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13 de jul. de 2016

Sobre leituras, conversas, perspectivas e comunhão

Por Thomas Magnum

O conhecimento não é apenas gerado pelo contato sensorial da visão. Em alguns casos de forma quase abstrata adquirimos conhecimento e não é uma obra do acaso é parte da similaridade, de uma obra de comparatividade epistêmica, uma sistemática que produz mais entendimento de fatos que desencadeiam clareza para compreensão de um nível maior de informação.

A alta cultura não se dá apenas pela mera leitura, mas, por um axioma vital, pela comparatividade de informações pelo pensar comparativo e analítico, cultura de nível literário nos mais variados campos do saber é gerada pela interface do pensar comparativo e analisador.

A medida que crescemos culturalmente é perceptível que nossas leituras se tornam mais amplas do que o visualizar páginas. Conversas, ouvir pessoas, entender seus argumentos e avaliar seus conceitos ainda que divirjam dos nossos é parte da vida intelectual saudável, sem necessidade de beligerância, sem demanda por hiatos relacionais, rompimentos trágicos. Por bem da verdade em muitos casos rompimentos trágicos são inevitáveis, mas, também por uma posição de elevada certeza da verdade vinda pelo saber.

A perspectiva nos proporciona uma pluralidade de possibilidades unívocas não necessariamente divergentes em dados casos, a perspectiva nos eleva a uma visão pluriforme de dados que nos possibilita decodificação larga, alta e profunda. Tal fato proporciona maturação analítica e pontua circunstâncias importantes para o cultivo de uma posição idônea no que se refere a honestidade da informação e a não proficuidade da desinformação que ignora a ignorância da falta de sapiência.

O conhecimento nos possibilita comunhão, vivência, sabedoria, energia para aglutinar, para semear, regar, cultivar. O saber parte para o comungar, partilhar, multiplicar o pouco para atender muitos.

7 de set. de 2015

As Vertentes do Marxismo Cultural - A Escola de Frankfurt

Por Thomas Magnum

Estamos diante de uma guerra. Não é um esforço armamentista somente. Não estamos empunhando metralhadoras ou granadas, mas, sem dúvida estamos diante de um campo minado. A investida para um ataque contra a moral e os bons costumes - a era pós-cristã - é somada a ideologias anticristãs que tem um subsídio historicista que visa o aniquilamento de toda tradição cristã e pretende sepultar de uma vez por todas as máximas do cristianismo. A guerra está alocada no campo das ideias, da intelectualidade, visando à aniquilação de todo padrão sustentador da ordem moral do país. Projetos como a ideologia de gênero, e incitação à vida sexual precoce de crianças, luta de classes, feminismo e outros mais, fazem parte da guerra cultural. Ligados principalmente ao discurso sexista emergem de um fosso fétido e calamitoso provindos de raízes ideológicas do marxismo cultural, herdado da escola de Frankfurt e de Antonio Gramsci que é a maior autoridade no discurso revolucionário culturalista. Chegando a um campo contemporâneo não posso deixar de citar um dos gurus de jovens universitários e professores comprometidos com a revolução cultural: Michel Foucault.

20 de jan. de 2015

Sobre Linguagem e Comunicação: Transmitindo o Evangelho da Graça

Por Thomas Magnum

O Evangelho é boa nova, boa notícia e isso nos leva a uma reflexão sobre a atual comunicação do Evangelho que tem sido extremamente prejudicada não somente pelas distorções doutrinais como pela mundanização do discurso, no sentido de obscurecimento da integralidade da mensagem. Dentro do campo de estudos da comunicação identificamos três pontos fundamentais: o emissor, o receptor e o diálogo. Evidentemente que o diálogo só poderá ser estabelecido quando a mensagem do emissor for inteligível ao receptor, dentro da inteligibilidade do receptor consequentemente ocorrerá à resposta a mensagem recebida tornando assim eficaz a comunicação dos indivíduos. Quando a mensagem contem entraves em sua transmissão ocorre o que chamamos de ruído, ela não chega com inteireza, clareza e eficazmente ao receptor.

