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30 de jan. de 2017

Livros para você ler no presente ano


Olá pessoal!

Janeiro acaba hoje, mas o ano de 2017 ainda tem mais onze meses. Então se você está chateado por não ter começado suas leituras, ainda dá tempo de ler um bocado. E visando ajudar as pessoas dando algumas indicações, nossa equipe se juntou novamente para recomendar livros que já leram e que consideram importantes. A lista está bem diversificada, com livretos, livros mais densos e até mesmo obra não teológica. 

Sem mais delongas, vamos as indicações!

Thomas Magnum recomenda Oração - Experimentando intimidade com Deus


Timothy Keller é um dos grandes escritores evangélicos do nosso tempo. Seu ministério em Manhattan na Redeemer Presbyterian Church, onde é pastor, tem gerado frutos pelo mundo todo. Seu trabalho como escritor reflete muito do seu trabalho como pastor. Esta obra que indico é um dos mais recentes lançamentos do autor em português da Editora Vida Nova. Um livro que com certeza vale a leitura pela sua característica devocional e teológica. O autor como é de costume em seus livros, inicia falando sobre a realidade e necessidade da oração no coração de todos os homens e empreende uma pesquisa sobre o fator oração com dados interessantes. Depois passa a desenvolver a temática com maestria. Keller trabalha os ensinos bíblicos sobre o assunto, citando  Agostinho, Lutero e Calvino também.

Luciana Barbosa recomenda Evangelização


O livro de J. Mack Stiles é parte integrante da série 9Marcas construindo igrejas saudáveis Seu subtítulo instigante é “como criar uma cultura contagiante de evangelismo na igreja local”. Um livreto de 136 páginas, no entanto gigantesco em conteúdo. Ele o motiva como igreja a anunciar as boas novas de salvação como de fato a Escritura nos ordena a fazer.

Morgana Mendonça recomenda São Basílio - Carta aos jovens sobre a utilidade da literatura pagã




Indico com grande entusiasmo o livro da editora Ecclesiae. Seguido de duas homilias sobre o desapego das coisas mundanas e sobre a humildade. Um livro pequeno, contudo é carregado por uma nobreza admirável. São Basílio foi um grande estudioso, tornou-se bispo de Cesaréia (370), mordomo de uma mente brilhante, seus escritos tem como propósito marcar nosso coração, consequentemente nossa vida. Sua pena desenvolve com maestria argumentos em favor da utilidade da leitura dos clássicos gregos que sofriam muitas críticas devido aos seus elementos contrários à doutrina cristã. Ele ensina como devemos tirar proveito, isto é, reter o que é bom e relevante para a doutrina bíblica. Conselhos virtuosos, princípios morais e grandiosos exemplos de virtudes, tudo isso é apontado por Basílio como sólido conhecimento para o jovem estudioso. Recomendo a leitura, inclusive analítica, desse livro.

Felipe Duarte recomenda Sola Scriptura e o Princípio Regulador de Culto


Brian M. Schwertley é Mestre em Divindade e disserta nesta obra sobre o padrão cúltico reformado à luz das Escrituras. Em outras palavras, segundo o pastor, o Princípio Regulador do Culto abrange não uma maneira entre tantas de cultuar o verdadeiro Deus, nem a melhor ou principal delas. Mas aponta para a única forma de cultuá-lo. Assim, “... os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” João 4.23

Hugo Wagner recomenda Igreja Intencional


É um livro fruto do ministério 9Marcas do qual Mark Dever é diretor Executivo. O mesmo reflete a atividade ministerial prática da igreja Batista de Capitol Hill, da qual o Mark pastoreia na cidade de Washington, D.C. O livro teve a sua primeira edição em português em 2008, com o titulo “Deliberadamente igreja”, sendo essa a tradução mais fiel ao titulo em Inglês, tendo uma nova edição no ano de 2015 com o titulo supracitado. Nós recomendamos esse livro a todos os lideres e pastores, principalmente aqueles que estão começando o ministério. Entendemos que o mesmo não é uma formula para o sucesso da igreja; mas um manual prático de como administrar a igreja local de forma saudável em todas as suas atividades diárias, tendo sempre e unicamente as Escrituras como fonte e alicerce de todo trabalho. O texto nos conduzirá a um aprofundamento de como devemos organizar e tratar a estrutura da igreja, o seu caráter, a sua forma, o seu conselho Eclesiástico, a sua membresia, a sua adoração e a sua missão proclamadora. Eu entendo que esse livro é um texto necessário para os que desejam uma igreja comprometida com o padrão bíblico, e que querem vivenciar de forma prática e saudável um verdadeiro crescimento.

