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24 de jan. de 2017

O que é humildade, o que não é, mas muitos pensam que é


Por Thiago Oliveira
Ser humilde é virtuoso. As Escrituras dizem muito sobre a humildade. Provérbios 15.33, diz que a humildade precede a honra. Nas bem-aventuranças, os humildes — disse Jesus — herdarão a terra (Mateus 5.5). O próprio Cristo é o nosso paradigma para sermos humildes, tal como ele foi. Ele diz: “Aprendei de mim que sou manso e humilde” (Mateus 11.29). O apóstolo Paulo tratando sobre o tema nos conclama para que tenhamos o mesmo sentimento de Cristo (Filipenses 2.11).
Humildade, segundo os padrões bíblicos, é não alimentar um conceito elevado acerca de si mesmo (vide Romanos 12.3). E o porquê disto? Porque somos seres criados, limitados e desde que o pecado entrou no mundo, imperfeitos. Não somos a medida de todas as coisas e dependemos de Deus para tudo, desde o respirar ao abrir os olhos, pois somos suas criaturas. É partindo dessa cosmovisão que poderemos compreender melhor o que é ser humilde e evitar erros comuns, pois muitos chamam de humildade aquilo que ela não é. Vejamos:
Humildade não é falsa modéstia
A Bíblia nos ensina a não termos um conceito elevado sobre nós, mas isso não significa que devemos negar as nossas qualidades. Se o Lionel Messi falasse que se considera um jogador mediano e que está no mesmo nível dos demais atacantes da Europa, ele não estaria sendo humilde, mas sim falseando algo que é óbvio: seu futebol está num nível acima da imensa maioria dos jogadores em atividade. E ser falso é ir de encontro com a verdade, portanto, é uma agressão aos padrões morais de Deus. Negar as nossas qualidades não nos faz humildes, a humildade reside em saber que tais qualidades são bênçãos que o SENHOR graciosamente nos concede, e que, portanto, não são provenientes de nós mesmos. Assim sendo, não devemos nos vangloriar. Também não devemos humilhar aqueles que não possuem os mesmos talentos que portamos. Uma maneira efetiva de sermos humildes seria utilizarmos nossas habilidades em prol do bem estar alheio, i.é., servindo uns aos outros.
Deus nos concede dons e talentos, negá-los é o mesmo que negar a autoria da fonte divina. Nenhuma pessoa possui todas as aptidões, consequentemente, compartilhar o que temos para ajudar os que não têm é algo nobre. Lembrando que também seremos servidos por aqueles que portam as habilidades que nos faltam.
Humildade não é baixa autoestima
Semelhantemente a falsa modéstia, a baixa autoestima é uma negação de quem você realmente é, obviamente, não pelo mesmo motivo, mas que na prática também desagrada ao SENHOR. A Bíblia diz que o conceito acerca de nós mesmos deve ser equilibrado (Romanos 12.3). Portanto, o desequilíbrio pende para mais ou para menos. Se colocar no pedestal é censurável, mas cavar um buraco para enterrar a si mesmo é passível de igual censura.
Tendo Cristo como nosso paradigma, conforme dito anteriormente, vejamos como ele se portou no episódio em que lavou os pés dos discípulos. Na ocasião, ele executou uma tarefa que era própria de um escravo. Seus discípulos acharam aquela cena humilhante, todavia, Cristo diz aos mesmos que ele é Mestre e Senhor daqueles homens (João 13.13). E mesmo executando um labor serviçal, não deixa Pedro fazer a sua vontade — nem ditar as regras. De maneira imperativa, Jesus faz com que Pedro se submeta a ter os pés lavados (João 13.6–10). O Cristo era, ou seja, a sua posição, não dependia da avaliação crítica dos apóstolos ou de quem quer que fosse.
Muitas vezes, a baixa autoestima reflete a estima alheia, no entanto, devemos manter um conceito equilibrado. Nunca somos tão bons ou tão maus como dizem que somos (No segundo caso é mais comum sermos ainda mais vis do que nos apontam). Quem nos conhece de fato é o próprio SENHOR, e é em sua palavra que podemos entender que apesar de pecadores, limitados e imperfeitos, fomos lavados e remidos. Em Cristo somos mais que vencedores e abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Romanos 8.37 e Efésios 1.3). Equilíbrio aqui é reconhecer que somos, conforme a máxima de Lutero, “simultaneamente justos e pecadores”. O que passa disso é puro equívoco de identidade.
Humildade não é “saber menos”
Existe uma mentalidade enraizada na cultura brasileira de que a intelectualidade leva à soberba e a ignorância acaba exaltada como uma virtude associada ao “ser humilde”. A mentalidade anti-intelectual é falsa e, em muitos casos, maquila a arrogância. Pois, ir atrás do saber, isto é, estudar, remete a ir atrás de algo que assumidamente não se sabe, e com isso, o aprendiz curvar-se perante o portador do saber, deixando-se por ele ser guiado — tal qual Dante foi guiado por Virgílio na obra A Divina Comédia.
A disposição para o aprendizado é mais humilde do que a pré-disposição de permanecer na ignorância. Requer disciplina, respeito e a prontidão em tomar conselhos com os mestres que nos cercam. É feliz o homem que obtém conhecimento (Provérbios 3.13), todavia, a Bíblia chama de insensato os que desprezam a sabedoria e a disciplina (Provérbios 1.7).
Se o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, logo é ponto de partida para que seus filhos se arvorem pelos meandros dos saberes a fim de compreender melhor o mundo criado — e na medida em que conhecem, contemplam e veneram a sabedoria do Altíssimo que fez tudo harmônico e belo, para o louvor da sua glória. Ao desprezarmos o conhecimento, deixamos de prestar esta veneração e ficamos embotados.
Humildade não é pobreza
Geralmente, o termo humilde para se referir à pessoa pobre denota simplicidade. Por razões econômicas, uma pessoa mora numa casa feita de materiais baratos e muitas vezes, construída com objetos improvisados e em lugares improvisados. Daí se diz que “fulano habita numa casinha humilde”.
Mas há quem confunda a pobreza com a humildade no sentido em que estamos trabalhando nesse texto. Geralmente, quem faz tal confusão é o ideólogo que vislumbra no pobre a imagem sacrossanta do bem. A pobreza como situação econômica embora possa exercer certa influência não pode ser vista como fator determinante para a moralidade. Há vileza em pobres e ricos. De igual modo há altivez, arrogância e por incrível que pareça esnobismo em muitos moradores de periferia. Há aqueles que se consideram melhor do que os das classes mais altas pelo simples fato de serem desprovidos de fortuna. Isso é uma ruptura do princípio bíblico referente à humildade. Lembremos que o humilde é aquele que não alimenta um conceito elevado sobre si mesmo.

