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26 de dez. de 2016

A Maravilha do Natal

Por Hugo Wagner Silveira Melo

Essa é uma época do ano quando, querendo ou não, somos levados a pensar no nascimento de Cristo. Eu desejaria que houvesse outros dias mais de Natal ao ano. Pois seriamos mais vezes levados a refletir sobre o Cristo que nasceu na Manjedoura. Charles H. Spurgeon falando sobre Natal diz:

“Posto que é legitimo e digno de elogio meditar na encarnação do Senhor em qualquer dia do ano, não está no poder das superstições de outros homens converter tal meditação imprópria no dia de hoje (Natal). Então, sem importar a data, devemos dá graças a Deus pelo dom de Seu Filho amado”. [1]

“O dia de Natal é realmente uma benção para nós... No entanto, ainda que não sigamos os passos de outras pessoas, não vejo dano algum em pensarmos na encarnação e no nascimento do Senhor Jesus”[2]

O evento do qual Spurgeon esta falado é totalmente bíblico. Nós celebramos o Natal porque não podemos erradicar a partir de nossa consciência a nossa profunda consciência da diferença entre o sagrado e o profano.  Quando Deus apareceu a Moisés na sarça ardente, o fundamento de que era anteriormente comum de repente se tornou raro. Agora era terra santa - espaço sagrado. Aonde Deus toca, torna-se lugar santo. Nunca houve um lugar mais santo do que a cidade de Belém, onde nasceu o Redentor. Como relatar a profecia: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Mq 5:2)

A palavra Belém quer dizer “casa de pão”; Efrata significa “Fecundidade” ou “abundância”. Ele teria que nascer em Belém Efrata, pois seria o alimento de seu povo, pois dali seria dado ao homem o pão da vida. Como também nos faria fecundos: Jesus é que nos faz fecundos. “Quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto” (João 15:5) Gloriosa Belém Efrata! Fértil casa de pão – a casa de abundante provisão para o povo de Deus! Nossos pobres corações infrutíferos e famintos, nunca produziram nenhum fruto, nenhuma flor e nem o pão que nos saciaria. É o seu nascimento que enriquece o solo de nossos corações, que alimenta a nossa alma faminta. Esse é o maravilhoso natal.

Passo a listar três razões pelas quais considero maravilhoso o nascimento de Cristo:

Em Primeiro Lugar, porque Declara a Fidelidade De Deus

Toda a história da Bíblia constrói um clímax, pré-anuncia o nascimento do Messias naquele estábulo a mais de dois mil anos atrás, essa historia, nos mostra a progressão da revelação de Deus quanto ao seu ato redentivo. 

Adão e Eva mal tinha digerido o fruto proibido quando Deus pronunciou a promessa de uma descendência que feriria o calcanhar da serpente (Gn 3.15). Em seguida, Deus escolheu a família de Abraão, para servir como um canal de bênção para todas as nações através do seu descendente, Cristo (Gl 3.16). Em cerca de mil anos antes do nascimento de Cristo; Deus escolheu Davi para ser rei sobre Israel. Não só o Messias será um descendente de Abraão, mas também um descendente do rei Davi, ele seria conhecido como a raiz Davi, no qual reinaria no trono por toda eternidade.

 Os profetas anunciavam a vinda do Messias; Aquele que seria a semente da mulher; O Emanuel – Deus conosco; O cabeça do pacto; Aquele que existia desde os tempos eternos: O Leão da tribo de Judá, cujo o seu Rugido ecoa até hoje; a grande Luz para os que andavam nas trevas e o Maravilhoso Tudo isso preparando o terreno para a chegada do Messias e para o cumprimento da promessa. Como bem falou Martyn Lloyd-Jones:

“Aqui esta o Grande cumprimento. E por isso vocês podem dar-se conta de que todos os profetas e salmistas do Velho Testamento viram isto. Eles olhavam para o futuro; sabiam que este evento iria cumprir todas as promessas...”[3]