Thiago Oliveira recomenda Invasão Vertical dos Bárbaros


O livro do filósofo Mário Ferreira dos santos é um manifesto, e denuncia o projeto que busca solapar a cultura através de uma invasão na própria cultura - onde o barbarismo se camufla de civilizado e propaga seus baixos ideais. Dentre o que se denuncia, o autor - que publicou a obra nos idos dos anos 60 - já alertava sobre a exploração da sensualidade, a valorização do corpo em detrimento da mente, a disseminação do mau gosto (como se a estética não tivesse relação com a ética), as acusações contra o cristianismo, as blasfêmias, a leniência com relação aos criminosos, o aumento da juventude transviada, a desvalorização da inteligência, a repetição e a desumanização do homem. Enfim, obra essencial que precisa ser lida e disseminada.

Samuel Alves recomenda A Bíblia e o Futuro


Indico esta obra do Anthony A. Hoekema, editado pela Cultura Cristã, por ser um livro que esclarece alguns temas escatológicos de acordo com a revelação bíblica. Como diz o pastor Jonas Madureira, este é um daqueles livros que você não pode passar dessa vida sem ler.

17 de jan. de 2017

Não tomemos o nome de Deus em vão

Por Samuel Alves

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” Êxodo 20:7. [i]

Eu sei que muitos cristãos se sentem constrangidos quando ouvem ou veem piadas que vão de encontro à fé que professam ou ao Deus que seguem. Neste texto nossa intenção é abordar a falta de observância de muitos cristãos que quebram constantemente o 3º mandamento sem observar a seriedade, severidade e exigência do mesmo. A observância e a obediência deste mandamento estão ligados estritamente ao nosso relacionamento correto com Deus, é o verdadeiro testemunho da santidade de Deus e, também, está relacionado ao nosso culto pessoal ao Deus triúno.

Neste 3º mandamento aprendemos sobre a santidade de Deus e que o mau uso do nome de Deus é irreverência. Todo cristão sério deve pensar e se expressar levando em consideração a devida sobriedade e reverência. Não se deve difamar o nome de Deus ou jurar falsamente em nome de Deus, nem muito menos usar piadas levianas levando o nome do Deus Santo. Somos instados pelas Escrituras a cultuar a Deus com a disposição de espirito que seja compatível com a dignidade e solenidade de tal exercício, levando em consideração a majestade de Deus com sinceridade, humildade e reverência. “Para temeres este nome glorioso e temível, o Senhor teu Deus” (Deuteronômio 28.58).

Precisamos entender que o nome de Deus diz muito a respeito de sua natureza e seus atributos. O nome de Deus é tomado em vão quando o usamos sem a devida consideração e reverência, quando lemos a Bíblia podemos observar que os serafins velam seus rostos diante da infinita majestade e glória de Deus. A.W Pink [ii] nos diz:

Existem apenas duas finalidades que podem autorizar o nosso uso de qualquer um de seus nomes, títulos e atributos: para a sua glória e para a nossa própria edificação e de outros. Qualquer coisa além disso é frívolo e perverso, não fornecendo base suficiente para fazermos menção de tão grande e santo nome, que é cheio de glória e majestade.

A citação acima aponta a seriedade e profundidade deste mandamento, precisamos afastar de nós toda hipocrisia. Precisamos destacar que é pecado seríssimo quando professamos hipocritamente em relação ao nome de Deus. O pecado do povo de Israel muitas vezes foi usar o nome de Deus e não obedecer à revelação contida neste nome, assim violava o mandamento.

O cristão deve levar em consideração a solenidade do nome santo de Deus, assim evitaríamos sermos chamados de levianos, irreverentes e praticantes do crime de perjúrio.  R. Alan Cole [iii] comentando a passagem de Exôdo 20.7, nos diz o seguinte:

Não tomarás... em vão. No judaísmo mais recente, esta proibição envolvia qualquer uso impensado e irreverente do nome YHWH. Este só era pronunciado uma vez por ano, pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o povo no grande Dia da Expiação (Lv 23:27). Em sua forma original, o mandamento parece ter-se referido a jurar falsamente pelo nome de YHWH (Levítico 19:12). Este parece ser o verdadeiro sentido do texto hebraico.

Ao voltarmos para o texto bíblico somos exortados a pensar seriamente e solenemente sobre nosso Deus e como nos relacionamos com Ele e com as pessoas em nosso dia a dia. É quase impossível andar nas ruas e não ouvir o nome de Deus sendo tratado com desprezo blasfemo. As novelas, programas televisivos e redes sociais são terríveis detratores do nome de Deus. Cabe a nós como povo de Deus, eleitos em Cristo, honrar e cultuar o nome santo do nosso Deus. Cessem todas as piadas e brincadeiras inoportunas usando o nome santo de Deus.

Portanto, a finalidade do 3º mandamento é afirmar a santidade de Deus. Não devemos profana-lo nem trata-lo irreverentemente. Este mandamento proíbe qualquer uso do nome de Deus de forma leviana, blasfema e insincera. Devemos reverenciar o nome divino porque tal nome revela o próprio caráter de Deus.

