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21 de out. de 2015

O Derramamento do Espírito Santo na Era Apostólica

Por Thiago Oliveira

INTRODUÇÃO

A primeira coisa que devemos tomar ciência é que para estabelecer doutrina, textos descritivos não são consistentes. A normativa, no caso, é o ensino geral dos autores neotestamentários – sobretudo - o ensino epistolar. Dito isto, as passagens narradas por Lucas no livro de Atos sobre o dia de Pentecostes não nos dão respaldo para que uma doutrina da ação e da pessoa do Espírito Santo seja estabelecida.

25 de set. de 2015

O Espírito Santo: Quem é e o que faz?

Por Thiago Oliveira
“A pessoa do Espírito Santo têm sido esquecida! Talvez nosso século tenha sido um dos mais omissos quanto ao Espírito Santo.”
Hermisten Maia
Percorrendo o Antigo e o Novo Testamento, o conteúdo traz luz sobre a atuação daquele que é comumente chamado na teologia de a “terceira pessoa da Trindade”, pois, muitos estão apenas familiarizados com os outros dois componentes da Santa Tríade que são Deus-Pai e Jesus Cristo, Deus-Filho. No início da revelação, o termo hebraico ruach é usado para designar o Espírito Santo no Antigo Testamento. Energia e poder ativo seriam as palavras que melhor se aproximam da ideia concernente a ruach. A conotação do termo não enfatiza a imaterialidade, mas sim a presença poderosa do Espírito que ao descer sobre os indivíduos faz com que os mesmos adquiram uma energia não natural, isto é, sobrenatural (Jz 14.6). A primeira aparição do termo está em Gênesis 1.2. Em outras 107 ocorrências, ruach vai se referir a atividade de Deus (Elohim) no mundo. Só que há um erro frequente de achar que o Espírito Santo é apenas uma energia. A ideia que ruach traz consigo é a de Deus envolvendo-se pessoalmente com a sua criação, por isso que as Escrituras tratam o Espírito como um agente criador, presente em toda a etapa da construção do cosmos. Isso coloca o Espírito Santo ao lado dos demais componentes da Trindade realizando a obra de criar o mundo ex nihilo, dando sentido assim a expressão que se encontra no plural em Gênesis 1.26: “façamos”.

10 de abr. de 2015

A divindade e a personalidade do Espírito Santo

Por Alison Aquino


As discussões em torno da pessoa do Espírito Santo, a princípio, foram um pouco negligenciadas nos primeiros séculos da igreja cristã. Isto se deve principalmente ao fato de que a pessoa de Cristo é que era alvo de controvérsias teológicas. O credo de Nicéia (325), por exemplo, embora cite a expressão “Espírito Santo”, não faz nenhuma descrição mais detalhada quanto a Ele. No credo Niceno diz: “... e novamente virá para julgar os vivos e os mortos; E no Espírito Santo.” 

No entanto, algumas descrições quanto à pessoa do Espírito foram sendo feitas no decorrer da história. No credo niceno-constantinopolitano (381), o qual constitui uma ratificação do credo niceno com alguns pormenores a mais, diz: “... e se encarnou [do Espírito Santo...]”. Em outra parte afirma: “E no ESPÍRITO SANTO, o Senhor e Vivificador, o que procede do pai e do Filho, o que juntamente com o pai e o filho é adorado e glorificado, o que falou através dos profetas;”. Aqui nós temos uma descrição um pouco mais ampla da pessoa do Espírito. Já no credo atanasiano (c.500), várias vezes é mencionada a pessoa do Espírito Santo. Nele é enfatizado que o Espírito Santo também é Deus juntamente com as duas outras pessoas da trindade: o Pai e o Filho. O credo usa expressões tais como: “o Espírito Santo eterno”, “Espírito Santo onipotente”, “o Espírito Santo é Deus”, “o Espírito Santo é Senhor”, etc.

23 de out. de 2014

A Obra do Espírito Santo e a Consciência

Por Kevin DeYoung

Podemos dizer que a história da Reforma mudou porque Lutero não fez aquilo que sabia que era errado. Ele levou a sério sua consciência. Como você trata sua consciência?

Lutero, com sua consciência cativa à palavra de Deus, diante da Dieta de Worms, disse: “A menos que me convençam, pela Escritura ou por razões claras, de que estou errado, eu permaneço constrangido pelas Escrituras. Não posso nem quero me retratar, de vez que não é seguro nem correto agir contra a consciência. Deus me ajude. Amém”.

