O respeitável Pr. Ciro
Sanches publicou ontem, em seu blog, um texto que tem o seguinte título: Romanos 9 é a criptonita dos
defensores do livre-arbítrio? (leia aqui). Sua abordagem é uma
tentativa de fazer com que a doutrina arminiana do livre-arbítrio não seja
vilipendiada toda vez que um calvinista apelar para o pensamento paulino
contido no capítulo nono da Epístola aos Romanos. Confesso que é uma empreitada
um tanto quanto inútil essa do Pr. Ciro, todavia, já que ele se propôs a
executá-la, acabei cedendo a indicação de um amigo para escrever algo em
resposta ao artigo supracitado.
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1 de set. de 2015
Erros que o Ciro Sanches Zibordi e os arminianos devem evitar
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Thiago Oliveira
às
08:53

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Thiago Oliveira
10 de mar. de 2015
2 de mar. de 2015
As Lições Teológicas de um Vestido azul e preto
Sim, o vestido é azul e preto. Não importa se você
- assim como eu - enxerga-o branco e dourado. A polêmica que quase parou a
internet sobre as cores de um vestido postado numa rede social por uma escocesa
de 21 anos, serviu para divertir, mas também instruir. Enquanto milhares de
pessoas brigavam sobre quem teria razão sobre as cores, descobrimos que, na
verdade, uma leve variação nos receptores de cor provocou este rebuliço. Quem
distingue a cor não são os olhos, mas sim o cérebro. É o córtex cerebral que
distingue a pigmentação a partir das frequências de luz capitadas pelas células
do olho. Nem todos tem a mesma quantidade de células receptoras e isso faz com
que enxerguemos as cores de maneira diferenciada. Algo Normal. Vale lembrar que
a foto do vestido estava num ambiente em que a luminosidade provocou uma
espécie de filtro que deixou o fundo saturado, por conta disso, foi maior a
“ilusão de ótica”.
Passado o caso, o meu lado “teólogo” começou a
fervilhar. Tive uma sacada e relacionei a polêmica das cores com o conhecimento
sobre Deus. Parece bobagem, mas acredite: há uma correlação. Assim como o
vestido é preto e azul e alguns enxergavam de outra forma, de igual modo, Deus
é de determinada maneira, só que muitos O enxergam com outro viés. Embora
alguns tenham dito que quem vê branco e dourado não estaria vendo errado, eu
discordo veementemente. Se foi provado que o vestido é azul e preto, e uma
outra publicação da escocesa fez todos verem as cores originais, logo, bater o
pé e defender uma outra coloração que não seja a do vestido, é um erro.
Semelhantemente, enxergar Deus de uma forma que Ele não é, ou seja, como Ele não se
revelou a nós, é ilusório e compromete a realidade dos fatos.
De todo esse escarcéu, tirei algumas lições acerca
de como Deus é, queria você pense, sinta ou enxergue diferente, nada pode mudar os
fatos que estão registrados na Escritura, a principal fonte revelacional. Quer
conhecer a Deus? Leia a Bíblia. É cristão? Tenha a Bíblia como verdade e
autoridade final. Não temos permissão para editar a mensagem que Deus nos legou
sobre Si mesmo, temos que ser fieis e repassar com exatidão aquilo que diz o
Texto Sagrado. Vamos às lições:
1. Deus é soberano
e governa tudo e todos
Alguns teimam em aceitar isso como verdade. Que
tipo de crentes estas pessoas são? Bem, são crentes que querem suavizar a
mensagem cristã para que essa soe mais atrativa para este mundo pós-moderno.
Para elas, é inadmissível que Deus possa matar, ferir, mandar pessoas para o
inferno e etc. Deus é amor gritam aos quatro ventos. Mas não negamos que Ele é
amor, assim também como não negamos que ele é justo e bom. Mesmo quando Deus
faz coisas que nos parecem cruéis ou até mesmo injustas, precisamos lembrar que
Ele é SENHOR e não possui sombra de variação. Volúveis somos nós, humanos
caídos.
O governo de Deus abarca todas as coisas, tudo foi
decretado segundo o propósito de Sua vontade, até mesmo o ímpio para o dia do
juízo (Pv 16.4). O Senhor tem contados todos os nossos dias (Sl 39.4). O
profeta Isaías falando da parte do SENHOR não nos deixa dúvida de que Deus é
soberano: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o
Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45.7). Se lermos passagens como Números
14.11-12, I Samuel 16.14 e 1 Crônicas 21.14, veremos que Deus utiliza-se de
calamidades quando bem lhe aprouver. Aceitar isso e continuar crendo que o
nosso SENHOR é reto em todos os seus caminhos é a Fé que precisamos e que
evidencia o nossa regeneração em Cristo.