Soli Deo Gloria

***
[ii] Pink, Artur Walkington, 1986-1952. Os Dez Mandamentos; Tradução Claudino Batista Marra e Felipe Sabino de Araújo Neto – Brasília, DF: Publicações Monergismo, 2009. p.36.
[iii] R. Alan Cole, Exôdo. Ed. Vida Nova, 1981, p. 151.

20 de jun. de 2016

Deve o pastor ser teólogo?

Por Samuel Alves

Pode parecer absurda minha pergunta, eu reconheço! Após ler alguns livros do Kevin J. Vanhoozer fiquei regozijado e ao mesmo tempo um senso de responsabilidade surgiu. Comecei a refletir sobre o papel do pastor - principalmente como um teólogo público. O pastor evangélico é um homem que transita em todas as esferas da sociedade e se expressa teologicamente, este homem de Deus dá respostas, expõe as Escrituras e transmite todo o conselho de Deus. Criou-se uma caricatura de que pastor é um ser alienado, alguém que não estuda, que sequer sabe se expressar verbalmente e que a religião desse pastor é apenas experiencial e sensitiva. É claro que não se deve generalizar, a grande questão é que a algumas igrejas compraram esta ideia, principalmente as igrejas neopentecostais[1]. Para os neopentecostais só interessa a experiência, é evidente o desprezo pela doutrina. Já cansei de ouvir frases do tipo: “A letra mata, doutrina esfria a fé, o mais importante é a unção e etc.”. Todo esse conceito envolvido em uma dose de pragmatismo leva muitos pastores a reverem seu papel como teólogo público e negociarem a fé, por este motivo muitos pastores parecem administradores e marqueteiros da fé. Neste tempo de onde o pastor é tido com uma pessoa irrelevante volto meu olhar para a Bíblia e vejo que Deus deu pastores a sua igreja (Efésios 4.11). Mas quem são estes homens que Deus deu a igreja e o que Deus espera deles? Esta é a pergunta que deve estar em nossa discussão, vivemos uma crise existencial e isto faz muitas vezes alguns líderes desprezarem seu chamado enquanto outros abusam de sua autoridade. O Vanhoozer[2] faz uma citação excelente sobre este homem que Deus deu a igreja:

Eis o paradoxo central: o pastor é uma figura pública que não deve fazer nada para o próprio benefício, que não deve falar com o objetivo de atrair atenção para si, mas para longe de si – ao contrário da maioria das celebridades contemporâneas. O pastor deve apresentar alegações de verdade com o objetivo de ganhar pessoas não para a sua maneira de pensar, mas para a maneira de pensar de Deus.


Este é um grande ponto para reflexão e recuperação, muitos pastores vocacionados estão sendo enviados para o seminário com uma visão distorcida do ministério. Um dos meus conflitos como seminarista muitas vezes foi tentar conciliar aquilo que aprendi a luz das Escrituras na igreja local. Em alguns momentos percebi que a doutrina era desprezada em detrimento de um pragmatismo anti-bíblico, convivi com frases do tipo: “os irmãos não tem maturidade para ouvir isso, eles vão perder a fé e etc.”. Este é grande desafio que o pastor como teólogo público enfrenta: como fazer que a dona de casa, o médico, o pedreiro, o auxiliar de escritório compreendam o evangelho? Simplesmente pregando e ensinado todo o conselho de Deus!

Esta é a ordenança, o pastor deve ser apto ao ensino (1 Timóteo 3.2), ensinar a Bíblia é crucial para o trabalho pastoral, precisamos entender que lideramos usando o exemplo de Cristo e Cristo ensinava com autoridade, em Cristo encontramos a essência do ministério pastoral, vemos na pessoa de Cristo ensino e compaixão pelas pessoas. Jeramie Rinne[3] faz a seguinte observação em seu livreto:

O que é mesmo um pastor? A palavra grega poimen, traduzida por “pastor”, significa “aquele que apascenta/pastoreia”.  Poimen pode referir-se a quem apascenta em sentido literal, como pastores encontrados em nos campos, no relato natalino de Lucas. Com muito mais frequência, porém, poimen se refere a Jesus, nosso bom pastor. [...] Assim, o pastor é quem apascenta, e pastorear significa cuidar do rebanho. Não surpreende que o vocábulo português “pastor” provenha da palavra latina “pastor”, que significa... apascentador!

Voltando nosso pensamento para o Texto de Efésios 4.11 podemos concluir que pastor e mestre andam juntos para descrever um só ofício e papel. Os pastores devem ser pastores-mestres e servirem a igreja de Cristo, assim como um médico cuida da saúde de pessoas o pastor cuida da alma das pessoas ao cumprirem seu chamado, em nenhum momento a Bíblia desassocia doutrina e piedade, ensino e prática. A doutrina correta anda junta com a prática e a compaixão (ortodoxia, ortopraxia e ortopatia).