Vivemos na era da explosão comunicacional e os meios de difusão da mensagem são multiformes. Essa convergência e pluriformidade de conteúdo e mensagem sofrem com isso interferências que são dissociadas do real significado da palavra, do discurso. Ao examinarmos casos breves nas Escrituras Sagradas podemos trabalhar em cima de exemplos práticos muito uteis a nossa reflexão aqui sobre a linguagem e a comunicação do Evangelho numa perspectiva missional para a igreja.

Podemos traçar uma linha do Gênesis ao Apocalipse quando falamos da comunicação da mensagem de Deus, afinal, foi o próprio Deus que iniciou o processo de comunicação com o homem na criação de Adão, Deus se relacionava com ele e lhe deu instruções e mandamentos como lemos no início do Gênesis. Mas, devemos notar que a comunicação era algo consideravelmente relevante para o Senhor na criação do homem que ele lhe deu uma mulher, o desenvolvimento dos nossos relacionamentos estão estreitamente ligados a um processo comunicacional, não apenas de palavras, mas, de sentimentos e fisicamente também. A comunicação não se restringe a um tipo de linguagem apenas, ela pode ser verbal e não verbal. Tomemos alguns exemplos: ao lermos a saga o Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien ou mesmo as Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis temos ali um tipo de linguagem verbal e não verbal também. Quando o escritor relata uma cachoeira, ou um rio que passa pelo cenário descrito por ele, ou mesmo um vento, o autor nos leva nesse momento a uma linguagem auditiva, imaginamos o barulho das águas ou do vento. Ao descrever Nárnia tomada de neve por causa da feiticeira branca, ou a mesa sendo quebrada na ressurreição de Aslam, Lewis nos leva a uma linguagem visual e auditiva, ao tratar de tempo frio ou quente um autor nos leva a uma linguagem sensitiva. Então a comunicação é pluriforme. Quando assistimos um filme em 3D somos levados a uma variável de comunicação visual, auditiva, sensitiva e até tátil, isso é muito interessante porque relacionasse a integralidade de nossos instrumentos de conhecimento, pelos nossos sentidos.

Então quando um pai proíbe seu filho de colocar o dedo numa tomada, expressando isso abaixando-se diante dele e dizendo: “não coloque o dedo ali, você pode morrer” esse tipo de linguagem inicial poderá ser intensificado de outras formas, quando o garotinho olha para o pai e vê que ele não está vendo e pensa em colocar o dedo na tomada, e então como por um susto quando levanta a cabeça pega seu pai olhando para ele, ele entende que há uma desaprovação do pai ao que ele pretende fazer, porque já ouve uma ordem para que ele não fizesse isso. A comunicação no segundo caso foi não verbal, mas, ouve comunicação e foi eficaz.

Quando lidamos com nosso ponto focal que aqui é nossa comunicação do Evangelho, de fato, a pregação ocupa um lugar ímpar, segundo a tradição reformada é um sacramento e ocupa lugar central no culto a Deus. Posto isso, é importante tratarmos aqui também em um ponto interessante numa perspectiva missional, isso desenvolvido a partir de concepção Kayperiana da soberania das esferas. Em seu excelente livro Igreja Centrada de Timothy Keller ele nos diz:

A igreja missional confirmará que todos os cristãos são missionários em todas as áreas da vida.

Portanto ao olharmos nosso legado na história da reforma, Deus era glorificado e isso era ensinado como desdobramento do mandato cultural, social e espiritual em todas as esferas – Política, artes, música, educação – não há uma ruptura entre o secular e o sagrado, tudo pertence a Deus, ele é Senhor do mundo e tudo que nele há. Fator interessante relacionado a isso é o ensino dos reformadores sobre a graça comum, evidente que ao falarmos de revelação geral, não atribuímos totalidade salvífica a ela, mas totalidade condenatória, a revelação especial veio revelar a completude da revelação para a salvação através dos méritos de Cristo na cruz. Mas o interessante é que os cristãos abandonaram outras esferas, um exemplo disso é que muitas pessoas acham que estar engajado na obra de Deus é somente ser pastor, missionário, dirigente de louvor, diácono qualquer outra atribuição ligada diretamente à igreja e ao trabalho eclesial.