O nascimento de Cristo nesse mundo é o cumprimento de todas as promessas de Deus. Quando Mateus abre seu Evangelho, ele apresenta Jesus como o filho de Abraão e filho de Davi, a organização da genealogia de Jesus estão em três séries de catorze gerações, cada uma desde Abraão até Davi, de Davi até o exílio, e desde o exílio até Jesus. Lucas, da mesma forma, mostra que, em Jesus, a uma infinidade de promessas feitas no passado que têm encontrado o seu cumprimento. João, finalmente, retrata Jesus como o verbo pré-existente de Deus que se fez carne e tabernaculou conosco.
Esta é a matriz messiânica tecida pelos escritores bíblicos sobre a história redentiva. Para aqueles que têm abraçado a mensagem do Natal - que Jesus é o restaurador e salvador do seu povo nascido de uma virgem por obra do Espirito Santo, essa é a história da redenção. Neste evento, vemos que Cristo cumpre o texto do antigo pacto. Ele cumpre as suas verdades e doutrinas.  Ele cumpre as suas cerimônias e rituais. Ele cumpre as suas promessas e profecias. Ele é o ponto central da história. E nesse sentido, vemos a fidelidade de Deus.
A Segunda razão pelo qual o nascimento de Cristo é maravilhoso: porque revela o Poder de Deus
Martyn Lloyd-Jones nos mostra que esse é o sentido do natal, é Deus revelar o seu poder:
“Deveria ser evidente por si mesmo que o que se anuncia é inteiramente de Deus. É o anuncio do que Deus fez, faz, e fará. Essa é a essência disso tudo... Deus fez. Deus manifestará o seu PODER. É disso que trata o natal”. [4]
O anjo declara a Maria: "O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te encobrirá; portanto, a criança que vai nascer será chamado santo - o Filho de Deus "(Lc 1:35). Essa criança que nasceu normal, foi fruto da ação sobrenatural do Espirito em sua concepção, isso porque veio do seio do Pai. O nome do Altíssimo é o superlativo do termo grego para a altura. Em outras palavras, Deus é o mais alto: "Eis que o céu e o céu dos céus não te podem conter" (1 Rs 8:27.). Esta é a vinda do próprio Deus em forma humana. Esta é a chegada do unigênito do Pai, a humanização e a manifestação da onipotência Divina. 
Maria ficou perplexa por causa de tão grande revelação sobre aquele que haveria de nascer dela. Aquele filho que seria gerado em seu ventre é ao mesmo tempo filho do eterno de Deus. Essa criança que haveria de nascer de Maria tinha a procedência e todas as propriedades da natureza Divina, assim como haveria de ser um homem completo com todas as propriedades essenciais que um ser humano possui.
Sobre as duas naturezas de Cristo, Paulo nos ensina escrevendo aos Gálatas: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Em Cristo, temos o criador e criatura, a força e fraqueza, o eterno e o temporal, a imutabilidade e mutabilidade, independência e dependência, o infinito e o finito. Em Cristo a natureza humana e a natureza divina estão unidas, mantendo-se distinta. Sua natureza humana absorver Sua natureza divina e sua natureza divina absorver Sua natureza humana. Ele é totalmente Deus e totalmente homem em uma pessoa. Isso é maravilhoso demais! Talvez você pergunte, por quê? Eu responderia dizendo que essa é a nossa única esperança de salvação. Se não houvesse a união das duas naturezas numa só pessoa, a pessoa Divina do verbo não poderia ser representante de pecadores. Pois se o salvador tivesse somente a natureza Divina, ele não poderia sofrer as penalidades divinas no lugar do pecador; Mas também o redentor deveria ser homem em todas as coisas. É isso, que o escritor aos hebreus nos diz: “Por isso convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos”... (Hb 2.17). só assim, sendo homem, Cristo seria capaz de ser o nosso substituto. Como Deus, Cristo é capaz de suportar os nossos pecados sem ser corrompidos com eles. Se Ele tivesse sido um mero homem - embora um homem perfeito - Ele não podia ter assumido a imputação do nosso pecado sem ser corrompido por ele. Se Jesus fosse somente um homem, ele não poderia realizar ao nosso favor e nem em nosso lugar a obra para a qual veio. O redentor deveria ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem para ser um poderoso salvador.
A Terceira e ultima razão por que o natal é maravilhoso: porque revela a Graça de Deus
Aqui Deus revela o proposito final do seu pacto da redenção e da graça; E o alvo final desse pacto é o Cristo. Natal é o anuncio da maravilhosa obra de Deus, é Deus descendo para salvar graciosamente o seu povo. O anjo declara a José: "Ela dará à luz um filho; e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt.1:21). Note que, Cristo salva o seu povo dos seus pecados. Por quê? Porque os nossos pecados nos afastam de Deus. Os nossos pecados ofendem a Deus. Como resultado, estamos sob a condenação Divina. Cristo salva o seu povo  dos seus pecados. Como? "Ele levou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro..." (1 Ped. 2:24). Isso é substituição. Seu sangue satisfaz as santas exigências de Deus e por isso o natal é maravilhoso, porque é o derramar do perdão gracioso de Deus sobre pessoas indignas. É Deus nos dando aquilo que não merecemos. Isso é graça!
Vemos essa verdade na genealogia de Cristo. Abraão está listado nela; E o mesmo mentiu sobre a identidade da sua esposa, a fim de salvar sua própria pele. Jacó está listado; Ele foi um enganador, enganou seu próprio pai, enquanto ele estava deitado em seu leito de morte e também o seu próprio irmão. Davi está listado; Ele foi chamado o homem segundo Deus, o mesmo foi um adúltero e assassino. Ele tirou a vida de um homem, que teria de bom grado dado a sua. Rute está na lista; Ela é fruto de uma relação ilícita entre Ló e uma de suas filhas; Ela é uma moabita – de uma nação sob maldição! Quanta vergonha e desgraça! O que todas essas pessoas têm em comum conosco?  Uma natureza pecadora e totalmente necessitada da graça salvadora de Deus. Por isso Cristo veio, para salvar o seu povo dos seus pecados.
O nascimento de Jesus Cristo trouxe ao homem o evangelho da graça de Deus; É chamado de o “evangelho da graça” por que alcança o pecador num estado de miséria e de desmerecimento; por que anuncia a redenção sem que o pecador tenha que fazer coisa alguma, sendo uma obra exclusiva de Deus; E por isso Ele sendo Deus, tomou a forma de servo; Sendo o Criador, tornou-se uma criatura; Ele não tinha pecado, mas se fez pecado por nós; Ele era o prazer do Pai, mas Ele se tornou o objeto da ira Divina. Por que Ele fez isso? Ele fez tudo isso, a fim de salvar o seu povo dos seus pecados. Essa é a maravilha do Natal! 

BIBLIOGRAFIA

[1] Charles Haddon SPURGEON, “A Alegria Nascida em Belém” Ed. Projeto Spurgeon – Edição 24 de Dezembro de 1871, Newington, Londres. p.4

[2] Charles Haddon SPURGEON, “A Encarnação e o sofrimento de Cristo” Ed. Projeto Spurgeon – Edição 23 de Dezembro de 1855, Em New Park Street Chapel, Southark – Londres.. p.1

[3] Martyn Lloyd-Jones, “Sermões Natalinos” Exposição do Magnificat, Ed. PES - Bryntirion Press, 1ª Edição em Português 2009, p.67


[4] Martyn Lloyd-Jones, “Sermões Natalinos” Exposição do Magnificat, Ed. PES - Bryntirion Press, 1ª Edição em Português 2009, p.33

23 de dez. de 2016

O Exemplo de Amor e Humildade vistos na Encarnação de Cristo

Por Thiago Oliveira*

Introdução

Mesmo em decorrência da celebração do Natal, gostaria de continuar com a exposição de Filipenses que começamos em nossa igreja, dando início ao segundo capítulo, que não por acaso fala sobre a encarnação de Cristo, ou seja, do seu nascimento. Fiquemos atentos à palavra que o Senhor nos entregou e que toda meditação seja orientada pelo Santo Espírito, para que esta palavra se aplique em nossos corações.

A Deus toda glória!

Exposição (Filipenses 2.1-11)

1-4 Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.