É neste ponto que destaco o papel da doutrina na vida do teólogo público. A doutrina é uma ajuda indispensável na caminhada da igreja em busca de maturidade e crescimento espiritual. A teologia não é apenas uma teoria abstrata e irreconciliável com a vida piedosa, precisamos entender que a piedade vem justamente com a doutrina correta aplicada em nosso cotidiano. Precisamos ensinar a igreja de Cristo que a doutrina permeará nossas atitudes e decisões éticas. A ética que ensinamos é a ética do reino de Deus e isto fara diferença substancial na vida dos santos e sua vivencia em comunidade.

Uma crítica que muito se ouve é que muitos pastores não vivem o que pregam.  É um ponto para pensarmos e avaliarmos: o que os crentes pensam de nós? Precisamos pautar nosso ministério no “De acordo com as Escrituras”, é claro que muitas vezes seremos acusados injustamente, o ponto que destaco aqui é a atitude de Neemias e o Cyril Barber faz a seguinte exortação em seu livro:[4]

[...] quando os inimigos de Neemias atacaram a sua pessoa ele sentiu instintivamente que estava perdendo o pulso da situação. Sua resposta, portanto, foi negar a acusação, entregar toda questão ao Senhor, e depender do fortalecimento divino para continuar a obra. Ela não gastou tempo tentando justificar-se. Levando os seus problemas ao Senhor em oração, deixando tudo nas suas mãos, ele preservou sua estabilidade emocional. Assim, ele estava apto a continuar com a construção e deixar para o Senhor a defesa de sua pessoa. Se ele não tivesse feito assim, teria gasto o resto do dia preocupado com os seus problemas... até que estes vencessem.

Em meio as críticas e acusações injustas deveremos ter compromisso com Deus e sua Palavra. O foco aqui não é a opinião pública e sim agradar o Senhor e fazer sua vontade. Muitos jovens pastores convivem com este problema, agradar a opinião de alguns membros da igreja ou a Deus, e aqui, mais uma vez me abrigo nas palavras do Vanhoozer:[5]

A teologia é uma ciência no sentido de que diz respeito ao conhecimento de Deus, mas talvez “ciência” não seja o melhor rótulo para descrever esse conhecimento ou a razão pela qual a doutrina é importante para os discípulos. No reino secular, ciência significa o domínio de algum campo resumido em um sistema de conhecimento. Saber alguma coisa cientificamente é ser capaz de controla-la, usá-la em nosso proveito. Ninguém “domina” o projeto de viver de forma abençoada com os outros perante Deus.

Este pensamento reflete bem as polaridades que muitos pastores vivem. Uns negligenciam o ensino doutrinário, pregam um evangelho humanista, antropocêntrico e abusam de sua autoridade. Por outro lado, outros se dobram ao sistema e opinião pública em detrimento de uma falsa piedade, é neste conflito que se perde totalmente a visão do que é o verdadeiro chamado do pastor-teólogo. Não fomos chamados para controlar as pessoas, fomos chamados para apascentar e ensinar. Como cumpriremos esta tarefa? Ensinando todo o conselho de Deus! Respondendo à pergunta inicial “deve o pastor ser teólogo?” Sim, deve. Aliás, para pastorear a igreja do Senhor é obrigatório ensinar.
Soli Deo Gloria!



[1] O neopentecostalismo ou terceira onda do pentecostalismo é um movimento sectário dissidente do evangelicalismo, que congrega denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais.

[2] VANHOOZER, Kevin J. O pastor como teólogo público: recuperando a visão perdida. São Paulo, Ed. Vida Nova. 2016. p. 34.

[3] RINNE, Jeramie. Presbíteros: Pastoreando o povo de Deus como Jesus; Tradução Rogério Portela. São Paulo: Vida Nova, 2016. p. 39.

[4] BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz. São Paulo: Vida, 2003, p. 90.

[5] VANHOOZER, Kevin J. Encenando o drama da doutrina: teologia a serviço da igreja; Tradução de A.G de Medeiros. São Paulo: Edições Vida Nova. 2016. p. 21.

13 de mai. de 2016

Adão e Cristo na Antropologia Reformada

Por Samuel Alves

A igreja brasileira carece de uma antropologia genuinamente bíblica e reformada, é de suma importância compreender na história da Salvação a origem do homem, a queda e os desdobramentos desta queda. Um enfoque apenas na queda seria inútil se não apontarmos para Cristo como o grande e único salvador. A tarefa do pastor/teólogo no estudo antropológico é mostrar a criação, a queda e a redenção do homem. Isto moldará nossa teologia e nosso evangelismo pessoal. Outro aspecto importante a ser destacado é este relacionamento entre Adão e Cristo dentro da revelação progressiva, a Confissão de Fé de Westminster faz a seguinte referência sobre este relacionamento[1].

III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.

Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14.