Ouvimos aqui ou ali alguém dizer que seu curso na faculdade é secular, e tratamos disso com uma dicotomia que as escrituras não apresentam. Quando os reformadores tratavam da questão vocacional e isso é bem interessante, eles não atribuíam o termo vocação somente como o catolicismo fazia aos padres, monges e freiras. Diziam que ser médico é uma vocação, ser sapateiro é uma vocação, ser pastor é uma vocação. Isso está ligado a doutrina pregada por Lutero e Calvino sobre o sacerdócio de todos os crentes. E essas vocações exercidas para glória de Deus comunicam o Evangelho da Graça. Como diz Nancy Pearcey em seu livro Verdade Absoluta: existe uma forma cristã de sociologia, de filosofia, de artes, de medicina, de agronomia, de história. Isso está ligado a nossa cosmovisão, nossa perspectiva cristã e essas coisas consequentemente desembocarão num processo comunicacional do evangelho.  Com essa perspectiva proclamamos o reino de Deus, que não é Senhor somente da igreja, mas, de toda a criação.

Ao fazermos uma leitura correta do Reino de Deus nas Escrituras notaremos a importância do entendimento da soberania das esferas. Existe uma autoridade sobre a família, que é uma esfera. Uma autoridade sobre o estado que é uma esfera. Uma autoridade sobre a igreja que é uma esfera, mas, todas as esferas são regidas por Deus. Uma esfera é independente da outra em um sentido governamental, mas, em outro sentido todas elas estão sob o mesmo Rei e mesma lei, a lei de Deus e no governo de Deus. E essa pluriformidade nos leva a entender que nisso há graça, há favor de Deus, há reino de Deus, há vidas transformadas pelo poder do Evangelho da Graça, graça invencível. Precisamos no Brasil amadurecer nosso entendimento de comunicação da graça, porque não é graça barata, é graça por Cristo. Então nossa linguagem deve alcançar não apenas nosso gueto, mas deve ser universal. A língua utilizada no Novo Testamento foi o Grego Koyné, a língua do mercado, a língua do povo, a língua de compra e venda do império na época. Nossa comunicação do evangelho não deve estar carregada de termos teológicos incompreensíveis, porque isso não transmite graça, sejamos compreensíveis, essa é a tarefa de uma igreja missional, ela comunica o evangelho a sua cultura, sem perder a ortodoxia e a firmeza teológica, mas, de forma eficaz, quem nos mostra isso é a Palavra de Deus, os profetas do Antigo Testamento falavam a língua do povo, temos que falar a língua do povo. Uma arte cristã comunica devoção a Deus, podemos destacar aqui os quadros de Rembrandt. Música cristã comunica fé, podemos mencionar Sebastian Bach. Ciência cristã comunica cristianismo, podemos citar Blaise Pascal. Filosofia cristã comunica as verdades de Deus podemos citar Agostinho. Política cristã comunica a glória de Deus, podemos citar Jhohannes Althusius.  

Mas não paramos aqui, algo que é preciso que atentemos é que muitas vezes no afã da comunicação imediata e eufórica, estamos respondendo questões que não foram perguntadas, aí a comunicação fica truncada. Em um processo proclamação de uma verdade é necessário sermos entendidos. E muitas vezes caímos num abismo semântico, na América Latina temos um fator muito interessante com música, e como disse Ziel Machado em uma palestra, “é possível sabermos como está o coração de um jovem, pela música que ele escuta”, note que esse processo deve-se a uma comunicação de via dupla, a mensagem comunica, ele recebe e emprega o que foi assimilado. Outro grande problema nosso é que não ouvimos, apenas despejamos nossa mensagem, mas, não atentamos para a necessidade expressiva do outro, aí muitas vezes a comunicação fica truncada também. Quando Paulo foi ao Areópago sua mensagem é proferida segundo a realidade daqueles homens, quando Jesus falou a parábola do semeador os ouvintes sabiam do que ele estava falando, quando o Senhor chamou os discípulos para serem pescadores de homens, eles identificaram, eles decodificaram a mensagem de Cristo. Isso é importante, a igreja deve responder a essas questões (1 Pe 3.15). Então tanto na comunicação verbal, como na não verbal devemos buscar a excelência, pois fomos dotados dos mais variados tipos de linguagens, e elas devem ser empregadas para a mensagem gloriosa do Evangelho. 

