguntar: O que é o homem?

Existem diferentes respostas para este questionamento. Podemos responder segundo a ótica das religiões orientais, podemos apelar para a ciência e as suas vertentes ou ficar com aquilo que a Bíblia afirma acerca do ser humano e sua composição. No nosso contexto, podemos focar na resposta científica, e depois confrontá-la com o ensinamento da Escritura Sagrada.

O homem, para um físico, nada mais é do que matéria. Um corpo sólido que está em movimento. Já o químico pode destrinchar essa matéria e dizer quais e quantas substâncias compõem o corpo humano. Todavia, a biologia, ou para ser mais preciso, a anatomia, irá estudar exaustivamente o corpo e dividi-lo: ossos, músculos, pele, membranas, vasos, artérias, líquido, células e por aí vai. Nenhuma dessas respostas atende aos nossos anseios. Nenhuma delas nos dá sentido de propósito. Então, surgem outros saberes derivados destes. A psicologia talvez seja a mais acionada para dar respostas as questões humanas. E o que ela diz?

De acordo com a psicologia, o homem é um animal racional (resposta alinhada com as demais ciências). Um ser que evoluiu, descendendo do macaco. A mente humana, este campo assombrosamente misterioso, é algo que emergiu deste processo e está ligado a natureza. Todo o impulso humano é uma ação conjunta da natureza e este não pode lutar contra ela. É por isso que para o mundo científico, o adolescente que se guarda para o casamento está errado. Por isso alguns psicanalistas dizem que a castidade frustra as pessoas, pois é uma ideia retrógrada que coloca a vontade do homem contrária a sua natureza. Este conflito deve ser encerrado e todo o apelo do corpo deve ser saciado, pois esta é a condição natural da qual se encontram todos os seres vivos, inclusive a espécie humana.

A resposta bíblica sobre a natureza humana é antagônica a da ciência. Jesus não vai associar o homem a um animal e nem lhe reduzirá aos seus membros. O homem está além disso. A sua mente não faz parte de um processo natural evolutivo. Ela foi criada por Deus (assim como todo o corpo) e é, segundo a Sua imagem e semelhança, eterna. Por isso que Cristo vai afirmar: “se teu olho te faz tropeçar, arranca-o e joga fora”. Tropeçar, no original grego é escandalizar, ser atraído por uma armadilha e cair, no caso o Pecado é a arapuca preparada para pegar os néscios. O homem, segundo o próprio Salvador nos assevera, possui uma consciência e dará contas a Deus por seus atos. Ele não pode dar uma desculpa esfarrapada e pôr na conta da natureza os seus erros.

A mente humana, ou melhor dizendo, a alma humana deve exercer domínio sobre o corpo. Assim Deus nos criou. Esta é a descrição antropológica verdadeira. O homem é um ser consciente, diferente dos animais que agem instintivamente. Ele é um ser moral, volitivo, e diante de Deus, prestará contas de cada um de seus pensamentos e atos que destoaram da Sua Palavra (Hb 4.12).  Todas as coisas ruins que assolam o homem, são derivadas de seus próprios pensamentos, ou seja, do seu íntimo, do seu coração (Mt 16.9). Isto nos leva ao segundo ponto desta mensagem.

O Problema

O que os homens precisam saber é que o pecado é o grande mal que os impede de viver plenamente. Quantos de nós não conhecemos pessoas que tem uma boa educação, dinheiro, fama, uma carreira sólida e mesmo assim são infelizes e nunca estão satisfeitas com nada? Alguns humanistas afirmam que o homem nasce bom, que ele é uma folha em branco e que vai sendo manchada a medida em que cresce na sociedade. Rousseau afirmou que quem corrompe o homem é a sociedade, mas esqueceu de refletir sobre quem foi que corrompeu a sociedade. O pedado é uma realidade. Sua entrada no mundo é descrita em Gênesis 3. Herdamos a natureza pecaminosa de nosso pai Adão e desde então vemos que por mais que o homem crie coisas notáveis, ele caminha a passos largos para a autodestruição, sempre guerreando e danificando o mundo que lhe cerca.

Nos dias de Noé, a iniquidade era tanta que Deus destrói aquela civilização para recomeçar a partir da família do profeta que construiu a arca e foi poupado do dilúvio. Depois que o pecado entrou, toda a inclinação do pensamento humano era para o mal (Gn 6.5). Não somos pecadores porque pecamos, pelo contrário, pecamos porque nascemos com o gene do pecado em nossas entranhas. Tal como Davi frisou em seu salmo eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). 