Portanto, veremos neste artigo que a antropologia bíblica esta interligada a cristologia. Na antropologia humanista o homem consegue se salvar, na antropologia reformada o homem é visto na perspectiva da queda. Ela vê o ser humano em estado de pecado, corrompido e dependente de um mediador. A filosofia humanista descarta os efeitos da queda e insiste que homem é neutro e pode tomar uma decisão em relação a Deus.

A ANTROPOLOGIA BIBLICA REFORMADA

Na antropologia bíblica e reformada o ponto de partida é a Escritura, vemos o homem através da revelação, percebemos todo o processo através da revelação progressiva: Criação, queda, redenção e consumação.

A ANTROPOLOGIA HUMANISTA

Na antropologia humanista o ponto de partida é o homem, vemos a referência à filosofia da moral humana, um conceito autônomo e longe das Escrituras e de uma revelação sobrenatural. Sabemos que o grande pecado de Adão e Eva foi pensar autonomamente e comer do fruto proibido.

1. O HOMEM EM ADÃO            

SOLIDARIEDADE DA RAÇA HUMANA

O homem foi criado por Deus em um relacionamento pactual em um estado de integridade (status integritatis), sua vida religiosa era de plena comunhão com Deus, esta vida tinha raízes na aliança. Em Gênesis 2.16-17, podemos ver o estabelecimento do Pacto de Obras e após a queda o Pacto de Graça, que mesmo sendo eterno é estabelecido na história da salvação em Gênesis 3.15.

A queda não foi uma simples “topada” como afirmam os pelagianos e semi-pelagianos, o homem não é um ser “neutro”. Através das Escrituras podemos perceber que a queda foi catastrófica atingindo toda a descendência de Adão, como escreve Paulo aos Romanos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; (Romanos 3:23 ACRF)”. Fica claro a solidariedade da raça humana, em Adão (representante federativo): herdamos o pecado, foi através dele que o primeiro pecado entrou no mundo e a consequência foi a morte para todos. Grudem[2]  faz a seguinte citação sobre a palavra “todos” no contexto de Romanos:

A ideia de que "todos pecaram" significa que Deus pensa de nós, pois todo pecado quando Adão desobedeceu, é ainda mais enfatizada nos próximos dois versos, onde Paulo diz: Antes da promulgação da lei, não era pecado no mundo. É verdade que o pecado não é levado em conta quando não há lei, no entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não o fez pecado por quebrar um comando, como fez Adão, que é uma figura daquele que havia de vir. (Romanos 5:13-14)

Este delito não foi um delito leve e simples, mais uma grave afronta contra Deus e sua lei, pecado este que, Deus puniu toda a descendência e lançou sua vingança sobre todo gênero humano, fica claro a herança deste pecado a toda a raça humana.

A despeito de toda argumentação da filosofia humanista, temos respaldo bíblico para defender a queda do homem e suas consequências. Podemos buscar apoio na exegese e perceber que no contexto de Romanos 5.18-19 a palavra “se tornaram” - verbo, aoristo, passivo, indicativo, 3ª Pessoa, Plural (um indicativo aoristo que sugere ação concluída no passado) - quando ocorre o evento da queda toda a humanidade fica debaixo do pecado. Podemos concluir que todos os membros da raça humana estavam representados em Adão e a partir da queda sofreram os efeitos noéticos do pecado.

2.  O HOMEM EM CRISTO

CRISTO MEDIADOR ENTRE DEUS E O HOMEM

Uma vez que todo homem pecou em Adão, Deus em sua soberania nos oferece um plano eterno de redenção em Cristo, após a queda, podemos ver um proto-evangelho em Genesis 3.15, onde Deus promete que o descendente da mulher ferirá a cabeça da serpente, Berkoff[3] faz a seguinte alegação de Cristo como redentor:

Na aliança da redenção, Cristo se encarregou de expiar os pecados de seu povo, sofrendo pessoalmente a punição necessária, e de satisfazer as exigências da lei pelo mesmo povo. E ao tomar o lugar do homem delinquente, ele se fez o ultimo Adão e como tal chefe da Aliança, o representante de todos os quanto o Pai lhe deu. Então, na aliança da Redenção, Cristo é o penhor ou o fiador e o chefe.

Seria necessário que o mediador fosse um verdadeiro Deus/homem, ciente de nossas necessidades, aprouve Deus em seu decreto eterno enviar seu filho unigênito para salvar o homem caído, através da antropologia vemos a inabilidade do homem e vemos em Cristo todo o cumprimento da lei. Cristo preenchia todos os requisitos para ser nosso salvador e redentor. Calvino[4] nas institutas da religião faz a seguinte citação:

Assim, foi preciso que o filho de Deus fosse feito para nós um Emanuel, um “Deus conosco”, de tal maneira que, por uma conjunção mútua, sua divindade e natureza divina fossem reunidas entre si. De outro modo, não haveria proximidade tão direta, nem afinidade tão firme, donde se daria a esperança de Deus habitar conosco, tão grande era a separação entre nossa sordidez e a suma pureza de Deus. Por mais que o homem se mantivesse afastado de toda a mancha, era muito miserável sua condição para que chegasse a Deus sem um mediador.