O começo do capítulo 2 dá continuidade ao que foi dito anteriormente, no final no capítulo 1. O apóstolo Paulo continua exortando a igreja em Filipos a permanecer unida. A união fraternal em Cristo é um indicativo de que aquela igreja goza de saúde espiritual, pois, existe uma impossibilidade de se estar em Cristo e viver em desunião com nossos irmãos de fé. A motivação e a exortação em amor para que vivamos em unidade são procedentes do próprio Senhor. Ele encoraja cada crente a viverem as benesses da vida em comunidade, exercitando conjuntamente a fé que temos nele. E o Espírito Santo, que habita dentro de todo aquele que por Deus foi salvo em Cristo Jesus é o condutor da comunhão entre os membros da igreja.

Notem que a Trindade é responsável para que o amor fraterno seja vivenciado. O encorajamento que Cristo oferece para vivermos juntos, somado ao agir do Espírito na Igreja, é o que torna possível a comunhão, isto é, o amor de uns para com os outros. Paulo ainda menciona que este amor deve ser experimentado em profunda afeição e misericórdia. O termo profundo remete as entranhas, algo que os filipenses, por terem uma cultura helênica, conheciam. Nós costumamos dizer que amamos do fundo do coração, os gregos diziam amar do fundo de suas entranhas. Já o termo misericórdia (ou compaixão - como traduz a NVI) remete a nos colocarmos no lugar de outrem e sentir as suas dores e aflições como se fossem nossas dores e nossas aflições.

Então, se estamos em Cristo, como raciocina o apóstolo, devemos ter uma unidade de pensamento e atitude. Pois, estamos ligados no mesmo amor e no mesmo Espírito. Na prática, isso deveria extirpar todo egoísmo e vaidade do meio do povo de Deus. Paulo afirma que o correto é considerar os outros acima de nós mesmos e assim, pautar a nossa vida para não focar apenas na busca das realizações pessoais. Uma vida cristã genuína e saudável é altruísta. O cuidado com o próximo e o interesse do seu bem estar devem ser uma prioridade.

Mas aí vêm os queixumes: “é difícil proceder dessa maneira. Como faremos isso?”. O modelo a quem Paulo vai apelar é o de Cristo, e aqui veremos como que o Senhor dos Senhores se humilhou, e o fez por amar a sua Igreja e zelar por sua unidade.

5-8 Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!

Paulo sempre apela para figura de Cristo ao nos exortar sobre o que devemos fazer. E aqui ele insta para que a nossa atitude seja a mesma do nosso Redentor. Devemos imitá-lo, não na sua tarefa redentiva e vicária, apenas o Cristo foi imbuído com esta missão salvadora. Todavia, devemos imitar o espírito de humildade e abnegação que levaram o Filho de Deus a abrir mão de seu estado de glória para se fazer o servo sofredor que pagaria pelos nossos pecados.

Cristo, nesse maravilhoso texto doutrinário, é apresentado como Deus. Antes de sua encarnação ele já era divino, igual ao Pai, desde a eternidade. A sua forma, isto é, a sua essência, é de um ser não-criado. Na verdade, ele é o Criador de todas as coisas e por meio dele e para ele, tudo subsistindo nele (Cl 1.16-17). Mas, Cristo não se valeu desta condição de uma maneira egoísta. Ele não se apega ao fato de que por ser Deus tinha muitos privilégios para gozar, satisfazendo a si mesmo. O esvaziamento do Filho de Deus, termo usado por Paulo para deixar claro o grande referencial de humildade significa que Cristo abdicou, não de sua essência, mas da glória e dos privilégios correspondentes à sua divindade. Ele se fez servo e assumiu uma forma humana. Não trocou a divindade pela humanidade, mas aderiu a sua natureza divina, uma natureza humana e dentro de um útero se desenvolveu como qualquer criança. Isto é assombrosamente lindo!

Outro fator importante é que Jesus não veio ao mundo como alguém que pertenceu à elite de sua época. Não foi um homem que viveu em palácios e se valeu de poder temporal. Cristo foi pobre, sem ter onde reclinar a cabeça. Nasceu num estábulo que não era dele e nem de sua família terrena. E assim foi até seu sepultamento, quando o túmulo que recebeu seu corpo também era emprestado. Ele veio a este mundo para morrer na cruz, e foi obediente a este plano.

Logo, notemos que tendo todo o direito de desfrutar da sua majestade celestial, servido e venerado pelos anjos, Cristo abre mão desta condição, pois não é egoísta. Para salvar os seus eleitos, Cristo não podia salvar a si mesmo e não experimentar do cálice da ira divina. Ele foi para cruz e se entregou sacrificialmente num ato de amor. Este deve ser o nosso parâmetro ético. Ao invés de nos inflamarmos vaidosamente, devemos nos despojar de tudo que nos torna orgulhosos. Devemos nos esvaziar de nós mesmos, sacrificando o nosso ego. Viver só para si não é a vida que Cristo viveu e nem é a que ele quer que vivamos.

9-11 Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.

Após ter se humilhado, Cristo não ficou relegado a uma posição de pobre coitado. Sua breve vida terrena e sua morte considerada vexatória na cruz não consistiram num fim trágico de um homem bom. Cristo não foi derrotado na cruz e o sepulcro não o segurou. O que se seguiu após ter sido crucificado foi a demonstração da maior de todas as vitórias e conquistas. Cristo venceu sobre os principados e potestades e foi exaltado por Deus Pai, colocado acima de tudo e de todos. Seu nome ganha proeminência e toda a humanidade, até mesmo os governantes desta terra, são seus súditos, estando debaixo de seu poderio.

Quando Cristo for visto entre as nuvens, no advento de sua vinda definitiva, todos verão um ser distintamente glorioso. Seu aspecto será inigualavelmente majestoso e diante de toda demonstração visível de seu estado de glória, toda a humanidade se curvará reconhecendo que ele é o soberano Senhor. Alguns farão este reconhecimento para sua própria condenação, pois não creram em sua mensagem e zombaram do Evangelho. Outros - os que foram remidos - professarão com alegria o que já diziam antes pela fé, pois, não apenas falavam, mas viviam como servos do Senhor dos Senhores. Quem tem ouvidos ouça: em Cristo está a salvação para vossas almas! É preciso crer e confessar que ele detém o senhorio de todas as coisas. Se esta confissão não for feita antes de sua vinda, depois dela será feita de todo jeito, mas a aplicação da confissão não será para a vida, será (de maneira justa) para a morte.