25 de ago. de 2016

Todos os cristãos precisam de Teologia

Por Morgana Mendonça dos Santos

É incrível, como existe no meio evangélico dos nossos dias, cristãos avessos ao labor teológico. Eis uma realidade que nem os reformadores gostariam de presenciar no nosso tempo. Nos últimos dias, percebi isso de forma mais aguda e acentuada. Há nos arraiais evangélicos pessoas que de tal forma rejeitam a teologia, não seria isso um grande contrassenso? Me parece que o discurso do amor é uma antítese ao labor teológico. 

Dificilmente um texto como esse resolveria a questão, dificilmente um sermão pregado no púlpito dia de domingo conseguiria destruir essa fortaleza que existe no coração de muitos. Acredito que, uma clareza de conceitos, processo de ensino e advertência sobre a importância da teologia, provocariam um passo no longo percurso da quebra de paradigmas. 

Não se deve negar que, durante muito tempo, a teologia esteve confinada num mundo acadêmico, toda a questão que envolve a teologia sempre distanciou o público leigo desse privilégio bíblico. Talvez sua linguagem técnica, sua rigorosidade científica, seu aspecto erudito, construíram muros ao invés de pontes para com o público cristão leigo. É possível que, certa "distinção clerical", tenha gerado ao longo do tempo um abismo entre a teologia e os iniciantes no caminho do saber bíblico. 

No entanto, a Escritura afirma e direciona o caminho do sacerdócio universal, não apenas a liderança eclesiástica deve vivenciar o labor teológico, mas, todo aquele que professa ser cristão (1Pd 2.9). Todos os cristãos, a Escritura afirma, devem crescer não apenas na graça, mas também no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3.18). Retomemos o ensino bíblico do sacerdócio de todos os crentes! É verdade que entre abismos e muros, o trabalho de criar pontes será bem maior. Lembro-me, várias vezes, em aulas do seminário, dos professores repetirem: "somos chamados como construtores de pontes e não de muros". 

A ideia que Deus capacita apenas alguns e outros ficam somente como expectadores existe, e tem causado desperdício e desconforto na causa do Reino. Infelizmente, o que se dedica ao labor teológico é visto como orgulhoso, prepotente, sabedor da verdade e que de forma arrogante só sabe criticar ao invés daquele que mesmo sem saber muita coisa, consegue amar sem fazer acepções. Nunca deveria existir essa oposição da teologia e o amor, da teologia e a humildade, da teologia e a piedade. Na verdade, o verdadeiro propósito do conhecimento redundará em adoração através de uma vida piedosa, como testemunho. Esse é o fundamento da teologia, a glória de Deus e uma vida piedosa. 

Como um cristão pensa que se opor a teologia o faz mestre na piedade? A definição da teologia não deveria ser aquilo, que o cristão leigo ou não, deveria admitir buscar todos os dias? Conhecimento de Deus não deveria ser desejado? É importante perceber o fato de que hoje muitos dos que rejeitam essa vida acadêmica, são os mesmo que criticam quem assim o faz, negando por sua própria conduta seu discurso repetitivo e obsessivo por mais amor e menos intelecto. Devemos considerar do mesmo modo quem usa o academicismo como chicote e Bíblia como pedrada. De fato, muitos usam do "tulipar" ou "teologizar" para bater e pisar no corpo no qual Cristo é o cabeça, não sabendo realmente como usar esse labor para a glória de Deus. 

Há passagens bíblicas que mostram claramente a importância da teologia para todo o cristão e o quanto ela está a serviço do povo de Deus. Mais ainda: que existe benefício para todo o povo de Deus em todos os campos do labor teológico. 

Conforme a ordem dada ao sacerdócio real e a nação santa sobre o anúncio das grandezas de Deus (1Pd 2.9), esse é um ponto que se requer preparo no falar. Não deve ser negligenciado, pois as grandezas de Deus não podem ser anunciadas de qualquer forma. E, a parte da teologia que esmera-se nesse assunto, é a homilética, visto que, não somente prepara bem o pregador para o púlpito, mas, todo cristão para uma boa transmissão dessa verdade bíblica. 