Aqui esta a base da eterna aliança da graça, a vida eterna só poderia ser obtida se as exigências da lei fossem cumpridas, como o ultimo Adão, Cristo cumpre a lei e obtém a vida eterna para os pecadores eleitos. Se em Adão herdamos o pecado, em Cristo, desfrutamos de uma reconciliação com Deus por causa de sua obra redentora e somos coerdeiros com Ele (Romanos 8.17).

CRISTO E ADÃO

O grande tempo da salvação raiou em Cristo, sua morte e ressurreição traz libertação dos eleitos do julgo do pecado, os filhos de Adão são libertos do poder das trevas e são transportados para o Reino de Cristo (Colossenses 1.13), Ridderbos[5], tece o seguinte comentário sobre o tempo da salvação em Cristo:
É nela que a era presente perdeu seu poder e domínio sobre os filhos de Adão e sobre todas as novas coisas que vieram. Por este motivo, também, todo o desdobramento da Salvação que raiou com Cristo remete sempre e de novo para sua morte e ressurreição, pois todas as facetas nas quais essa salvação aparece todos os nomes pelos quais ela é descrita, no fim, não passam do desdobramento daquilo que esse irromper de suma importância da vida na morte, do reino de Deus neste mundo presente, contém em si.

É neste ponto que vemos o ápice do relacionamento entre o primeiro e o ultimo Adão. Em Cristo temos a redenção, adentramos em toda riqueza do mistério do plano redentor onde Deus manifesta seu caráter trazendo luz à nova criação.

É em Romanos 5.12 que vemos o paralelo que Paulo faz entre Adão e Cristo, vemos o caráter abundante da salvação no tempo e na eternidade, Hendriksen[6] faz o seguinte comentário sobre a passagem:

Além disso, quando temos em mente que esse mesmo capítulo (5) não ensina apenas a inclusão de todos os que pertencem a Adão – ou seja, de toda a raça humana - na culpa de Adão, mas também a inclusão de todos os que pertencem a Cristo, na salvação adquirida por seu sangue (vv. 18, 19; cf. 2Co 5.19; Ef 1.3-7; Fp 3.9; Cl 3.1, 3), e que esta salvação é dom gratuito de Deus a todos os que, pela fé, se dispõem a aceitá-la, não teremos nada de que nos queixarmos.

A Bíblia está cheia de paralelos que demonstram este relacionamento íntimo entre Adão e Cristo, podemos ver a Escritura versando sobre o velho e novo homem. Neste relacionamento vemos claramente a aplicação da expiação limitada, o velho homem é entendido em um sentido individual e a aplicação da redenção é encaminhada ao homem. “Velho” e “novo” apontam para o tempo antes e depois da regeneração pessoal. Esse é o ponto em nossa antropologia: o homem caído sendo regenerado por Deus em Cristo.

CONCLUSÃO

Em Adão vemos um homem criado à imagem de Deus que ao usar a autonomia da razão peca contra Deus e come do fruto proibido, este pecado contamina toda a raça humana e as encerra debaixo do julgo do pecado - quão grande pecado! - culpa e condenação. Este seria o triste fim da humanidade, mas, Deus em sua providência desde os tempos eternos já havia providenciado antes da fundação do mundo um grande salvador. Este salvador foi dado por resgate em favor de muitos. É nos evangelhos de Marcos e Mateus que a palavra “resgate” (lytron) aparece. Naquela época este termo estava associado ao preço pago na compra de escravos, porém, Cristo deu sua vida em troca da libertação dos eleitos de Deus.

Em Cristo vemos a aliança da consumação. Se no antigo pacto o homem caiu em Adão, na nova aliança somos restaurados por Jesus “o ultimo Adão”. O propósito de Deus de redimir seu povo não foi frustrado pela queda, em Cristo, Deus estabelece uma nova aliança com seu povo e o traz para um novo relacionamento pactual. Nesta ultima aliança, Deus une todas as promessas através da história redentora e esta aliança suplanta as administrações das alianças anteriores, pois, aqui alcança o pleno cumprimento das promessas do Senhor ao povo da aliança: “Eu serei o seu Deus e vos sereis o meu povo”.

Em Cristo o homem pecador é regenerado e tem acesso a todos os benefícios do pacto, assim como o filho pródigo que volta para casa e tem seu relacionamento restaurado com seu pai, assim como filhos de Deus em Cristo, tomamos posse da herança eterna.


[2] GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática – São Paulo: Edições Vida Nova, 1999. p. 406.