Conclusão/Aplicação

Gostaria de concluir, e ao mesmo tempo, aplicar esta mensagem elencando alguns pontos:

1. Em meio a um estilo de vida materialista, buscamos satisfazer os apelos midiáticos e consumistas. E nisso, a vaidade e o orgulho são fisgados pelas propagandas que estimulam a competitividade. Mas será que esta vida esta é conformidade com o que Cristo nos ensinou? O que você tem feito com seus dias? Tem corrido atrás de realizar seus sonhos materiais e esqueceu de que importar-se com o próximo é seu dever como cristão? Cuidado com a ganância, os que ambicionam riquezas caem em muitas tentações e podem se desviar da fé (1 Tm 6.9-10).

2. Ter a atitude de Cristo e ser humilde é algo que precisa ser demonstrado na prática. Quando Paulo afirma que devemos considerar os outros superiores a nós mesmos, isso remete a honrarmos essas pessoas. Ora, você não pode honrar a ninguém de um modo secreto. Você tem demonstrado amor na prática? Tem buscado a auto-glorificação ou busca honrar os outros? Aproveite esse tempo de festas de fim de ano para honrar alguém fazendo-lhe uma visita especial, convidando para cear em sua casa, dando-lhe algum singelo presente ou até mesmo um cartão, externando o quanto essa pessoa é importante para você.

3. Considerando que Jesus Cristo é o Senhor, que possamos conduzir as nossas vidas debaixo de seu senhorio. Como isso pode ser feito? Buscando viver em conformidade com a sua Palavra. E como dito pelo apóstolo Paulo, buscando a unidade fraternal da igreja. Invista seu tempo em estudar a Bíblia, doutrina é importante e toda ela tem sua aplicação prática. Hoje mesmo vimos que Paulo através de um tratado teológico sobre a divindade e a encarnação de Cristo aplicou estas verdades para exortar a igreja a viver em plena união.


4. Agora me direciono aqueles que não professaram a fé em Cristo. Gostaria de dizer que a mensagem foi clara o suficiente para que vocês saibam que quem não crê no Filho de Deus está condenado (Jo 3.18). Dobrem agora, não apenas os vossos joelhos, mas também os vossos corações para que Cristo reine e os salvem da ira vindoura. Se hoje ele nascer dentro de vocês, confessem isso publicamente. Saibam que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. (Ro10.13). Um novo nascimento é uma bela forma de se celebrar o natal. 

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* Esse texto foi base do sermão pregado por Thiago Oliveira na igreja em que pastoreia: Ig. Evangélica Livre em Itapuama -PE. 

20 de dez. de 2015

Jesus: Verbo, Luz e Natal!

Por Thiago Oliveira

*Texto Base: João 1.1-14

Introdução

João começa o seu Evangelho de um modo diferente. O nascimento de Jesus não é relatado como em Mateus e Lucas, que narram os fatos tal como aconteceram. João fala sobre o mesmo assunto, porém elabora uma sentença teológica e nos diz que o Verbo se fez carne e habitou entre nós (v.14). A expressão que foi traduzida como o Verbo, ou Palavra em algumas versões, é um termo grego muito abrangente: logos. O que o apóstolo intencionou ao se utilizar dessa expressão? O que estava querendo ensinar aos seus leitores?

26 de dez. de 2014

O Que o Natal Significa Para Mim

Por C.S. Lewis
Há três coisas que levam o nome de “Natal”. A primeira é a festa religiosa. Ela é importante e obrigatória para os cristãos mas, já que não é do interesse de todos, não vou dizer mais nada sobre ela. A segunda (ela tem conexões históricas com a primeira, mas não precisamos falar disso aqui) é o feriado popular, uma ocasião para confraternização e hospitalidade. Se fosse da minha conta ter uma “opinião” sobre isso, eu diria que aprovo essa confraternização. Mas o que eu aprovo ainda mais é cada um cuidar da sua própria vida. Não vejo razão para ficar dando opiniões sobre como as pessoas devam gastar seu dinheiro e seu tempo com os amigos. É bem provável que elas queiram minha opinião tanto quanto eu quero a delas. Mas a terceira coisa a que se chama “Natal” é, infelizmente, da conta de todo mundo.
Refiro-me à chantagem comercial. A troca de presentes era apenas um pequeno ingrediente da antiga festividade inglesa. O Sr. Pickwick levou um bacalhau a Dingley Dell [1]; o arrependido Scrooge [2] encomendou um peru para seu secretário; os amantes mandavam presentes de amor; as crianças ganhavam brinquedos e frutas. Mas a ideia de que não apenas todos os amigos mas também todos os conhecidos devam dar presentes uns aos outros, ou pelo menos enviar cartões, é já bem recente e tem sido forçada sobre nós pelos lojistas. Nenhuma destas circunstâncias é, em si, uma razão para condená-la. Eu a condeno nos seguintes termos.
1. No cômputo geral, a coisa é bem mais dolorosa do que prazerosa. Basta passar a noite de Natal com uma família que tenta seguir a ‘tradição’ (no sentido comercial do termo) para constatar que a coisa toda é um pesadelo. Bem antes do 25 de dezembro as pessoas já estão acabadas ― fisicamente acabadas pelas semanas de luta diária em lojas lotadas, mentalmente acabadas pelo esforço de lembrar todas as pessoas a serem presenteadas e se os presentes se encaixam nos gostos de cada um. Elas não estão dispostas para a confraternização; muito menos (se quisessem) para participar de um ato religioso. Pela cara delas, parece que uma longa doença tomou conta da casa.
2. Quase tudo o que acontece é involuntário. A regra moderna diz que qualquer pessoa pode forçar você a dar-lhe um presente se ela antes jogar um presente no seu colo. É quase uma chantagem. Quem nunca ouviu o lamento desesperado e injurioso do sujeito que, achando que enfim a chateação toda terminou, de repente recebe um presente inesperado da Sra. Fulana (que mal sabemos quem é) e se vê obrigado a voltar para as tenebrosas lojas para comprar-lhe um presente de volta?
3. Há coisas que são dadas de presente que nenhum mortal pensaria em comprar para si ― tralhas inúteis e barulhentas que são tidas como ‘novidades’ porque ninguém foi tolo o bastante em adquiri-las. Será que realmente não temos utilidade melhor para os talentos humanos do que gastá-los com essas futilidades?
4. A chateação. Afinal, em meio à algazarra, ainda temos nossas compras normais e necessárias, e nessa época o trabalho em fazê-las triplica.
Dizem que essa loucura toda é necessária porque faz bem para a economia. Pois esse é mais um sintoma da condição lunática em que vive nosso país ― na verdade, o mundo todo ―, no qual as pessoas se persuadem mutuamente a comprar coisas. Eu realmente não sei como acabar com isso. Mas será que é meu dever comprar e receber montanhas de porcarias todo Natal só para ajudar os lojistas? Se continuar desse jeito, daqui a pouco eu vou dar dinheiro a eles por nada e contabilizar como caridade. Por nada? Bem, melhor por nada do que por insanidade.
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Notas:
[1] Samuel Pickwick é o personagem principal de Pickwick Papers, romance de Charles Dickens no qual suas aventuras são narradas. Dingley Dell é o nome de uma fazenda, um dos cenários do romance. (N. do T.)
[2] Referência ao avarento milionário Ebenezer Scrooge, personagem da obra Um Conto de Natal, de Charles Dickens. (N. do T.)