Podemos dizer que a história da Reforma mudou porque Lutero não fez aquilo que sabia que era errado. Ele levou a sério sua consciência. Como você trata sua consciência?
2 Coríntios 1.12, 15-17, 23 – Algumas pessoas de Corinto estavam colocando Paulo em dúvida, acusando-o por inúmeros motivos. Porém Paulo diz que tem uma consciência limpa – para ele isso era crucial (Rm 9.1, 2 Tm 1.3). A consciência pode não ser o juiz final de nossas acusações, mas é um bom indicador. Consciência é a faculdade que Deus colocou em nós para que nos conheçamos e para que possamos discernir o certo do errado. E o Espírito age através e influencia a nossa consciência. Os puritanos diziam que a consciência é o espião de Deus e o superintendente do homem.
Rm 2.14-15 – A consciência pode ser como um promotor, acusando-nos de nossos pecados. Mas a consciência também tem um papel positivo de nos defender que estamos corretos mesmo diante de acusações. A Escritura coloca a falta de uma consciência desenvolvida como um atributo infantil. Entender o papel da consciência é indispensável à maturidade cristã.
Hb 10.22 – Mas podemos ter uma consciência má, a qual nos acusa de fazer o mal, mas não nos leva a fazer nada a respeito disso.
1 Tm 4.2 – Se você ignora sua consciência por muito tempo, sua consciência má se tornará cauterizada.
Tt 1.15 – Há também uma consciência corrompida, que não consegue discernir entre o certo e errado e você começa a celebrar o que é mal e condenar o que é bom.
1Co 8.7-13 – Há também o que Escritura chama de consciência fraca, que é quando nos sentimos culpados de algo que não é inerentemente indigna. Tornamo-nos muito meticulosos com coisas que não são necessariamente errada (p.e.: bebida alcóolica, cinema).
At 17.26; Tt 3.9; 1 Pe 3.16 – Nosso objetivo é ter uma consciência boa e tranquila.
Duas coisas que devemos fazer para ter uma boa consciência:
1) Abandone o pecado quando sua consciência diz que o que você vai fazer é errado. Se você está vendo um filme e está se sentindo mal e ficaria envergonhado se alguém visse você, então simplesmente deixe de ver. Quando ignoramos a consciência nos colocamos em grande perigo. Nós nos tornamos uma pedra de tropeço diante de outros crentes quando o incentivamos a ignorar sua consciência, mesmo que não seja algo absolutamente errado.
2) Volte-se a Cristo, quando sua consciência lhe acusar de algo que você fez (1Jo 1.9; Hb 9.14). A consciência é para ser nossa amiga, pois Deus a deu para nos levar a cruz. A própria pregação deve se dirigir a consciência.
Dependendo de como você foi criado, você pode ter uma consciência muito sensível, se sentindo constantemente uma falha. Saiba que a cada vez que você olhar para si mesmo, olhe dez vezes para Cristo. Não é para isso que Deus lhe deu sua consciência. Outros já tem uma consciência cauterizada que não percebem os perigos do pecado. Você é chamado para ter uma consciência limpa e não inexistente.
Paulo vivia com uma consciência limpa (1Co 4.4). Com isso Paulo não está dizendo que não peca, mas que vive uma vida de constante arrependimento e de fé em Cristo. Ele confessava e olhava para cruz assim que pecado. É assim que a vida cristã deve ser.

15 de out. de 2014

A Trindade e a pessoa do Espírito Santo

Por Franklin Ferreira

“Mas não atenuaremos a verdade, nem por temor trairemos nossa aliança. (…) O Senhor nos transmitiu como doutrina obrigatória e salvífica que o Espírito Santo está na mesma ordem que o Pai… Cientes da salvação operada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, abandonaríamos o modelo de salvação que recebemos? (…) Por meio do Filho que é um, ele [o Espírito Santo que é um] se religa ao Pai, que também é um, e por si completa a Trindade bem-aventurada, digna de todo louvor”. (Basílio de Cesaréia)

Hoje, muitas igrejas caem em dois extremos. Alguns evangélicos priorizam uma relação cognitiva com Deus, sob o risco de transformar Deus num conceito abstrato ou ideia. Já alguns pentecostais enfatizam a experiência carismática proporcionada pelo Espírito Santo, sob o risco de tornar Deus uma fonte de energia e poder.

Há uma saída para este dilema?

1. A divindade do Espírito Santo
Não devemos fugir da doutrina da Trindade, e ela nos diz que o Espírito também é Deus. A ele são atribuídos: nomes divinos (“santo”, “de Deus”), atributos divinos, obras divinas (“as obras externas da Trindade são indivisíveis”) e louvor (“que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado” (Credo “Niceno”). A divindade do Espírito é demonstrada em sua plena igualdade com o Pai e com o Filho. Veja as seguintes formulas trinitarianas: fórmula batismal (Mt 28.19), dons espirituais (1Co 12.4-6), bênção apostólica (2Co 13.13), obras na salvação (1Pe 1.2) e “fé santíssima” (Jd 20-21). Repare na ordem diferente em que as pessoas aparecem: nem sempre o Pai vem primeiro, depois, o Filho e por último, o Espírito. Isso porque não há nenhuma nível de inferioridade entre as pessoas divinas. O Pai não é mais Deus do que o Espírito. Deve-se rejeitar a prática de numerar as pessoas da Trindade, pois ainda que cada uma delas seja designada como uma, elas não se somam entre si.