Em todas as esferas, em suas linguagens peculiares, deve-se comunicar o Evangelho da Graça, o Evangelho de Deus. Como dissemos no início o Evangelho é boas novas, devemos mostrar quais são as notícias ruins, para que falemos das boas. As boas notícias devem ser apregoadas em todas as esferas da vida. Boas notícias nos falam de comunicação, de linguagem. E nossa linguagem pode variar, mas, a fonte é a mesma – Jesus Cristo – O VERBO DE DEUS.

27 de nov. de 2014

As Técnicas de Mercado do Neopentecostalismo

Por Thomas Magnum

O objetivo de desenvolver pesquisa e denuncia do movimento neopentecostal, não é de invalidar a sinceridade de pessoas que religiosamente procuram respostas para seus problemas existenciais. Buscam tais respostas muitas vezes nas igrejas, o objetivo é de alertar aos males espirituais, sociais e familiares que tal pensamento religioso produz. É válido dizer também que sinceridade não é critério de veracidade, uma pessoa pode ser sincera, mas, estar no erro. Já fizemos uma análise do Sincretismo Neopentecostal, agora iremos pensar sobre seu interesse econômico e comercial. O mercado da fé tem sido sem sombra de dúvida um dos campos mais rentáveis no comércio moderno, movimentando milhões, tanto na frequência dos fiéis as suas igrejas ou na indústria cultural evangélica. Por isso iremos fazer uma análise comparativa com o mercantilismo e o atual pensamento comercial no campo do marketing. Então veremos que a mensagem e abordagem do neopentacostalismo são baseadas em técnicas e conceitos a muito utilizados no campo comercial e publicitário.
O mercantilismo ocorreu basicamente do século XVII até o século XVIII, estava ligado ao processo de monarquias nacionais do capitalismo comercial a serviço do estado moderno. O desenvolvimento de uma política econômica no mercantilismo tornou-se indispensável para a formação de uma monarquia absolutista. Esse avançar do mercantilismo se deu através das navegações dos povos europeus. A grande busca por metais era desenfreada e portadora de poder para negociações. Os espanhóis foram muito importantes nesse período, também pelo fato dos países ibéricos deterem grande parte dos metais da época. A balança comercial foi estabelecida pelos europeus para padronizar e dar um eixo ao negócio. Claro que os reis eram os maiores beneficiados com isso, visto sua preocupação em preservação e aumento da riqueza do reino.
A Negociata da Fé
Ao darmos um passo atrás na história no século XVI, veremos a insatisfação de muitos religiosos com o aparato mercadológico da igreja papal, sobe a égide de Leão X. O monge agostiniano Martinho Lutero discordou e veementemente denunciou a salvação por obras e as heresias e manipulações econômicas e comerciais da igreja. Na dieta de Worms lemos:
Concordas com o conteúdo ali escrito ou quer se retratar. Lutero, ressabido, pediu um tempo para responder. Foi-lhe concedido prazo de 24 horas. No outro dia, Lutero respondeu: “A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém!”.
Será que vivemos dias diferentes hoje? As descabidas conquistas mercantilistas continuam por aí atrás do ouro. Muitos já esqueceram como o Bispo Macedo comprou a Record? Muitos não querem ver a barganha em nome de Deus, da mesma forma que era feito no século XVI. Porque será que o culto a personalidade não tem sido refutado? O comércio da fé justificado por líderes que se dizem cristãos. Cantores publicanos, nicolaítas, adeptos de Balaão. Talvez você esteja dizendo, mas essa palavra é muito ofensiva, faço minhas as palavras de John MacArthur: Nunca suavize o evangelho. Se a verdade ofende, então deixe que ofenda. As pessoas passam toda a sua vida ofendendo a Deus; deixe que se ofendam por um momento. Deus não divide sua glória, “a minha glória não a darei a outrem”. Isaías 48.11.
"Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR". Jeremias 23.1.
Filho do homem profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Ezequiel 34.2.
A contínua sede de poder por parte de pastores que negociam a fé, que manipulam as ovelhas, que abusam espiritualmente delas e em alguns casos até fisicamente. Esse mercantilismo que guerreia através de técnicas de marketing, não para o crescimento do reino, mas para a construção de um império particular. Os escândalos continuam a aparecer, pastores milionários, lavagem de dinheiro, investimentos com o dinheiro da igreja, paraísos fiscais e por aí vai. Ao elaborar uma campanha de marketing temos alguns pontos que quero considerar.