25 de dez. de 2014

O Verdadeiro Sentido do Natal e o Paganismo Histórico

Por Thiago Azevedo

A Influência pagã tem sido infelizmente uma marca na história do cristianismo e da igreja. Desde os tempos mais longínquos o povo israelita, mesmo possuindo referências divinas, manteve um costume de reter referências pagãs na sua caminhada. A idolatria do povo de Israel pode ser vista como o principal indício desta alegação. Em dias que evidenciam o clima natalino não há como não se lembrar do enxerto de referências pagãs que esta data, o natal e o seu real significado, sofreu.

Sabe-se que na realidade o mês que Jesus nasceu de fato não foi Dezembro, mas, ao que tudo indica, foi Março. Até mesmo o ano do nascimento do salvador do mundo é questionado entre os estudiosos. Existe até um ditado entre os historiadores: “Jesus nasceu dois ou três anos antes de Cristo”. No decorrer da história houve uma transferência da data do nascimento de Cristo para o mês de Dezembro por diversos motivos; políticos, religiosos e até econômicos. Antes de se comemorar de fato o nascimento de Cristo no mês de Dezembro na tradicional data comemorou-se várias outras festividades, a saber, o culto ao deus do sol: Mitra – mitraísmo. De origem persa, um dos ensinos desta crença era o real desprezo às mulheres, ato que o cristianismo não comungava. Logo o cristianismo sobrepõe o mitraísmo. Outra festividade pagã que também concorreu a tão disputada data de Dezembro foi a Saturnália Romana que era um festival romano em honra ao deus Saturno que ocorria no mês de dezembro, mais provavelmente no dia 17 do referido mês. Acredita-se que o festival passou a ser prolongado por toda a semana chegando à data 25 de Dezembro. Nesta festividade escravos eram temporariamente colocados na posição de senhores e de forma temporária eram livres. Ou seja, os escravos eram livres, mas só o tempo que durasse a festividade.

Tendo por base o que foi exposto acerca das duas festividades pagãs se pode estabelecer algumas distinções com o verdadeiro Cristianismo. Primeiro: enquanto no Mitraísmo excluíam-se as mulheres, o Cristianismo traz na sua essência a importância destas. Maria concebe o Messias prometido e entra para o rol dos grandes expoentes da fé cristã. Como se não bastasse, Jesus ao ressuscitar aparece primeiro para mulheres Mt 28:1-9. Ou seja, Maria, mãe de Jesus, participa de forma direta tanto no inicio do ministério terrestre de Cristo, como também é testemunha do ministério celeste do mesmo.

No que tange a Saturnália e sua pseudo e temporária liberdade concedida a homens, o Cristianismo também o sobrepõe. A liberdade que Cristo concede não é falsa nem muito menos temporária, e sim eterna. Qualquer semelhança desta última festividade pagã com o bom velhinho – “Papai Noel” – não é mera coincidência. Tudo isso nada mais é que a tentativa embutida no paganismo de ofertar uma felicidade ou uma sensação de liberdade falsa/temporária. A morte de Cristo na cruz do calvário concede ao pecador liberdade perene, seu nascimento significa esperança. É como um farol no meio da madrugada guiando os barcos à terra firme e segura. Natal significa que nasceu o salvador e libertador do mundo. Esta mesma liberdade também está no bojo de toda obra divina; no Egito Deus guia seu povo por meio da coluna de fogo e da nuvem, isso depois de ordenar que as casas fossem marcadas pelo sangue do cordeiro na praga dos primogênitos, fato que levaria a libertação do povo do Egito. No nascimento de Cristo Deus guia os reis magos por meio de uma estrela, esta estrela apontaria mais uma vez para liberdade, mas agora uma liberdade perene – diferentemente da liberdade proposta pela Saturnália que é provisória. 

Natal é salvação, natal é liberdade, natal é compreender que em Cristo se alcança tudo isso. Não há promoção, compras, presentes ou banquetes que superem esta verdade. O nascimento de Cristo não deve ser evidenciado na vida dos cristãos em um dia específico, mas sim em toda a vida. Até mesmo porque não tem como precisar a data de seu nascimento. Deve ter sido por isso que Deus na sua soberania manteve o sigilo desta informação, pois mesmo sem ter certeza da data do real nascimento do Messias, pessoas enxertam tanto sentido pagão e pueril e conseguem ocultar a verdadeira essência do natal – nascimento do verdadeiro salvador e libertador do mundo.

24 de dez. de 2014

Uma Carta de Natal

Por Thiago Oliveira e Thomas Magnum

Zezinho* era um menino de onze anos que vivia no interior do estado de Pernambuco, na cidade de Serrita, e que gostava muito de ir a biblioteca pública da cidade gastar suas tardes nas leituras de várias histórias. Costumeiramente o menino gostava de ouvir histórias lendárias da cidade que seu Manoel contava à meninada, na calçada de casa todo fim de tarde, depois de voltar do roçado, no sítio onde trabalhava. 