Se por um lado afirmamos a plena igualdade, glória e louvor na eternidade, na história da salvação, vemos que existe uma subordinação da tarefa .Há que se fazer uma distinção entre a Trindade imanente e a Trindade econômica

2. O Espírito Santo é um ser pessoal
O Espírito é um ser pessoal, chamado de “presença auxiliadora” (paráklētos). Ele tem atributos pessoais: inteligência, vontade e sentimentos, assim como fala, testifica, ordena, revela, luta, cria, intercede, vivifica os mortos e tem ciúme. Por isso, devemos ressaltar que o Espírito é distinto do seu poder.

Por ser uma pessoa, o Espírito relaciona-se com o Pai e o Filho, assim como com outras pessoas, como os cristãos, os apóstolos e os discípulos. O Espírito Santo é um ser pessoal, da mesma essência que o Pai e o Filho, o único Deus.

3. O Espírito Santo na vida de Jesus
O Espírito de Deus habitou em Jesus, atuando em seu nascimento, vida, morte e ressurreição (At 10.36-43). Foi “mediante o Espírito de santidade” que Jesus foi “declarado Filho de Deus com poder” (Rm 1.4, NVI). A primeira obra que Jesus realizou, depois de sua exaltação à direita do Pai, foi o envio do Espírito Santo (At 1.8-9; 2.1-4).

4. O Espírito procede do Pai e do Filho
O Espírito é o Espírito de Cristo, no mesmo sentido que ele é o Espírito de Deus, que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos. O Espírito Santo não é eternamente gerado como o Filho, mas procede do Pai e do Filho (Jo 15.26), e esse é um dos elementos que o distingue das outras pessoas da Trindade. Em virtude de o Espírito proceder do Pai e do Filho, ele é descrito como um ser pessoal que mantém com o Pai e com o Filho a mais estreita relação possível:

“O Pai é apenas o Pai do Filho, e o Filho apenas o Filho do Pai; o Espírito, entretanto, é o Espírito tanto do Pai como do Filho, unindo-os em um vínculo de amor”. (Agostinho de Hipona)

E dessa unidade, o Espírito Santo é enviado para prosseguir, aplicar e consumar a obra de Cristo na terra. Assim como a encarnação estava firmada na unidade do Pai com o Filho, a obra do Espírito baseia-se em sua unidade com o Pai e com o Filho. Cada pessoa da Trindade busca a glória da outra, exaltando-a.

5. O Espírito na criação e salvação
O Espírito Santo age na criação como o doador da vida e como aquele que qualifica os homens para suas tarefas. Ele inspirou a Escritura, chama os pecadores, aplica os benefícios da salvação aos que creem, justificando, regenerando e santificando, e edifica a igreja por meio dos meios da graça.

Conclusão
Se valorizarmos o Espírito, então teremos:

Uma vida centrada em Deus: necessitamos praticar o autoexame, para distinguir entre o que procede do Espírito Santo e do nosso próprio espírito, interpretando nossas histórias pessoais à luz da Escritura Sagrada e da vida de Jesus Cristo.

Uma vida no mundo e para o mundo: Precisamos interagir com a criação com alegria e responsabilidade, com sensibilidade para com os necessitados, tendo a Escritura, “a espada do Espírito” (Ef 6.17), como guia para a prática profissional, as decisões políticas e as relações familiares e sociais, rogando a outros que se reconciliem com Deus em Cristo.

Uma vida diária sob sua ação: Cremos que o Espírito Santo atua de maneira inexplicável e miraculosa. Mas também devemos lembrar que o Espírito de Deus, que cria, liberta, reconcilia e renova, atua no que é comum e habitual, e através de quem quer se seja.

Uma vida de resistência e esperança: Sabemos que, nos “sofrimentos do tempo presente”, o Espírito nem sempre nos livra, mas nos “ajuda na fraqueza”, dando-nos conforto, coragem e força – levando-nos a ansiar pela vinda de Cristo em poder, quando “a própria criação será redimida”, quando da “redenção do nosso corpo” (Rm 8.18,21,23,26).

Uma vida comunitária: Jesus enviou seu Espírito para a comunidade de seus seguidores – pessoas comuns, diferentes e pecadoras. Temos a promessa dos dons do Espírito, que nos capacita a vivermos juntos, cuidando uns dos outros. Reconhecemos a presença do Espírito no e através do culto e dos meios da graça – nem sempre espetaculares, e que, algumas vezes, parecem ser rotineiros e muito simples.

Uma vida de confissão de fé: “A fé católica consiste em venerar um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância. Pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade (…) E nesta Trindade nada é anterior ou posterior, nada maior ou menor; porém todas as três pessoas são coeternas e iguais entre si; de modo que, em tudo, conforme já ficou dito acima, deve ser venerada a Trindade na unidade e a unidade na Trindade. Portanto, quem quer salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade” (Credo de Atanásio, 3-6, 24-26).

 Toda vida cristã é vida no Espírito.
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