2. Deus escolhe os que são salvos e não o contrário
Enquanto tem gente cantando “Eu escolho Deus, eu
escolho ser amigo de Deus, eu escolho Cristo todo dia”, a Bíblia nos ensina o
oposto. O próprio Jesus disse aos doze: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu
vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”
(Jo 15.16). Em outro dito seu, também registrado por João, Jesus arremata:
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia.” (Jo 6.44).
A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a
nossa natureza caída e totalmente inflada. Queremos porque queremos ter algum
mérito, todavia a Palavra nos diz que só vão até a Cristo aqueles a quem o
Espírito Santo revelar. Muitos vão objetar dizendo que seria injusto da parte
de Deus e que a própria bíblia ensina que ele não faz acepção de pessoas (At
10.34). Primeiro: Não é injusto, pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas
dentre pecadores culpados e indesculpáveis. E não é uma acepção, pois esta
prática se baseia em qualidades, ou melhor, atratividade, e em nós não havia
nada que pudesse chamar a atenção do SENHOR de uma forma positiva. Queira você
ou não, a salvação não tem mérito nenhum da sua parte. Deus está do começo aos
fim gerenciando esse processo. Negar a doutrina da Eleição e apelar para o
livre-arbítrio é permanecer vendo “branco e dourado”, sendo que a realidade já
constatada “azul e preto”.
3. Deus faz tudo
para Seu louvor
No mundo humanista em que vivemos, há uma exaltação
da figura humana presente em quase tudo. Esse humanismo adentrou sutilmente na
Igreja. Há quem exalte a “raridade” do homem. Todavia, o Cristianismo humilha o
homem e glorifica a Deus. Ele faz todas as coisas para Sua glória. Até mesmo a
nossa salvação foi postulada para o louvor da divindade (leia Ef 1.11-14). Aos
colossenses, o apóstolo Paulo diz que: “nele foram criadas todas as coisas nos
céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias,
poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele”. (Cl
1.16).
Tudo procede dEle, por meio dEle e para Ele (Rm
11.36). Ei, Deus é um egocêntrico? Não! Ele é a medida de todas as coisas. Se
você e eu, ou qualquer outro ser humano, buscarmos a glória pessoal, estamos
arruinados. Com Deus é diferente, pois Ele é. Ponto. Não é mentira que Ele está
acima de toda a criação. Quem o aconselhou na hora de criar? Ninguém! Por isso
Ele pode e deve ter toda a honraria e majestade que nós devemos ofertar. Ser
glorificado é o mote que torna esse mundo um lugar que, apesar de toda maldade,
continua nos abençoando e permitindo que a vida aconteça.
Se você não acredita que Deus é soberano, até na
hora de salvar, e que tudo nesse mundo é para exaltá-lO como aquele que era,
que é e que sempre a de ser, então repense seu cristianismo, pois ele não
coaduna com a Bíblia. Não confie em sentimentos, nem na sua percepção. Só o que
está relevado na Escritura nos elucida de que as cores são “preta e azul” ao
invés de “dourado e branco”.
Soli Deo Gloria
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Thiago Oliveira
às
08:30

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Thiago Oliveira
10 de jan. de 2015
A Predestinação deve ser ensinada
Por François Turretini
As
razões são:
1) Cristo e os apóstolos frequentemente a ensinavam (como
transparece dos evangelhos - Mt 11.20,25; 13.11; 25.34; Lc 10.20; 12.32; Jo
8.47; 15.16 e em outras partes - e das Epístolas de Paulo a totalidade de Rm 9
e Rm 8.29,30; Ef 1.4,5,11; 2Tm 1.9; lTs 5.9; 2Ts2.13). Não se expressavam de
outra forma Pedro, Tiago e João quando falavam reiteradamente desse mistério,
sempre que se lhes propiciava alguma ocasião. Ora, se lhes era próprio
ensiná-la, por que nos é impróprio ensiná-la? Por que Deus ensinaria aquilo
sobre o que seria preferível (arrêton) guardar silêncio (ameinon)? Por que ele
quis proclamar aquelas coisas que seria preferível fossem ignoradas? Porventura
desejamos ser mais prudentes do que Deus ou prescrever-lhe regras?