[3] BERKOFF, Louis (1873-1957), Teologia Sistemática; traduzido por Odayr Olivetti. – 4ª Ed. Revisada – São Paulo: Cultura Cristã, 2012. p. 248.

29 de abr. de 2016

Indicação de Livros para Pastores



Alguns de nossos articulistas exercem o pastorado e tem contribuído para preservar e propagar a sã doutrina no âmbito da igreja local. Como muitos pastores e também candidatos ao pastorado leem o nosso blog, decidimos fazer uma pequena lista de indicações especialmente para aqueles que têm a honrosa e diligente vocação para cuidar do rebanho do SENHOR. Cada articulista indicou uma obra apenas, dando um total de cinco livros que como diz um outro pastor – Jonas Madureira – você não pode passar dessa vida para outra sem lê-los. Em cada endosso há o link para que você possa obter informações e também adquirir as obras. 

Vamos as indicações!



Paul Tripp é escritor profícuo, palestrante e principalmente pastor, e isso, o respalda para falar do assunto. Esse livro me surpreendeu! De forma prática e clara o autor trata de temas relevantes e reais da vida do pastor. Ele nos leva a fazer um autoexame constantemente de acordo com a progressão da leitura. O livro nos ajuda a olharmos pra nós mesmos, para o nosso coração a partir das Escrituras e identificarmos os nossos pecados. O mesmo nos confronta a todo instante, nos deixando desconfortáveis diante da exposição das nossas falhas e limitações. São momentos de autorreflexão que nos incentivam humildemente à mudanças. O mesmo trabalha temas diversos sobre a vida e ministério pastoral, sempre de forma expositiva; Ele Trata das nossas guerras, dos nossos medos e temores, de mentes brilhantes quanto à teologia, mas corações doentes, de uma identidade que precisa ser achada e tratada pelo espelho da Palavra, da Gloria própria que precisa ser eliminada, da pregação centrada em nós mesmo e de perigos diversos quê assolam o ministério pastoral. Esse livro me fez ver, a necessidade que temos de sermos pastoreados, como diz o autor: “que possamos desativar o nosso advogado interior, o eu, abrindo o coração para ser tratado”.



Gostaria de indicar este livro do John Sittema. Uma obra que aponta para os desafios que surgem no seio da igreja e como um presbítero deve agir. Esta valiosa literatura nos mostra a responsabilidade pastoral do presbítero e nos leva refletir sobre o resgate de uma liderança bíblica em nossas igrejas locais. 



Um livro importante que levanta uma reflexão e uma discussão salutar e profunda sobre o pastorado como um exercício de teologia pública não apenas numa visão reducionista do termo como restringindo-o a uma teologia cultural, mas, um exercício teológico de atuação pública na pregação, visitação, aconselhamento pastoral e demais atividades relacionadas ao ministério da Palavra; como atuante na esfera pública não num âmbito rasteiro, mas, amplo, largo, profundo e denso. O livro é uma leitura importante para pastores e seminaristas que desejam frutificar em seu serviço a Deus com uma teologia sólida e pastoral.


Fui presenteado com esse livro. Foi o primeiro que li após assumir o pastorado de uma igreja local. Partindo das orações de um ministro puritano (George Swinnock), o autor expõe os deveres e anseios pastorais para que redundem em maior glória a Deus. O livro ainda contém um sermão de Swinnock quando este se despediu de sua congregação. Em tempos de confusão sobre o que venha a ser um pastor fiel, este livro tenta resgatar as bases do pastorado, que são a fidelidade à Palavra e humildade. Como o velho puritano diz: “...o ministério pastoral não é uma escolha de carreira profissional. Ele é um chamado elevado e santo”.



Publicado pela Moody Publishers. Sabe-se que a Cultura Cristã publicará este livro ainda neste ano. Ele aborda questões já conhecidas como o chamado para o ministério e as diversas funções constituintes do múnus pastoral. Os capítulos de que mais gosto são: o de nº 6, em que os autores abordam a necessidade de o pastor continuar estudando; o de nº 10, sobre a responsabilidade pastoral na condução do culto solene; e o de nº 14, onde eles abordam, dentre outras coisas, o desencorajamento e as críticas enfrentados pelos ministros do evangelho. Certamente, quando for publicada em português, esta obra será de grande auxílio. Se você lê inglês, então leia-o.

5 de fev. de 2016

Nove Livros Que Você Precisa Ler em 2016



2016 ainda está no seu início. E aqui no país muitos dizem que as coisas só começam para valer depois do carnaval. Mas nós não nos encaixamos nisso, ok. Então: Você já começou ou já concluiu alguma leitura este ano? Não? Por que? Não tem ideia de qual livro começar? Bem, nós facilitamos um pouco para você com 9 indicações de livros que você não pode deixar de ler neste ano.

Confira a lista e boa leitura!