A grande comissão nos ordena a fazer discípulos e a forma como devemos fazer é ensinando (Mt 28.19-20), a ordem deve ser obedecida. Devemos ensinar tudo aquilo que Cristo ordenou e isso requer conhecimento sobre Deus, seus mandamentos, sua lei. Como podemos fazer discípulos sem teologia? A teologia nos ajuda a romper com os métodos modernos, para crescer no conhecimento da teologia bíblica e exegética. 

Pedro, no capítulo 3, verso 15, da sua primeira carta, nos diz que devemos estar preparados para responder à todo aquele que nos inquirir a respeito da esperança que há em nós, a razão da nossa fé. Ou seja, é necessário que tenhamos conhecimento bíblico. Chamamos isso na teologia de apologética, isto é, um discurso de defesa da fé cristã bem embasado nas Escrituras. 

Há passagens na Bíblia de difícil interpretação, até o apóstolo Pedro concordou com isso (2Pd 3.16), inclusive, nesse mesmo verso, ele fala de homens que distorcem a Escritura para a sua própria destruição. Pedro traz-nos um alerta para que não sejamos enganados, de forma que não suceda perdermos nossa firmeza. A hermenêutica é o campo da teologia que se encarrega de examinar o sentido preciso de uma passagem bíblica. Como disse Pedro, todo cristão deve crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. 

Poderia continuar propondo pontos que, de forma clara, são necessários a todo cristão, de fato, todos nós precisamos da teologia. Aprimorar nosso conhecimento a respeito de Deus através da Sua Palavra. Devemos ser inclinados ao labor teológico, ortodoxia e ortopraxia não são opostas, na verdade, são inseparáveis. Sejamos construtores de uma teologia saudável, que seja uma ponte para nossos irmãos da igreja local. Todo cristão deve desejar conhecer a respeito da revelação especial, eis um exemplo claro do conselho de Paulo a Tito:

Você, porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina. Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que aqueles que se opõem a você fiquem envergonhados por não poderem falar mal de nós.

Tito 2.1, 7-8.

24 de ago. de 2016

O que eu perco quando perco o culto?

Por Tim Challies

Você pode imaginar a sua vida sem culto? Você consegue imaginar a sua vida sem se reunir regularmente com o povo de Deus, para adorá-lo em conjunto? O culto corporativo é um dos grandes privilégios da vida cristã. E talvez ele seja um daqueles privilégios que, ao longo do tempo, tomemos como certo. Quando eu paro para pensar a respeito, não consigo imaginar a minha vida sem culto. Eu nem mesmo desejo pensar nisso. Mas eu acho que vale a pena considerar: O que eu perco quando eu perco o culto?

Vivemos numa cultura consumista onde temos a tendência de avaliar a vida através de meios muito egoístas. Fazemos isso com o culto. “Hoje o sermão não falou comigo. Eu simplesmente não consegui apreciar as canções que cantamos nesta manhã. A leitura da Escritura foi demasiado longa”. Quando falamos dessa maneira podemos estar dando provas de que estamos indo à igreja como consumidores, como pessoas que desejam ser servidas em vez de servir.

No entanto, o ponto primário e o propósito de cultuar a Deus é a sua glória, não a satisfação das nossas necessidades sentidas. Nós adoramos a Deus, a fim de glorificar a Deus. Deus é glorificado no nosso culto. Ele é honrado. Ele é magnificado à vista daqueles que se juntam a nós.

Dessa forma, o culto rompe completamente com a corrente do consumismo e exige que eu cultue por amor da sua glória. Tenho ouvido dizer que o culto “é a arte de perder o ego na adoração de outro”. E é exatamente este o caso. Eu esqueço de tudo sobre mim e dou toda honra e glória a Ele.

O que eu perco sem o culto? Eu perco a oportunidade de crescer através de ouvir um sermão e de experimentar alegria por meio do cântico de grandes hinos. Eu perco a oportunidade de me unir a outros cristãos em oração e para recitar grandes credos com eles. Mas, mais que isso, eu perco a oportunidade de glorificar a Deus. Se eu parar de cultuar, estarei negligenciando um meio através do qual eu posso glorificá-lo.

Você vê? O culto não é sobre você ou sobre mim. O culto é sobre Deus. E, realmente, isso muda tudo.

Quando vejo o culto como algo que, em última análise, existe para o meu bem e para a minha satisfação, fica fácil tirar um dia de folga e pensar que a minha presença não faz nenhuma diferença. Mas quando eu venho para glorificar a Deus, eu entendo que ninguém mais pode tomar o meu lugar. Deus espera o levantar das minhas mãos, o erguer do meu coração e o levantar da minha voz a Ele.

Quando vejo o culto como algo que é todo sobre mim, fica fácil pular de igreja em igreja e estar sempre à procura de algo que se ajuste melhor a mim. Mas quando eu vejo a igreja como algo que é verdadeiramente sobre Deus, me pego procurando por uma igreja mais pura e melhor em adorar do modo exato como a Bíblia ordena – Eu procuro por uma igreja através da qual eu possa glorificá-lo cada vez mais.

Sem dúvida, o culto é um privilégio. Mas também é uma exigência, uma responsabilidade. E a maior responsabilidade, bem como o maior privilégio no culto, é trazer glória a Deus.

***

Fonte: What Would I Lose if I Lost Worship?