2)
Essa é uma das principais doutrinas evangélicas e que constituem os fundamentos
da fé. Não pode ser ignorada sem grave injúria à igreja e aos crentes, pois ela
é a fonte de nossa gratidão a Deus, a raiz da humildade, o fundamento e mui
sólida âncora da confiança em todas as tentações, o esteio da mais doce
consolação e mui poderoso aguilhão (incitamentum) à piedade e à santidade.
3)
A importunação dos adversários (que têm corrompido esse cume primordial da fé
com erros letais e calúnias infames com os quais costumam cumular nossa
doutrina) nos impõe a necessidade de manuseá-la, para que a verdade seja
nitidamente exibida e isentada das falsíssimas e mui iníquas incriminações
maldosamente impostas pelos homens. Como se introduzíssemos uma necessidade
fatal e estóica; como se, com ela, extinguíssemos toda a religião da mente
humana, mitigando-a no leito da segurança e profanação, ou arremessando-a no
abismo do desespero; como se convertêssemos Deus num ser cruel, hipócrita e
autor do pecado - recuso-me a prosseguir. Ora, como todas essas coisas são
completamente falsas, temos o dever de inquestionavelmente refutá-las mediante
uma sóbria e saudável exibição dessa doutrina com base na Palavra de Deus.
____________________
Extraído
do primeiro volume do Compêndio de Teologia e Apologética
Postado por
Thiago Oliveira
às
10:05

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29 de out. de 2014
Eleição Incondicional
Lutero, Calvino, Knox, Owen, Edwards, Spurgeon e muitos outros cristãos reformados ensinaram que a salvação é uma ação soberana de Deus e que o Livre-Arbítrio não existe. As Escrituras deixam isso claro:
Efésios 1: 3-5 –“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
Gostaria de reiterar o posicionamento reformado que tem sido ao longo dos séculos um mergulho na Palavra afim de que o Deus Trino revelado nos escritos sagrados seja glorificado entre os homens. O ponto central de toda controvérsia é a Predestinação ou Eleição Incondicional. Segundo a Bíblia, e não Calvino, como muitos pensam, Deus elegeu aqueles que seriam salvos antes da fundação do mundo. Ao aceitarmos tal ensinamento admitimos que nada feito por nós gerou algum resultado capaz de nos levar a Cristo e adquirir a bendita salvação. Nada! Toda boa dádiva provém do Pai das Luzes que de maneira soberana e irresistivelmente graciosa, trouxe os Seus de volta para Si. As correntes contrárias dizem que o homem tem participação no que tange a salvação. Será mesmo? Vamos um pouco mais fundo.
Para elucidar essa questão precisamos entender que lá no Éden o homem pecou ao ser induzido pela serpente a comer do fruto proibido. Esse evento é chamado de “Queda”. Os arminianos, isto é, aqueles que defendem o Livre-Arbítrio, precisam entender que ao cair a humanidade morreu, e não apenas se machucou. O homem não quebrou uma de suas pernas e mesmo manquejando ou se arrastando consegue ir até a presença de Deus e lá O adora. Efésios 2: 1 é taxativo: Estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
Todos nós temos que concordar num ponto: Morto não toma decisões, é impossibilitado de fazer escolhas. No entanto, e se o homem tornar a viver? É possível isso? Para Deus sim. Como está escrito: Ele nos vivificou (Ef 2:5). Não é à toa que quando Jesus é interrogado por Nicodemos sobre o que fazer para herdar a vida Eterna, o Messias responde: Necessário é nascer de novo (leia o capítulo 3 do Evangelho de João e medite sobre essa conversa entre Cristo e o Mestre da Lei). Novo Nascimento é reviver transformado pela atuação sobrenatural do Espírito. É como na visão do profeta Ezequiel que viu Deus dar vida ao vale de ossos secos. Louvado seja o Senhor!
Quando falamos em Queda, estamos nos referindo ao evento mais trágico da história da humanidade, pois, a partir dele surgiram os males que nos assolam até o presente momento. O relato dessa desgraça se encontra em Gênesis 3 e, sobre ele, o já citado reformador - Calvino ¹ - escreve:
“Neste capítulo, Moisés explica que o homem depois de ter sido enganado por Satanás se rebelou contra o seu Criador, tornou-se totalmente mudado e degenerado, a ponto de a imagem de Deus, no qual ele tinha sido formado, ter sido destruída. Ele, então, declara que o mundo inteiro, que tinha sido criado para o bem do homem, caiu junto com ele da sua posição primária, e que neste estado muito de sua excelência natural foi destruída”.