O Marketing
Façamos algumas elucidações sobre estratégias de venda.
Geomarketing – É o composto do marketing, a forma que o mercado se organiza num espaço físico, analisando as variáveis.
Marketing direto – É uma forma de personalização de atendimento e produto.
Marketing concentrado – Busca obter resultados em determinado mercado. A empresa visa dominar o mercado.
Marketing cultural – Visa agregar valor para a imagem da empresa.
Marketing de massa – Tem o objetivo e atingir todos os consumidores de maneira única.
Poderíamos aumentar a lista, mas, é suficiente. Temos agora essa visão mapeada de algumas estratégias de marketing, podemos com isso compreender como o neopentecostalismo utiliza-se dessas ferramentas. Por isso, os veículos de comunicação de massa têm sido tão explorados por grupos neopentecostais.
Vemos que a antiga sede mercantilista ainda transparece no mercado comercial hoje, essa contemporaneidade é vital para a sustentação do comércio. Essa negociação está presente desavergonhadamente nas igrejas neopentecostais, que em seu sincretismo e paganismo tem prestado seu culto não ao verdadeiro Deus, mas, a Mamom. Desavergonhadamente manipulam e alimentam suas contas bancárias com a renda dos fiéis. Em uma reunião de uma igreja dessas, temos o momento de que parece um leilão. Quem pode dar R$ 1.000,00? Quem pode dar 500? 250? 100? Se você só tem a passagem do ônibus dê ao Senhor, ele te restituirá. Parece brincadeira, mas é verdade. Outro caso muito conhecido são as campanhas, quem já viu uma campanha dessas sem contribuição financeira? E se coloca sobre o fiel o fardo da maldição se não for dizimista fiel, se não participar das campanhas, se não for associado, não será abençoado, R.R Soares geralmente diz em seus programas, “Se Deus não tocou em seu coração não seja associado”, perceba a manipulação psicológica. O que lemos nas Escrituras sobre dízimo e ofertas é baseado na disposição voluntária do crente, não por uma imposição legalista e charlatã. Em quantas igrejas neopentecostais se tem registro do rol de membros? Nenhuma, porque o público é volátil, em quantas tem seções administrativas ou assembleia de membros para dar aos membros transparência das receitas e despesas do mês? Nenhuma.
Como vemos o negócio da fé é muito bom par atais lobos. Aproveitando-se da fachada de instituição religiosa, ganham seus montantes em nome da fé. O nome que damos para isso é simonia. O termo vem do episódio em Atos 8.18 que Simão o mago ofereceu dinheiro aos Apóstolos par comprar o poder de Deus, ninguém pode manipular Deus, nem comprar com obras ou somas de dinheiro, ofertas, campanhas ou dízimos o seu agir.
Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus.Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração;Pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniquidade. Atos 8.20-23.
O Fator Econômico
Qualquer estudo introdutório de economia levará o leitor ao estudo de oferta e demanda. Podemos identificar isso facilmente nos arraiais neopentecostais. Os pregadores da fé tem o produto (discurso motivacional ou dualista), e a busca por isso na religiosidade sincrética brasileira desenvolve a demanda nesse contexto de fé mística e cega. Ao usar aqui o termo fé empregamos como crença e não como a fé bíblica que é um dom de Deus. O querer que o fiel prospere é devido aos interesses mercadológicos da empresa, quanto mais o adepto ganha, mais ele contribui e participa de outras campanhas, ou seja, a filosofia é puramente pragmática. Se funcionar então está certo.
O maior problema do engano de muitos crentes seduzidos pela astúcia de Satanás no movimento da fé é a falta de exame da Palavra de Deus, os fiéis não leem a Bíblia (Isaias 34.16). Não meditam nela (Salmos 1.2), não examinam (João 5.39). A questão não é Sola Scriptura, mas também Tota Scriptura. Porque o movimento neopentecostal usa a Bíblia, indevidamente, mas usa. A questão é Somente a Bíblia e Totalmente a Bíblia.
Pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. I Timóteo 6.10.
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