A coisa toda é tão horrenda que nossos membros, que são uma benção, foram todos contaminados ao ponto de o olho que deveria nos fazer contemplar as maravilhas das mãos de Deus, é algo que nos leva a cobiçar e nutrir os maus desejos, desagradando ao Criador. A mão que nos foi dada para que pudéssemos trabalhar e da terra tirar o nosso sustento, agora toca a impureza e nos leva a obscenidade. Os pés, obras de Deus para nos levar em qualquer direção, teimam em nos conduzir até locais onde o nome do SENHOR é profanado e a imoralidade reina. O que fazer com tais membros? Jesus nos aconselha lançar mão deles. É melhor chegar maneta ou caolho no céu do que esteticamente perfeito no Inferno. E aqui chegamos ao último ponto deste sermão.  Um ponto crucial que diz respeito as coisas eternas.

O DESTINO

Por duas vezes Cristo fala sobre o Inferno. Ele usa de um recurso que todo o rabino se utilizava: a repetição. De acordo com a pedagogia rabínica da época, para dar ênfase a uma ideia, repetia-se ela. Cristo então, repete o ensinamento de que é preciso arrancar aquilo que te leva até o pecado e consequentemente te condena. A amputação aqui não é literal. O uso de hipérboles era uma marca da pregação messiânica. O conceito é o de que é preferível agredir a si mesmo e desprezar a vontade natural para não pecar contra Deus. Os teólogos ao longo da história cunharam o termo “mortificação do pecado”. O apóstolo Paulo tratou disso ao dizer “Mas esmurro o meu próprio corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de haver pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1 Co 9.27).

O Inferno é real e não podemos negá-lo com tantas evidências bíblicas que falam sobre ele. Talvez ele não seja como no ideário popular (Um forno cheio de caldeirões onde os demônios com seus tridentes e chifres vermelhos atormentam os pecadores). Mas que ele será um destino doloroso e insuportável, disso a Bíblia não nos deixa dúvidas. O Inferno é estar no estado de danação, banido da presença de Deus e isto em si já é uma tortura, pois como falou Agostinho: “Tu nos criastes para ti mesmo, e nossos corações não tem sossego enquanto não acham descanso em ti”.

Romanos 3.23 vai afirmar que todos pecaram, e por isso estão destituídos da glória de Deus. Esse destino é inevitável para todos os pecadores. Não podemos deixar de ensinar essa verdade. Fazer isso não é sábio. Se a ideia de pecado e Inferno forem retiradas da proclamação do Evangelho, não existe motivos para chamarmos os homens ao arrependimento. Ninguém sentirá a necessidade de ser salvo por Cristo e cegos, continuarão se aproximando do abismo, sem reconhecer que necessitam apelar para o único que pode evitar que o homem seja consumido pelas chamas infernais: Jesus Cristo, que morreu para dar vida a todo aquele que crer nesta mensagem a qual chamamos boa-nova.

CONCLUSÃO – Diante de nós estão os elementos da Santa Ceia. Pão e vinho significam o corpo e o sangue do Cordeiro que foi morto para perdoar pecados. Nada disso fará sentido se a Igreja deixar de falar sobre aquilo que tratamos neste sermão. Você, pecador que não se deu conta da sua perdição e estado deplorável: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele não está morto. Ele vive. E aqui estamos celebrando também a sua vida e a vitória sobre a morte, sobre o pecado e sobre o Inferno. Fazemos isso até a sua aguardada volta.

Para concluir, devo lhes dizer que há esperança para o pecador arrependido. Muitos homens irão escapar das garras de Satanás pelo mérito de Cristo. Sua morte e ressurreição serviram para nos levar a presença de Deus-Pai, e nós temos motivos de sobra para louvar a Deus. O que estou tentando lhes falar, talvez seja melhor entendido utilizando-se da resposta a primeira pergunta do Catecismo de Heidelberg: Qual é o seu único consolo na vida e na morte?

Que não pertenço a mim mesmo,1 mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3 Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso4 e libertou-me de todo o domínio do diabo.5 Ele também me guarda de tal maneira6 que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;7 na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação.8 Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna9 e faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.10

1. 1Co 6.19, 20. 2. Rm 14.7-9. 3. 1Co 3.23; Tt 2.14. 4. 1Pe 1.18, 19; 1Jo 1.7; 2.2. 5. Jo 8.34-36; Hb 2.14,15; 1Jo 3.8. 6. Jo 6.39, 40; 10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. 7. Mt 10.29-31; Lc 21:16-18. 8. Rm 8.28. 9. Rm 8.15, 16; 2Co 1.21, 22; 5.5; Ef 1.13, 14. 10. Rm 8:14.

A Deus toda Glória! 

8 de out. de 2014

Quando Deus Salva um Pecador

Por Thomas Magnum


Ao ler um título como esse a ideia imediata é imaginarmos que o texto falará de alguém que foi salvo. Pensamos em alguém que tinha uma vida devassa e desqualificada, um homem beberrão ou uma mulher que é envenenada pela sensualidade, luxúria e prostituição. Quando imaginamos alguém sendo salvo e mudando de vida imaginamos as piores pessoas do mundo, aquelas que estavam à margem da sociedade, ou pessoas imorais ou mesmo viciados em algum tipo de droga ou em pornografia. Vem de imediato em nossa mente um politico corrupto, um traficante de drogas ou jovens que vendiam seus corpos em troca de dinheiro e drogas. Nesse imenso grupo ainda não deixaríamos de fora pessoas desonestas, bem a lista é enorme e talvez você tenha mais opções do que eu. Mas o texto não irá tratar dessas pessoas somente.