Samuel Alves indica O Espírito Santo


Uma compilação extraordinária do "Príncipe dos Puritanos" John Owen. Um livro que merece ser lido em caráter de urgência. Um clássico que o Owen escreveu para dar uma resposta ao racionalismo dos socinianos, ao misticismo dos quakers e ao fanatismo dos entusiastas que alegavam ter revelações diretas de Deus, heresias que existem em nosso tempo e precisam ser combatidas. Super indico este livro!

Morgana Mendonça indica A Doutrina do Arrependimento


Um livro da editora PES, de um grande orientador espiritual do século XVII, pastor e mestre puritano: Thomas Watson. Esse livro me impressionou e me impressiona todas as vezes que volto os meus olhos à sua leitura. Acredito no sentido de urgência da leitura desse texto, que tanto traz conhecimento como fala ao coração. Arrependimento não é algo muito ensinado nos nossos dias, a leitura afeta o leitor sobremaneira com palavras simples e uma honestidade intelectual vibrante. Uma afetada, como eu, só pode recomendar que seja uma leitura anual e programada.

Hugo Wagner indica Grandes Temas da Tradição Reformada


O livro que gostaria de indicar pra vocês é fruto de uma leitura direcionada, feita nas férias para compor o conteúdo da cadeira sobre teologia dos reformadores que irei aplicar nesse semestre no seminário. Organizado e editado por Donald K. McKim, que é um teólogo reformado, presbiteriano, americano e editor. Esse livro da Editora Pendão Real é um ensaio que nos fará entender os principais temas teológicos da tradição reformada. São textos de diversos autores reformados, que seguem duas categorias: A primeira é de uma investigação e desenvolvimento histórico dos principais temas da reforma. A segunda trata de tópicos teológicos na visão dos reformadores (João Calvino, Martinho Lutero, Ulrico Zuíngliu e outros). O enfoque do livro é teológico com uma orientação histórica da reforma. O autor nos coloca diante de diversos debates ocorridos na historia da tradição reformada dos mais diversos temas.     

Alan Rennê indica A Fábrica de Sonhos da Pixar


Escrito por um pastor protestante, este livro nos ajuda a percebermos as visões de mundo e os valores transmitidos por várias das animações do famoso studio Pixar. Filmes como Os Incríveis, Carros, Vida de Inseto, Up - Altas Aventuras etc. são examinados quanto a assuntos como: coragem, amor, ambição, amizade, família, justiça e muitos outros. Em dias de interação paroxísmica como produções culturais é imprescindível estar por dentro dos valores e filosofias transmitidos via cultura popular.

Luciana Barbosa indica Deus é Soberano


Um livro do grande teólogo A.W.Pink. Com certeza a soberania divina é uma das mais belas doutrinas, mas é também tão mal interpretada e ensinada nas igrejas, Pink traz este ensinamento de maneira fácil e compreensível. Tenho certeza que a leitura correta irá esclarecer e desmistificar o mau ensino da mesma.

Thiago Oliveira indica O Cristão e a Cultura


Esta foi a minha última leitura de 2015 e digo: foi a melhor do ano. O livro aborda a questão da arte, da vocação, do secular e do sagrado, das relações em família, tudo isso e mais um pouco de uma forma coerente e bíblica. O autor, Michael Horton, segue a linha reformada. Quem nunca leu que trate de ler e adquirirá uma excelente cosmovisão para viver no mundo, sem ser do mundo. Recomendaria mil vezes se necessário.

Felipe Duarte indica Introdução à Teologia Sistemática


Muito embora Cheung seja um teólogo pouco apreciado em alguns círculos reformados, seus argumentos nesta obra contém a mesma solidez, elucidativa e peculiar do autor, que vemos presente nos seus artigos. Como o Pb. Solano bem prefaciou: “só nos resta dar boas vindas a este livro”.

Thomas Magnum indica Heresia - Uma história em defesa da verdade


O livro é do conhecido escritor Alister Mcgrath que dispensa apresentações. O estrito trata de forma pontual do desenvolvimento da heresia na história do cristianismo desde os primórdios. O problema das controvérsias cristológicas e trinitárias e os documentos conciliares da cristandade. Um livro importante para quem gosta de áreas como teologia sistemática, heresiologia, história da Igreja, história do pensamento cristão e teologia contemporânea. Um diferencial no escrito de Mcgrath é uma aplicação dos efeitos e causas da heresia não apenas nos contextos teológico e eclesiástico, mas, sua extensão a priori e a posteriori na filosofia, sociedade e política.

Thiago Azevedo indica À Procura de Deus


Um livro do A.W Tozer que aponta as nuances e as entrelinhas da busca do homem moderno por Deus, mas que em meio a esta atividade acaba que criando novos deuses e ocupando o lugar que deveria ser único e exclusivo de Deus. Neste livro o autor permite o leitor sentir de perto a espiritualidade que provém de suas palavras como um verdadeiro desague.