Tradução: Alan Rennê Alexandrino

12 de ago. de 2016

O Contencioso


Por Morgana Mendonça

Porque o evangelho não é uma doutrina de língua, mas, de vida”. O grande reformador João Calvino (1509-1564), consegue em poucas palavras, nos ensinar algo de extrema importância. Ele nos ensina sobre uma vida piedosa que retrata o evangelho da graça de Deus. A vida do cristão precisa, não apenas por palavras, e sim, por conduta, expressar a sã doutrina.

Tem sido um grande desafio viver uma vida que glorifique a Cristo. A comunidade evangélica tem enfrentado situações desafiadoras em todas as áreas, seja com questões culturais, ideológicas e até mesmo com relacionamentos interpessoais. Cada dia mais os relacionamentos virtuais têm sido alvo de grandes controvérsias. Perceber o quanto estamos longe de uma saudável convivência com o corpo de Cristo nas redes sociais é importante para destacar um ponto chamado contenda. Outra questão é perceber que as "contendas" criam dimensões gigantescas e trazem, não somente divisão, como adeptos a cada dia. No meio reformado, essa tem sido uma triste realidade que destoa com aquilo proposto na Escritura. Amantes das controvérsias, em torno de temas teológicos, produziram muitos teólogos "fakes" e "super-crentões". A Escritura nos diz claramente:

O que ama a contenda ama a transgressão; o que faz alta a sua porta busca a ruína.

Provérbios 17.19

Contenda é pecado! Amar a contenda é pecado, pecado esse que mina o coração e reflete um comportamento desprezível. Esse verso nos diz que: quem ama a contenda, ama o pecado. A contenda é um pecado que se encarrega de trazer outros pecados, como a maledicência, a ira, a maldade e o orgulho. O próprio verso mencionando em provérbios fala do orgulho, "aquele que faz alta a sua porta facilita sua própria queda". Em nossos dias, esse amor à contenda é visto de várias formas nas redes sociais, em páginas ou em grupos. Uma vitrine de contendas, relacionamentos destruídos e muitos bloqueados. Cristãos contenciosos, não seria uma questão trágica em nosso meio? A ânsia da defesa pública e da exposição teológica reformada, para que "likes" alimentem um ego enfermo. Um desejo ardente para oferecer a última palavra baseado em todo arcabouço da filosofia ou teologia, não é menos importante do que manter um relacionamento saudável com um irmão, que, por um detalhe, pensa diferente de você. 

A falsa piedade tem convencido a muitos com uma retórica de amor e zelo pela verdade, e ódio contra o pecado. Como disse, certa vez, um pastor reformado sobre suas percepções a respeito desses debates teológicos de Facebook: "A contenda se reveste de falsa piedade, quando o que realmente está acontecendo é amor ao pecado que Deus odeia". A glória de Deus, o bem ao próximo, o verdadeiro zelo pela Escritura estão longe dos debates teológicos das redes sociais, são poucos os que proporcionam realmente santo temor e paz entre os envolvidos. 

De fato, é necessário um exame das nossas motivações teológicas, um sondar das nossas intenções. Devemos questionar o propósito de tantas leituras, labor teológico e filosófico, de tanto conhecimento bíblico com um objetivo de apenas satisfazer o ego, e que, por fim, carece bastante de motivações genuinamente piedosas. Muitos outros pastores têm se posicionado contra essa realidade, trazendo a reflexão necessária sobre este desserviço à fé reformada. 

Aqueles que confessam a fé cristã reformada devem, em todos os âmbitos, manifestar o senso profundo e inequívoco do Soli Deo Gloria. Não devemos ter prazer nas contendas, nem muito menos em disputas teológicas. E isso não quer dizer que devemos abandonar o labor teológico, nem um debate saudável. Que o fim de se envolver nesse embate seja a glória de Deus, negando qualquer outra motivação que traga algum prejuízo na comunhão com os irmãos. O próprio reformador João Calvino não amava a disputa, nem a controvérsia, nem o falar contencioso. O alvo de Calvino era defender a fé com zelo, por amor às ovelhas de Cristo, para a glória de Deus. 

A verdadeira sabedoria é humilde e o pai da contenda é o orgulho. Que a nossa oração seja: concede-nos, ó Pai, uma inteligência em sincera humildade e pronta humilhação. A mistura de conhecimento e insensatez é chamada pelos gregos de sofomania, ou seja, o hábito de querer parecer sábio. Lembremos-nos do livro de provérbios, que diz, "o temor a Deus é o princípio da sabedoria" (Pv 1.7). Deixo aqui, nas palavras do apóstolo, um grande conselho:

E rejeita as questões tolas e desassisadas, sabendo que geram contendas; e ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.

2 Timóteo 2.23-26

3 de ago. de 2016

Stranger Things e a Amizade Cristã

Por Pedro Pamplona

Se existe um valor nítido e marcante na série Stranger Things, esse é a amizade. E uma bela amizade, daquelas bonitas de acompanhar. Daquelas que faz você lembrar dos seus amigos e das coisas que já passaram juntos. Daquelas que nos faz lembrar que a amizade é um dos grandes presentes que Deus nos deu, principalmente (não somente) as amizades cristãs. Fora ser amigo de Deus, poderíamos tranquilamente cantar que "não existe nada melhor do que ter amigos de Deus".