Certo dia Zezinho se deparou com um envelope  que estava no chão na porta da biblioteca, na frente estava escrito: "Uma Carta de Natal". Dentro havia um caderninho ilustrado, e o texto falava da história do filho de Deus. Zezinho só havia escutado sobre Jesus algumas vezes em procissões e missas da cidade, o menino ficou muito curioso para saber que carta era aquela e o que o texto dizia. Desistiu de sua tarde de leitura na biblioteca e foi para um sítio onde seu Manoel trabalhava, havia uma jaqueira no sítio, Zezinho gostava de subir nela e ficar olhando a paisagem, mas, o objetivo naquele dia foi outro. O menino estava muito curioso para ler aquele pequeno caderno que continha vários desenhos, chamando muito a sua atenção. Era possível perceber que o menino estava ofegante e seus olhos ansiosos pela leitura. Bom, até que enfim Zezinho chegou ao sítio, abriu a porteira e quase que de forma desesperada subiu na jaqueira. Após ver as primeiras gravuras, leu a frase inicial da tal carta: 

"Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens."

Então ele continuou a ler a carta que dizia: 

"Essa frase foi dita por anjos, a pastores que estavam bem próximo do lugar em que nasceu um menino que mudaria a história do mundo. Tudo começou quando um anjo visitou uma moça, que tem o conhecido nome de Maria. Ela ia casar com José, mas teria um filho que não era dele. Não seria fruto de uma relação natural. O menino veio de uma semente divina. Maria conceberia do Espírito Santo, agraciada foi entre as mulheres, e milagrosamente, engravidou, mesmo sendo virgem.

José, quando soube da gravidez ficou desconfiado e triste, pensou em largar Maria...mas aí o anjo também o visitou e contou tudo o que estava se passando. Ele então entendeu que aquilo tudo era o plano de Deus, que enviou Seu Filho para tornar-se homem e salvar o mundo. Salvar de que ué? Ora, salvar da condenação do Inferno, pois por sermos todos pecadores, merecíamos o castigo eterno. O menino que nasceria, viria com a missão de pagar por nossa culpa, por nossos pecados, sofrer o nosso castigo e assim livrar das cadeias infernais todo aquele que crer em sua pessoa e sua mensagem.

Quando estava prestes de dar a luz, numa cidade chamada Belém (que não fica no Pará, é lá em Israel), não havia hospedagem para Maria e José, então eles improvisaram uma sala de parto num estábulo. O menino não teve berço ao nascer. Foi colocado numa manjedoura, onde se colocava o feno para os animais. Foi ali, num lugar sem pompa, com cheiro de bicho, balidos, mugidos e cacarejos, que o Rei dos Reis nasceu.

Os anjos então cantaram e convidaram os pastores para irem louvar o bebê que recebeu o nome de Jesus. Este nome pequeno, com cinco letras, quer dizer que o menino veio trazer salvação. Tudo isso já estava escrito na Santa Escritura. As profecias foram todas cumpridas ali naquela noite especial, que chamamos de natal.

Jesus não permaneceu um menino, ele cresceu em graça diante do Senhor e pregou a boa-nova de salvação. Os homens de seu tempo o penduraram numa cruz e o mataram. Mas você pensa que terminou assim? Que nada! Tudo isso também estava nas profecias. Ele precisou ser moído para pagar a pena que era nossa. O justo morreu pelos injustos e nos tornou livres da culpa e da condenação quando nos substituiu naquele madeiro. E após ter morrido, ele voltou a vida, venceu a morte, o inferno e o Diabo. Triunfou e nos deixou a salvação por herança. Foi pra isso que o menino Jesus nasceu. Seu começo está atrelado a este fim maravilhoso para todos os que nele depositam sua fé. Por isso repetimos com os anjos: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.

Tenha fé no Salvador, ore clamando por misericórdia e confesse que Cristo é o teu Senhor. Ore, com fé no nome de Jesus."

O pedaço de papel foi molhado com duas gotas de lágrimas. Zezinho estava chorando. Ele não entendia o real motivo do choro compulsivo que lhe tomou por inteiro, mas sabia que o seu coração começou a arder por Jesus naquele exato momento. Ele queria orar, mas só conhecia a reza do Pai Nosso e  da Ave Maria. Achou que não era essa prece que deveria fazer. Mas então, como orar? Surgiu então um grupo de irmãos, que o Zezinho identificou como os que seguem a "lei dos crentes". O missionário André estava naquele sítio para entregar presentes para as crianças e alimento para as famílias carentes.

Zezinho se aproximou e ouviu o missionário pregar sobre Jesus. Ele disse que havia escrito várias cartas  para contar a toda a cidade a história do Natal conforme está registrada na Bíblia. Zezinho disse: "eu li a carta, quero Jesus, mas não sei como orar". André emocionado foi até o menino, orou com ele e lhe deu um caminhão de brinquedo. No entanto, Zezinho soube que naquele dia o seu presente foi outro. O seu presente foi Jesus, que lhe trouxe a salvação. 

Enquanto olhamos ao nosso redor, nos grandes centros comerciais e nas grandes metrópoles, vemos as massas comemorando uma festa que não honra o homenageado. Que possamos entender, tal como o pequeno Zezinho, que Jesus é o verdadeiro Natal. O seu nascimento tem grande significado para a humanidade, Ele nasceu, encarnou, tomando uma forma humana. O nascimento do Filho de Deus ocorreu para que também pudéssemos nascer, mas, não nascer fisicamente, e sim espiritualmente. Esse é o verdadeiro Natal, a vida de Cristo em nós, o novo nascimento concedido graciosamente aos homens. Tal como lemos nas Escrituras:

Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador. Tito 3:4-6

Essa bondade revelada é Jesus, Ele que nos salva dos nossos pecados e nos redime. Não por nosso merecimento, ou por boas obras que tenhamos feito, mas, pela sua graça, seu favor para com os homens. Jesus é o Natal, Jesus é o Salvador. Ele é o maior presente! 