Ao falarmos de um pecador, me lembro que quando muito jovem ainda na adolescência saia com um grupo de irmãos da igreja Congregacional e íamos evangelizar, eu era um jovenzinho ainda e sem muita experiência em abordar pessoas para falar do amor de Cristo com propriedade, mas observava o pastor e o presbítero da igreja e também irmãos mais experientes fazerem o trabalho, eu ficava maravilhado com a paixão que eles falavam de Cristo para as pessoas, e como muitas delas visitavam nossa igreja e eram chamados pelo Senhor e alcançados pela graça de Deus. Até que um dia algo me marcou, estamos fazendo o trabalho costumeiro de visitar pessoas não cristãs e falar-lhes o evangelho, quando em uma dessas visitas quando um irmão estava falando alguém disse: eu não sou pecador! “Eu pago meus impostos, sou pai de família, amo meus filhos, eu não sou pecador!”, aquilo foi algo que chamou minha atenção. O que ocorre é que muitos pensam que ser pecador é realizar atos levianos como mencionei no primeiro paragrafo.

Quem é Pecador?

Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Romanos 3.23 Podemos ver que a Bíblia diz que todos os homens estão debaixo do julgo do pecado, são pecadores. E ainda diz mais:

Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem, porém, mantém-se em desobediência ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. João 3.36

Diz-nos que, além de sermos pecadores, sendo pecadores estamos debaixo da ira de Deus. Bom até agora não vemos nada na Bíblia que absorva o homem por suas ações, o homem não deixa de ser pecador por suas ações, ou ele não se torna pecador, o homem é pecador!

Vejamos mais um versículo:

Eu nasci em iniquidade, e em pecado minha mãe me concebeu. Salmos 51.5

E ainda:

Mas as vossas maldades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouveIsaías 59.2

Veja o que a Bíblia nos diz, somos pecadores, somos maus. As obras de um homem sem salvação são pecado também, ainda que sejam repletas de boas intenções.

Todos nós somos como o impuro, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia. Isaías 64.6

Esses versículos nos mostram nosso retrato exato, sem edições, essa é uma fotografia divina do ser humano, Deus é quem está dizendo que nós somos. Você é uma boa pessoa? Mas, não esqueça você é um pecador!

No entanto de que precisamos ser salvos? De que ou de quem?

Primeiramente, lemos em João 3.36 que aquele que é pecador é inimigo de Deus e está sob sua ira, quando somos misericordiosamente salvos somos salvos de sua ira.

Assim, agora justificados pelo seu sangue, muito mais ainda seremos por ele salvos da ira

Romanos 5.9

Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes; eu não vim chamar justos, mas pecadores. Marcos 2.17

Ele também nos salvou dos nossos pecados, ele nos libertou do império das trevas:

Ele nos tirou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado.

Colossenses 1.13

O homem pode então fazer alguma coisa para ser salvo? Não. Diante disso tudo desse desenho preciso que a bíblia faz do homem e mostra que ele está desesperadamente distante de Deus, logo deduzimos que é impossível o homem ser salvo? Humanamente sim. Mas, “porque para Deus nada é impossível”. Lucas 1.37

Se ao ler esse texto você entende a situação do homem, sua miséria e desgraça numa vida sem Deus, você pode me perguntar o que fazer então?

Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os confins da terra; porque eu sou Deus, e não há outro. Isaías 45.22

Olhe para quem pode salvar, não há salvação em nenhum outro, pois debaixo do céu não há outro nome entre os homens pelo qual devamos ser salvos (Atos 4.12).

Deus providenciou a salvação aos seus eleitos, porque ele salvará seu povo dos seus pecados. 

Mateus 1.21

Somente Cristo pode salvar um Homem pecador.


E o que acontece quando Cristo salva o homem?

Ele é regenerado e feito herdeiro de Deus - não por méritos de atos de justiça que houvéssemos praticado, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar da regeneração e da renovação realizadas pelo Espírito Santo, que ele derramou amplamente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que, justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. Tito 3.5-7

Ele é uma nova criatura - Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas. 2Co 5.17

Ele é um servo de Deus - Pois, será que eu procuro agora o favor dos homens ou o favor de Deus? Será que procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando a homens, eu não seria servo de Cristo. Gálatas 1.10

Ele faz parte do povo de Deus - Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. 1Pe 2.9

Que o Senhor abençoe sua vida, que o Evangelho seja real para você. Salvação somente em Cristo, creia nisso!