Falando nesse tipo de amizade, creio que alguns conceitos errados podem surgir de vez em quando. O primeiro deles é achar que o fato de termos a Jesus substitui nossas amizades terrenas. O segundo é achar que o cristianismo é contra a ideia de termos melhores amigos (isso não seria exclusivismo?). Nenhuma das duas é verdadeira. Eu poderia citar alguns textos bíblicos, mas para isso aqui não virar um textão ainda maior fiquemos apenas com Jesus. Ele tem um relacionamento perfeito entre o Pai e o Espírito na Trindade e mesmo assim teve amigos na terra. Em segundo lugar, Jesus teve amigos mais próximos, como os 12 apóstolos, e dentro desses teve ainda aqueles melhores amigos, João, Pedro e Tiago. Problema resolvido.

Agora vamos pensar em três características fundamentais de uma amizade cristã. Meu objetivo é diferenciar essa amizade das outras e mostrar porque nossos melhores amigos (não os únicos) devem ser companheiros da fé. Stranger Things nos ajudará com as ilustrações.

1. A amizade cristã é construída em torno de Cristo: Isso significa que nossas amizades tem um propósito especial. Assim como o grupo de amigos em Stranger Things se reúne para salvar o quinto amigo desaparecido, nós temos um propósito em comum. Exaltar a Cristo. Esse é um elemento que não está presente em outros tipos de amizade. John Piper falou sobre isso de uma maneira excepcional: "Cristo sempre pretendeu que o seu relacionamento com Ele fosse o pulsar da sua amizade com outros".[1]

2. A amizade cristã tem um código: Nossa amizade é dirigida por um código de honra. Todas as amizades são, ou de forma implícita ou explícita. Alguns amigos deixam claro as regras de convivência, o que acho muito bacana. Nosso grupo de amigos de Stranger Things também faz isso. Durante uma briga esse código é citado. Aquele que começou a briga deveria estender a mão e se desculpar primeiro. E o mais interessante, aquele que desobedecesse o código seria afastado do grupo. Nós temos um código de honra chamado Bíblia. E é esse código que permite a amizade ser construída para exaltar a Cristo. Portanto, se o código leva a amizade até o seu propósito supremo, temos que concluir que ele é mais importante do que os participantes da amizade. A amizade cristã não pode existir fora do código. E esse é o principal erro que cometemos.

3. A amizade cristã custa caro: Não estamos fazendo amigos apenas em busca de prazer e satisfação própria. Aqueles amigos de Stranger Things colocaram a vida em risco pela amizade. Cristo fez ainda mais quando entregou a si mesmo para a morte pela vida dos seus amigos. Jen Thorn escreveu um pequeno texto sobre os custos da verdadeira amizade[2]. Ele enumerou 6: custará sua conveniência pessoal, seu tempo, sua intimidade, seu conforto, suas orações e seu amor. Tudo isso deverá ser derramado em sacrifício na vida dos seus verdadeiros amigos. Parece lindo na teoria, mas poucos estarão dispostos a gastar tudo isso com você. Identifique-os e retribua.

A imagem que ilustra o post, com os três amigos num único abraço, não foi usada por acaso. A amizade trina e eterna entre o Pai, Filho e Espírito Santo é o grande padrão para nossas amizades. Estude sobre isso!

"Para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós..." (Jo 17:21)

Quero encerrar dizendo que Cristo morreu para reunir um povo, sua igreja. E é nesse povo que encontraremos esse tipo de amizade. O melhor lugar para encontrar e cultivar suas melhores amizades é na sua igreja local. Não existe elo de amizade mais forte do que entre dois ou mais eleitos do Senhor, pois são unidos pelo agir soberano, salvífico e cristológico de Deus através do seu Espírito.

Aos meus grandes amigos.

Soli Deo Gloria!

***

15 de jun. de 2016

Apologética para quê?

Por Thomas Magnum

A defesa da fé ocupa lugar importante na teologia cristã. Numa leitura ainda que superficial na história do pensamento cristão, rapidamente notaremos o trabalho da apologética, e da polemica, no trabalho teológico de pensadores cristãos como Agostinho, Atanásio, Justino, Tomás de Aquino, Lutero, Calvino e segue-se uma lista infindável de teólogos que empenharam-se na defesa da fé cristã.


A apologética não deve ser escrava do orgulho humano, nem tão pouco ferramenta para um labor pecaminoso, a apologética deve ser uma serva da Palavra de Deus, uma ferramenta para a evangelização e para proteção doutrinária do rebanho de Cristo. É bem verdade que a apologética causa, de certa forma, sedução aos incautos, não por culpa dela mesma, mas por uma má compreensão do que ela é, e de qual é sua finalidade no trabalho teológico.


A defesa da fé é um trabalho de teologia pública, é um derramar teológico para convencimento por meio da Sagrada Escritura e seguidamente por evidências que corroboram o que diz a Palavra a respeito de um pressuposto da fé.


A apologética mal utilizada é uma espada na mão de um bebê. Um coração orgulhoso, iracundo, impiedoso, que não usa o conhecimento teológico para glória inaudita de Deus não sabe para que serve a apologética. Talvez ela até seja instrumentalizada por uma mente brilhante, mas, uma mente brilhante sem uma alma humilhada é um tumor epistemológico.