Creia nisso!
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Esta é uma história fictícia, mas que gostaríamos muito que fosse verdadeira. O sertão nordestino é uma área missionária que requer nossa atenção. Pois aqui, em nosso país, há povos não alcançados também. Serrita, cidade utilizada em nosso enredo, possui apenas 0,59 % de cristãos evangélicos. Há povoados sem igrejas, pessoas sedentas, que até sabem o que é religiosidade, mas que desconhecem o único e suficiente Senhor e Salvador. Oremos e evangelizemos o nosso sertão. 

23 de dez. de 2014

Natal e o nome de Jesus

Por Augustus Nicodemus

“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” 

Mateus 1:21

De acordo com o relato acima, do Evangelho de Mateus, o nome de Jesus Cristo foi dado pelo anjo Gabriel, quando anunciou seu nascimento a José, desposado com a virgem Maria. Gabriel não somente disse que Maria estava grávida pelo Espírito Santo de Deus, como orientou José a chamar o filho de “Jesus”.

A razão para este nome, cuja raiz em hebraico significa “salvar”, é que aquele menino, filho de Maria e Filho de Deus, haveria de salvar o seu povo dos seus pecados, conforme anunciou o anjo.

Não precisamos ir mais longe do que isso para entender o significado do Natal. Está tudo no nome do Menino. No nome dele, Jesus, temos a razão para seu nascimento, a sua identidade e a missão de sua vida. Em outras palavras, aquilo que o Natal realmente representa.

A razão do seu nascimento é simplesmente esta, que somos pecadores, estamos perdidos, não podemos resolver este problema por nós mesmos e precisamos desesperadamente de um Salvador, alguém que nos livre das consequências passadas, presentes e futuras dos nossos erros. Deus atendeu nossa necessidade escolhendo um homem como nós para ser nosso representante e Salvador, alguém que partilhasse da nossa humanidade e fosse um de nós. Esse homem nasceu há dois mil anos naquela manjedoura da cidade de Belém, num país remoto, lá no Antigo Oriente. E ganhou o nome de Jesus por este motivo.

Sua missão era assumir nosso lugar como nosso representante diante de Deus e sofrer todas as consequências de nossos pecados, erros, iniquidades, desvios e desobediências. Em vez de castigar-nos com a morte eterna, como merecemos, Deus faria com que ele a experimentasse em nosso lugar, que ele experimentasse toda dor e sofrimento consequentes dos nossos pecados. Essa missão foi revelada logo ao nascer, pelo anjo Gabriel, ao recitar seu nome a José: Jesus.

Para nos salvar de nossos pecados, ele teria de sofrer e morrer, ser sepultado, ficar sob o domínio da morte e, desta forma, pagar inteiramente nossa dívida para com Deus. Somente assim poderíamos ser salvos das consequências eternas de nossa desobediência. Mas, para que os benefícios de seu sofrimento e de sua morte pudessem ser transferidos a outros seres humanos, ele não poderia ter pecado ou culpa, pois, senão, ao morrer, estaria simplesmente recebendo o salário do seu próprio pecado. Mas, se ele fosse inocente, sem pecado e perfeito, sua morte teria valor para os pecadores. Por este motivo, ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, ainda virgem, Filho de Deus, sem pecado. O Salvador tinha que ser Deus e homem ao mesmo tempo.

Quando um colunista, que objeta ao nascimento sobrenatural de Jesus, escreveu recentemente em um jornal de grande circulação de São Paulo que virgens não dão à luz todos os dias, ele estava mais certo do que pensava. Esse é o único caso. Jesus é único. Deus e homem numa só pessoa. Nem antes e nem depois dele virgens engravidam sobrenaturalmente. Da mesma forma que Deus não cria mundos todos os dias, também não gera salvadores de virgens cotidianamente. Pois nos basta este.

O famoso teólogo suíço Emil Brunner disse que todo homem tem um problema no passado, no presente e no futuro. No passado, culpa. No presente, medo. E no futuro, a morte. Jesus nos salva de todas estas consequências do pecado: nos perdoa da culpa de nossos erros passados, nos livra no presente do medo ao andar conosco e nos livrará da morte, pois ressurgiu dos mortos e vive à direita de Deus. Um dia haverá de nos ressuscitar.

É isto que o Natal representa. É por isto que os cristãos o celebram com tanta gratidão e alegria. Nasceu o Salvador. Nasceu Jesus! Como este anúncio alegra o coração daqueles que têm culpa, sentem medo e sabem que vão morrer!
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Fonte: Bereianos

22 de dez. de 2014

Cristo Noel?

Por Sinclair Ferguson

Peguei a mão do meu filho pequeno (isso foi há algumas décadas), enquanto caminhávamos até uma loja local numa pequena e remota ilha Escocesa, onde, no início daquele ano, eu tinha sido instalado como pastor. Era semana de Natal. A loja estava bem decorada e um ar de entusiasmo estava em toda a parte.

Sem qualquer aviso, as conversas dos clientes foram interrompidas por uma voz questionadora ao meu lado. Meu filho, levantando o dedo indicador, apontou para um grande desenho do Papai Noel. “Papai, quem é aquele homem de aparência engraçada”, ele perguntou.

Espanto espalhou-se pelos rostos dos compradores, olhares acusadores eram dirigidos a mim. Que vergonha, o filho do pastor não reconheceu o Papai Noel! Qual a probabilidade, então, de ouvir algo bom em sua pregação nessa época festiva?

Essas experiências podem nos fazer chorar ao perceber como o mundo ocidental se dá todos os anos ao Papai Noel e ao comércio. Nós acabamos celebrando uma festa pagã retrabalhada, em que a única ligação com a encarnação é semântica. Noel é adorado, e não o Salvador; peregrinos vão às lojas com cartões de crédito, não para a manjedoura com presentes. É a festa da indulgência, e não da encarnação.

É sempre mais fácil lamentar e criticar o novo paganismo do secularismo idólatra flagrante do que ver a facilidade com que a igreja – e nós mesmos – distorcemos ou diluimos a mensagem da encarnação a fim de satisfazer os nossos próprios gostos. Mas sendo criteriosos, infelizmente, temos várias maneiras comuns em que transformamos o Salvador em uma espécie de Papai Noel.

Cristianismo Papai Noel

Por um lado, em nossa adoração no Natal, podemos envernizar a verdade espantosa da encarnação com uma roupagem visual e auditiva esteticamente agradável. Nós confundimos prazer emocional – ou pior, sentimento – com verdadeira adoração.