O Apóstolo Paulo em Romanos 3:23 sentencia: Todos pecaram! E o pecado nos destituiu da Glória de Deus. O que isso quer dizer? Que fomos derribados de Sua presença. Expulsos de convivermos com Ele no Paraíso. Só que o apóstolo Paulo não acaba aqui a sua explanação e agora nos apresenta a boa notícia:
Romanos 3:24-26- “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.”
A redenção da Cruz nos torna justos e assim escapamos da Ira e da condenação. Isso não nos dá nenhum mérito. Tudo fez parte da Providência, não dando espaço para nos vangloriarmos de coisa alguma. O texto de Romanos segue:
Romanos 3:27-28- “Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.”
No céu ninguém vai te abordar dizendo: “Fui salvo por orar 5 horas todos os dias e pelo sopão que entregava toda sexta. E você?” Esqueça a meritocracia e aceite a sua condição miserável de não achegar-se a Deus sozinho. Essas são as palavras de Jesus (Jo 6:44): “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
Mesmo correndo o risco de ser redundante, quero aqui elencar os seguintes pontos:
1. POR QUE NÃO ESCOLHEMOS A DEUS?
a) Porque estávamos mortos espiritualmente. Quem nos revela essa condição terrível é a própria Escritura. Anteriormente falamos da tragédia que foi a Queda e o seu resultado tenebroso. Não reconhecer essa condição de “mortos espiritualmente” não é uma refutação endereçada aos calvinistas, mas sim um agravante erro teológico, além de ser fruto de um coração obstinado e orgulhoso que se rebela contra a soberania divina no ato de salvar (Ef 2:1 e 5; Gn 2:17).
b) Nosso estado era de depravação total. Nossa consciência estava cativa aos desejos carnais. Vivíamos acorrentados pelos prazeres mundanos e não dávamos um passo sequer na direção de Deus. Estávamos imundos e nos sujávamos ainda mais. O Altíssimo em Sua Glória olhou para a humanidade e não encontrou ninguém capaz de fazer o bem. Entre milhões de milhões e milhares de milhares não havia um único justo (Ef 2:3; Rm 3:12; Jo 8:34).
2. POR QUE DEUS NOS ELEGEU?
a) Porque Ele é rico em misericórdia. O ato de eleger e salvar pecadores depravados é uma atitude graciosa. Graça é receber aquilo que não merecíamos. A Ira e o Inferno eram nosso devido pagamento, só que ao invés disso recebemos de Cristo o Perdão e o Céu (Ef 2:4 e 5; Rm 9:16).
b) Porque Ele é Soberano. Quem é o homem para questionar a Deus? Onde ele estava quando tudo foi criado? Que conselhos deu o homem a Deus? Tudo que o Senhor faz é perfeito. Ele em Sua infinita sabedoria planejou todas as coisas e não há nada que escape do Seu senhorio. Não devemos esquecer que Deus é onipotente, onisciente e onipresente e nós não passamos de verme (Jó 25:6; Rm 9: 18; Fl 2:13).
c) Ninguém tem motivos para se orgulhar diante Dele. Paulo é bem claro quando diz que a salvação não é por obras para que ninguém se glorie. Quando chegarmos perante o Justo Juiz, nada poderemos dizer que seja favorável a nossa sentença. Na Eternidade não vai haver alguém dizendo: Eu fui salvo por orar 3 horas por dia e distribuir “sopão” toda sexta-feira. E você, fez o que para estar aqui? Não fizemos nada para merecer o status de co-herdeiros com Cristo. Toda honra seja dada a Jesus. Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas (Rm 11:36; Ef 2:9; Rm 3:27).
A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a nossa natureza caída e totalmente inflada. Queremos porque queremos ter algum mérito, todavia a Palavra nos diz que só vão até a Cristo aqueles a quem o Espírito Santo revelar. Se você ainda não está convencido de que essa é uma doutrina genuinamente bíblica, e objeta que esse é um conceito paulino, vejamos que ela está presente no ensino de Cristo e dos apóstolos:
João 6:65 – “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
João 15:16 – “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”
Atos 13:48 – “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.”
2 Tessalonicenses 2:13 – “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.”
Tiago 1:18 – “Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou.”
1 Pedro 1:1 – “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia.”
Jesus, Lucas, Paulo, Tiago e Pedro estão afinados quanto ao ensino da Eleição Incondiconal. Mas caso alguém ainda tenha objeções a fazer, me adianto respondendo as mais comuns:
E para que serve então os Mandamentos?