Com isso, nesse quase aforismo que escrevo, posso finalizar dizendo quatro coisas sobre a atividade apologética:


1. Ela deve ser serva da teologia;

2. A finalidade da teologia é a glória de Deus, não a nossa;

3. A proclamação teológica para glória de Deus produz missões;

4. O debate pelo debate é exibicionismo pecaminoso.


Concluo dizendo que apologética é o que disse o apóstolo:


Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós...
1 Pedro 3.15

20 de mai. de 2016

O Novo Calvinismo Deformado

Por Thomas Magnum

A cada dia o movimento reformado no Brasil vai ficando mais estranho. E suas características vão se aproximando do secularismo, mundanismo, anti-pactual, reducionista e mais uma série de mazelas. Quem acabou de ler um texto de blog ou ver um vídeo de um "outro" contra um ponto tradicional da fé reformada já se acha capaz de mostrar os "erros dos calvinistas tradicionais". É um fenômeno curioso, sempre antes da apostasia doutrinária vem um estabelecimento de uma "nova ortodoxia", e esse fato corrobora historicamente para uma situação de declive.

Já tenho dito faz tempo que as causas iniciais possíveis nesse novo "Calvinismo Deformado" (título que dou a tal movimento) é fruto da mesma gênese das controvérsias teológicas, a saber: presunção e arrogância. A tradição reformada carrega nos ombros uma sólida teologia pactual que segue em linha exegética histórico-gramatical. Essa abordagem hermenêutica faz muita diferença num processo de interpretação dentro de uma teologia bíblica. Ao meu ver, o biblicismo de muitos reformados requerendo texto comprobatório pra tudo (achando que isso é seguir a risca o sola scriptura) é desmoronador de suas próprias convicções. A teologia pactual é progressiva, orgânica e adaptável na teologia bíblica, segue o desenvolvimento da revelação de Deus. Uma forma estanque de abordagem biblicista é estranha ao método histórico-redentivo de olhar teologicamente o processo de revelação divina.

Teologia não se faz assistindo vídeos de três minutos, nem lendo um texto corrido de quatro mil caracteres. A teologia reformada tem um contexto, uma construção lógica, hermeneuticamente aplicável a nosso contexto. Acho que o desforque do atual Calvinismo Deformado se dá pela falta de maturidade com a teologia reformada, leiam historia da teologia, história do pensamento cristão, leiam as confissões de fé, catecismos e catecismos comentados, leiam teologia bíblica do Antigo e Novo Testamento, é precido parar de achar que conhece teologia sem ler responsavelmente o que ela diz e é preciso uma disposição paciente e honesta de anos de estudos para uma maturação teológica.

Esse Calvinismo anômalo é secular, anti-confessional, conectado as seduções de interpretações pós-modernas. Quão estranho é ver neófitos apaixonados pelo calvinismo, de forma a exaltar o que é para servir e se tornam servos de um coração soberbo e imaturo. Não é um "sobrenome" como: Fulano de Tal Puritano ou Reformado que faz de você alguém respeitável teologicamente, isso só é adquirido com suor sobre páginas, lágrimas sobre a Escritura, de joelhos diante da majestade de Deus. 

O verdadeiro Calvinista segue e se esforça pela piedade cristã, pela simplicidade, pela humildade, pela paixão pela glória de Deus, pelo zelo doutrinário e pela proclamação da verdade.

2 de mai. de 2016

A Continência Cristã

Por Morgana Mendonça 


"Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!"
Salmos 141.3


Devo esclarecer algo sobre esse texto: meu objetivo não é dissertar sobre o assunto escolhido, mas sim pontuar o pensamento de Agostinho. Visto ser grande a necessidade e urgência em nosso tempo sobre esse tema tão pouco ensinado, nem ao menos conversado entre os cristãos atuais. Considerando ser muito laboriosa a leitura da sua completa obra, é necessário – ao menos – entender tudo isso a luz das Sagradas Escrituras. Na sua parte introdutória encontramos algo interessante sobre a evidência de sua autoria. 

"Embora o próprio Agostinho, em uma carta de 429 d.C., dirigida ao Comissário Imperial Dário (Ep. 213,7), faça referência ao De Continentia (A Continência), mas, por não ter sido elencado em suas Retratações, durante séculos, muita gente colocou em dúvida a sua autoria agostiniana, chegando ao ponto de Erasmo atribuir sua autoria a Hugo de São Vítor. Foi somente em 1685, na Edição Beneditina dos textos agostinianos, que, baseado no estilo e no assunto nele escrito, o texto foi, finalmente, reconhecido como sendo de Santo Agostinho." [1] 

É interessante também notar que seu primeiro biógrafo, Possídio, faz referência ao De Continência, no Indiculum, afirmando ser um dos tratados de Santo Agostinho. Em relação a data do escrito há alguns questionamentos. Se foi um sermão ou uma refutação ao maniqueísmo há também algumas dúvidas. Chegou-se a cogitar a possibilidade de ser até um escrito antipelagiano. A possibilidade de ser uma refutação é propícia pelo fato da obra do começo ao fim, refutar as posições maniqueístas, no que se refere à luta por parte do homem em superar os desejos que o conduzem ao mal. A ideia do dualismo em Maniqueu, afirma que o corpo não passa de um acidente e que, portanto, deva ser desprezado pelo ser humano. A perspectiva de Agostinho sobre isso é de fato interessante e coerente, tomando como ponto de partida o verso acima (Sl 141.3) ele diz que "o corpo foi criado por Deus, por isso, enquanto tal é um bem, de forma que não é o corpo que peca, pois este não tem vontade, mas sim a alma, que apenas se utiliza do corpo para pecar". [2] 

"Assim, tudo o que de dentro não soa, fora não ressoa; mas o que, sendo mal emanar de dentro, mesmo que não mova a língua, contamina a alma. A continência, portanto, precisa ser colocada lá onde a consciência, mesmo no silêncio exterior, fala. Em suma, é a porta da continência que impede brotar do interior algo que contamine a vida e a mente, ainda que estejam calados os lábios da carne". (De cont., I,2) 

Para Agostinho a ideia da continência aponta para uma vida ideal, chamada "moral das intenções" agostiniana, em que a noção de castidade é, antes de tudo, intelectual ou espiritual. O que seria então a Continência? Nas palavras do cristão Agostinho, significa "dom de Deus". Impossível ser continente a menos que Deus conceda essa virtude aos cristãos. (1Co 7.7) Fazendo uma introdutória pontuação vemos a continência da boca e do coração. 