Por outro lado, podemos denegrir o nosso Senhor com uma cristologia de papai noel. Infelizmente, é comum a Igreja fabricar um Jesus que é o reflexo do Papai Noel. Ele torna-se um Cristo Noel.

Esse Cristo Noel é, por vezes, um Jesus pelagiano. Como Papai Noel, ele simplesmente pergunta-nos se temos sido bons. Mais exatamente, uma vez que o pressuposto é que todos nós somos naturalmente bons, Cristo Noel pergunta-nos se temos sido “suficientemente bons”. Assim como a ceia de Natal é simplesmente o jantar que realmente merecemos, Jesus torna-se uma espécie de bônus que faz nossa vida ainda melhor. Ele não é visto como o Salvador dos pecadores desamparados.

Ou o Cristo Noel pode ser um Jesus semi-pelagiano – um Jesus um pouco mais sofisticado, que, como o Papai Noel, dá brindes para aqueles que já tenham feito o melhor que podiam! Assim, a mão de Jesus, como o saco do Papai Noel, só abre quando conseguimos dar uma boa resposta  para a pergunta não muito pesada, “Você fez o seu melhor este ano?” A única diferença da teologia medieval aqui é que nós não usamos mais a fraseologia Latina: facere quod in se est (fazer o que se é capaz de fazer por conta própria, ou, na linguagem comum, “Deus ajuda aqueles que se ajudam”).

Ou então, o Cristo Noel pode ser um Jesus místico, que, como Papai Noel, é importante devido às boas experiências que temos quando pensamos sobre ele, independentemente da sua realidade histórica. Realmente não importa se a história é verdadeira ou não, o importante é o espírito do Cristo Noel. Na verdade, seria ruim contar isso para as crianças, mas todos podem fazer o seu próprio Cristo Noel. Contanto que nós tenhamos esse espírito, está tudo bem.

Mas Jesus não pode ser identificado com o Papai Noel. Por mais que ao falarem de Papai Noel as pessoas empreguem uma linguagem religiosa, não se deve confundir isso com a verdade bíblica.

O Cristo do Natal

As Escrituras sistematicamente retiram o verniz que cobre a verdadeira história de Natal. Jesus não veio para aumentar o nosso conforto. Ele não veio para ajudar aqueles que já estavam ajudando a si mesmos ou para preencher a vida com mais experiências agradáveis. Ele veio em uma missão de libertação, para salvar os pecadores, e para isso ele tinha que destruir as obras do Diabo (Mt 1:21; 1 João 3:8b).

Aqueles cujas vidas estavam intimamente ligadas com os acontecimentos do primeiro Natal não acharam seu nascimento uma experiência tranquila e agradável.

Maria e José tiveram suas vidas reviradas de cabeça para baixo.

A noite dos pastores foi assustadoramente interrompida e aquilo mudou a rotina deles.

Os magos enfrentaram todos os tipos de separação e transtorno familiar.
O próprio Senhor Jesus, concebido antes do casamento, nasceu provavelmente em uma caverna, e passaria seus primeiros dias como um refugiado do sanguinário e vingativo Herodes (Mateus 2:13-21).

Há, portanto, um elemento nas narrativas do Evangelho, que salienta que a vinda de Jesus é um evento perturbador das maiores proporções. Tinha que ser assim, pois Ele não veio apenas para acrescentar algo mais à vida, mas para lidar com nossa falência espiritual e com a dívida de nossos pecados. Ele não foi concebido no ventre de Maria para aqueles que fizeram o seu melhor, mas para aqueles que sabem que o melhor que podem fazer é “como trapo imundo” (Isaías 64:6), estão longes de serem bons o suficiente e que, em sua carne não habita nenhum bem (Rm 7:18). Ele não foi enviado para ser a fonte de boas experiências, mas para sofrer as dores do inferno, a fim de ser o nosso Salvador.

Um Natal Cristão

Os cristãos que primeiro comemoraram o nascimento do Salvador viram isso. Natal para eles não foi (ao contrário do que é às vezes erroneamente se diz) simplesmente temperar com pitadas de cristianismo uma festa pagã, a Saturnália romana. Eles fizeram o que mais tarde outros cristãos fariam na marcação Dia da Reforma (que acabou sendo também o Dia das Bruxas), ou seja, comprometendo-se com uma alternativa radical à Saturnália do mundo romano, recusando-se a se encaixar em um molde socialmente aceitável. Eles estavam determinados a fixar a mente, o coração, a vontade e a força exclusivamente no Senhor Jesus Cristo. Não houve confusão no seu pensamento entre o mundo e o evangelho, Saturnália e Natal, Cristo Noel e Jesus Cristo. Eram cidadãos de outro império completamente diferente.

Na verdade, tal era o ultraje evocado por sua devoção a Cristo nessa festa que, durante as perseguições sob o imperador Diocleciano, alguns crentes foram assassinados enquanto se reuniam para celebrar o Natal. Qual foi a sua ofensa grave? A adoração ao verdadeiro Cristo – encarnado, crucificado, ressuscitado, glorificado e prestes a retornar. Eles celebraram a Jesus naquele dia porque Ele se deu completamente por eles, então, queriam dedicar tudo a Jesus.

Numa véspera de Natal na minha adolescência, eu abri um livro que um amigo havia me dado de presente. Eu estava tão emocionado com a doutrina do meu Salvador recém encontrado que comecei a tremer de emoção com o que tinha me dado conta: o mundo não tinha comemorado a Sua vinda, ao contrário, o haviam crucificado.

Isso não deveria causar-nos tremor? O fato de que “eles crucificaram meu Senhor.” Ou será que é verdade apenas em música, não na realidade? Não estamos lá quando o mundo ainda o crucifica em suas próprias maneiras, muitas vezes sutilmente?

A verdade é que, a menos que o significado do que Cristo fez no primeiro Natal nos sacuda, dificilmente podemos dizer que tenhamos entendido o que essa história significa, ou quem ele realmente é.
Não confundamos Jesus Cristo com Papai Noel.
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Fonte: iPródigo.
Traduzido e adaptado por Gustavo Vilela | iPródigo.com | Original aqui