Salmos 141.3 "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!" 

O versículo acima nos leva a entender o conceito de continência. É óbvio pensarmos e retratarmos na nossa mente uma ideia de luxúria, uma ideia carnal para a palavra continência. O salmista canta em forma de súplica por uma "guarda" e por uma "vigilância". Precisamos entender a palavra "boca" e "lábios" nesse contexto, segundo Agostinho, como porta, ou seja, um acesso indicando possivelmente algo interno e não externo. Essa "guarda da boca" poderíamos chamar de continência. Geralmente guardamos a nossa boca, para que dela algo que não se deseja dizer através do som da voz escape de nós. No entanto, é dentro da boca do coração, onde primeiro se dizem as palavras, por isso o salmista clama para que haja uma guarda, uma vigilância, uma porta da continência colocadas pelo Senhor. 

Há uma variedade de palavras que não permitimos que a boca do corpo fale, porém a deixamos gritar com a boca do coração. Não há nada que saia da boca do corpo que não tenha nascido internamente na boca do coração, ou seja, o que se emana de dentro, mesmo que não mova a língua, contamina a alma. Tudo que dentro não soa, fora não ressoa! De acordo com a oração do salmista, é necessário que a continência seja colocada onde a consciência, mesmo no silêncio exterior, fala. Podemos entender que, a porta da continência, é o que impede florescer no interior algo que possa contaminar a mente e a vida, ainda que estejam em silêncio os lábios da carne ou o movimento dos membros. 

Para corroborar com a ideia anterior, o salmista no verso posterior diz: "Não se incline meu coração para palavras más..." (Sl 141.4). Comprovando assim a ideia da "boca interior" que ele estava falando. A inclinação do coração como um consentimento, provando o quanto está interligado um com o outro. No pensamento bíblico mostrado por Agostinho, é culpado todo o homem pelo fato de ter determinado em sua mente, mesmo que haja silêncio em seus lábios e imobilização nos seus membros. Segundo Agostinho: "[...] Corretamente está se dizendo que uma palavra é o começo de toda ação. Na verdade, são muitas as coisas que os homens fazem com a boca fechada, língua quieta e voz muda [...]" [3]. O ponto de partida é o coração.  Nasce no coração e é manifestado externamente. A necessidade é que nos lábios internos, no coração, fosse construída a "porta da continência". 

Mateus 23.26 "Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo." 

Como esquecer as palavras de Cristo? A continência precisa ser uma realidade, o interior é o local onde suplicamos por castidade sagrada. Em outro momento Jesus refutando os judeus por conta da crítica feroz contra seus discípulos, pelo fato de não lavarem as mãos antes das refeições disse: "Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina" (Mt 15.11). O que contamina o homem é o que sai da boca do coração, do coração onde encontramos todos os desejos corrompidos e contamináveis. 

Mateus 15.19-20 "Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos, isso não o contamina." 

Seria impossível que os membros do corpo ou a boca da carne praticasse tal perversidade se antes não fosse concebido no coração, precedidos por um mau pensamento. Isso contamina o homem, mesmo que os seus membros em atitudes sujas e perniciosas não praticassem tal coisa. O homem é responsável por todas as ações mesmo que não sejam externadas com movimentos do corpo, e nem sejam completamente realizadas, de forma oculta são culpados, estão contaminados desde que saiu da boca do coração e atingiu o interior humano. O que também nos torna diferentes dos fariseus? A continência! Ser aparentemente belo por fora e um sepulcro caiado por dentro seria para nós essa advertência de Cristo. 

Mateus 23.27-28 "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade." 

O salmista clama por continência, que possamos assim clamar para que a porta da continência seja colocada na boca do coração, de onde vem tudo o que contamina o homem. Que possamos nos alegrar com a pureza que a continência nos oferece, provocando assim uma ferrenha inimizade do espírito contra a carne, de forma que a concupiscência não seja consentida e sim combatida resultando não ser contaminado. 

E assim, na famosa "cena dos Jardins de Milão" havia um homem que ao ler Romanos 13.13 entendeu que deveria renunciar aos prazeres carnais, viver uma relação estreita em relação à vida espiritual-sacerdotal e a continência: Agostinho de Hipona.

"Cor meum tibi offero, Domine, prompte et sincere" - "Meu coração te ofereço, ó Senhor, pronto e sincero". Esta oração foi feita por João Calvino, reformador de Genebra. 

A Deus toda a Glória, Rm 11.36. 
______
Notas: 

[1] Agostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430. De Continentia. Tradução, introdução e notas: Gérson F. de Arruda Junior e Marcos Roberto Nunes Costa. São Paulo: Paulus, 2013 (Coleção Patrística; 32) p.179 

[2]Ibid p. 181 

[3]Ibid p. 187

10 de dez. de 2015

Cristãos: Não façam do Facebook um Monstro

Por Thiago Oliveira

"Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem".

1 Pedro 1:15

Sou um entusiasta das redes sociais e acho que elas têm uma função importante. Mas também vejo o lado ruim delas. Não só vi este lado como também já vivi. Por isso, ao escrever essa breve reflexão, não faço como alguém que superou os problemas da rede e escreve com um "quê" de eu faço o correto enquanto as demais pessoas pisam na bola. Escrevo também para tentar superar os exageros que vivenciei e que deixei de vivenciar logo que me percebi usando o Facebook de uma maneira não muito sóbria. Como cristãos, nossa responsabilidade é grande em representar aquele que nos chamou para sermos santos. Santidade também precisa estar presente na websfera, por isso, vão aqui alguns pontos dignos para refletirmos juntos:

4 de dez. de 2015

Meu corpo e minhas regras

Por Morgana Mendonça

Não, esse texto não se trata de aborto. Inclusive sobre esse assunto há pastores e teólogos levantando-se contra tamanha aberração midiática promovida até pela maior emissora do país. O ponto central desse texto é o que hoje em dia tem sido denominado por "namoro integral". Falar sobre relacionamento afetivo pode ser algo super desgastado, todavia, falar sobre todas as implicações de um relacionamento afetivo cristão, ainda não.

3 de dez. de 2015

Lutando contra os Males da Pornografia

Por Hugo Coutinho
Não é fácil ser um jovem nos dias de hoje. Talvez nunca tenhamos vivido tempos tão complicados como os atuais. Os desafios que os jovens cristãos, que querem realmente se manter em santidade, enfrentam parecem ser mais difíceis do que nunca. Nossa sociedade se entregou ao sexo. A sexualidade é exaltada e propagada de todos os modos. Desenhos, propagandas, filmes ou revistas, para onde quer se olhe há exaltação da sexualidade. Vivemos num tempo em que a cultura esta toda voltada ao sexo.

27 de nov. de 2015

Cristo, o nosso contentamento

Por  Hugo Wagner
A palavra grega traduzida por Contentamento significa “esta alegre com o que tem”. Lembremo-nos das Palavras do apóstolo Paulo aos filipenses “... Pois aprendi está contente em toda e qualquer situação”. (Fp 4.11). Algumas vezes, essa palavra foi usada pelos  estóicos para qualificar uma pessoa que se mantinha sem a ajuda de ninguém, eles diziam que o verdadeiro contentamento brota da auto-suficiência. 

18 de nov. de 2015

As nossas ilegalidades amortecidas

Por Morgana Mendonça dos Santos

É visto em diversos lugares uma grande massa de defensores da legalidade tanto na política quanto na religião, no entanto, não são pessoas honestas em suas práticas. Por isso, sobreveio-me um pensamento: e as nossas ilegalidades amortecidas ou entorpecidas? Sobre ilegalidade quero afirmar atos ou situações contrários à lei. Do verbo amortecer e/ou entorpecer quero enfatizar o significado de aplacado, diminuído o impacto, desfalecido. 

16 de nov. de 2015

O Messianismo Político: a errada busca da redenção pelo Estado

Por Thomas Magnum

É interessante o fato de todas as vezes que um país atravessa crises políticas o povo desperta interesses por dois campos de conhecimento que são importantes para o gerenciamento de um país: Administração pública e Economia. Em face de como somos afetados diretamente pelos problemas ocorridos nesses âmbitos há uma valorização e demanda por conhecer melhor essas áreas. Por isso temos uma grande procura por sites de notícias voltados para política e economia, um acompanhamento maior de noticiários voltados a esses campos e os problemas que envolvem ambos e também a venda e compra de periódicos voltados as áreas de negócios, política e economia em geral ou com alguma segmentação específica atendendo a um mercado plural e repartido que busca informação desesperadamente e claro à medida que busca essa informação gera acréscimos ao mercado, notícia é mercadoria, é produto.

22 de out. de 2015

A Oração

Por Thomas Magnum


Ao falarmos de vida cristã, piedade e uma vida que busca aquele a quem a alma anseia, é impossível não falarmos de oração. A oração é mais do que um rito, ela não é meramente o cumprimento de uma norma sacra, a oração não é meramente o falar com Deus, orar, é estar com Deus, à oração nos leva a experiência graciosa de sua doce presença. R.C. Sproul certa vez disse que Deus nunca nos prometeu sentirmos sempre sua presença, mas, que estaríamos sempre em sua presença.

20 de out. de 2015

Você faz parte de uma igreja perfeita?

Por Mark Jones

Você está em uma igreja fiel. Mas alguém reclama sobre isso, aquilo e aquilo outro e, por causa dessas coisas, quer sair. O que você diz?

#1 Eu concordo que a igreja não é perfeita…

#2 Essa igreja é perfeita, por que você sairia de uma igreja perfeita?

#1 e #2 são possibilidades, mas eu me simpatizo com o #2. Por quê?

16 de out. de 2015

A importância da amizade para a Teologia

Por Mark Jones

“Neste mundo, duas coisas são essenciais: uma vida saudável e a amizade… “

Agostinho

Como nós desenvolvemos nossa teologia como cristãos que levam a sério o chamado de “crescer na graça e conhecimento de nosso salvador, Jesus Cristo”?

Em algumas ocasiões, tive o prazer de ouvir outros falando sobre o que lhes motiva quanto a isso. Provavelmente, todos nós temos alguns hábitos que têm sido particularmente úteis para nosso desenvolvimento teológico no decorrer de nossas vidas. Eu acredito que uma maneira de crescer no conhecimento de Deus é por meio da amizade.