Resposta: Para nos revelar a condição do pecado (Rm 3:19-20).
E a responsabilidade humana?
Resposta: No Éden, o homem feito à imagem e semelhança de Deus, no exercício de sua liberdade, escolheu pecar (Rm 5:12).
Seria injusto?
Resposta: Não. Pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas dentre pecadores culpados e indesculpáveis. Se não fosse a Eleição, todos pereceriam, pois todos merecem a Ira, ou seja, a punição por seus delitos (Ef 2:3).
Tudo me foi dado por Cristo. Sou justo, remido, Filho, co-herdeiro, mais-que-vencedor e nenhuma dessas qualidades me conferem honra. A única coisa que sei é que morri na queda e fui ressuscitado pelo Senhor Jesus. A iniciativa parte d’Ele, em amor. Louvado seja Deus. Finalizo aqui com uma citação de Martinho Lutero ²:
“Não existe tal coisa como mérito humano aos olhos de Deus, sem importar se esse mérito é grande ou pequeno. Ninguém merece ser salvo. Ninguém pode ser salvo através das obras. Paulo exclui todas as supostas obras do “livre-arbítrio”, estabelecendo em seu lugar apenas a graça divina. Não podemos atribuir a nós mesmos a menor parcela de crédito para nossa salvação; ela depende inteiramente da graça divina.”
______________
NOTAS:
1.CALVINO, João. Commentary on Genesis.
(http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom01.html).
(http://www.ccel.org/ccel/calvin/calcom01.html).
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27 de out. de 2014
O Pacto e a Predestinação
Por Herman Hoeksema
A reprovação está imediatamente conectada com a eleição, mas não pode ser colocada a par com a eleição. A reprovação segue a eleição, e a reprovação serve à eleição. A reprovação tem o seu motivo na vontade divina de realizar o pacto na forma antitética de pecado e graça. A plenitude da deidade habita no Cristo ressurreto. Da profundeza de miséria e morte, Cristo entra na glória da plena vida pactual de Deus. Esse caminho do sofrimento à glória, do pecado à justiça do reino dos céus, da morte para a vida, a igreja deve seguir. À medida que a igreja segue esse caminho, a casca réproba do organismo humano serve à igreja em Cristo. Na casca da reprovação o núcleo eleito se torna maduro. Por essa razão, a reprovação não pode ser colocada na mesma linha da eleição.
A eleição é a pré-ordenação divina da igreja, com seus milhões de eleitos, para a salvação da vida do pacto de Deus em Cristo. A igreja serve a Cristo. A igreja eleita é dada a Cristo como o seu corpo. Ela deve servir para manifestar e radiar numa forma multiforme a glória que está em Cristo Jesus, que é a glória de Deus. Por essa razão, os eleitos são aqueles que são dados pelo Pai a Cristo. Aqueles que são dados formam uma unidade. Todo aquele (no singular) que o Pai me dá, esse virá a mim; e aqueles (no plural) que vêm a mim, de modo nenhum os lançarei fora (João 6:37, versão do autor).
Esse é o ensino da Escritura. Novamente, essa apresentação tem sido objetada que a palavra eleição é uma tradução do grego ἐκλογή, que na verdade significa “escolher dentre”. Disso é argumentado que se é possível falar de eleição ou escolha dentre, então a multidão da qual a escolha é feita deve ser pressuposta existir. Aplicado à eleição eterna, isso significaria que no decreto de Deus a multidão de homens dentre a qual Deus elege seu povo deve preceder a própria eleição. Conclui-se então que no conselho de Deus o decreto de criação e a permissão da queda certamente devem preceder o decreto de predestinação. Por conseguinte, Deus escolheu dentre uma multidão de homens caídos.
Por detrás dessa apresentação reside indubitavelmente a boa intenção de não fazer de Deus o autor do pecado. Podemos observar, primeiro, que de fato deve estar longe de nós o fazer de Deus o autor do pecado. Contudo, é uma questão inteiramente diferente se Deus deve ou não ser apresentado como a causa decretadora do fato da queda e do fato do pecado. Se não queremos destronar Deus e apresentar Deus e o pecado como um dualismo, certamente devemos manter que Deus é a causa decretadora do fato do pecado.
Segundo, o infralapsariano, a despeito de todas as suas boas intenções, não resolve no final das contas o problema do pecado em relação a Deus mais que o supralapsariano o faz. O infralapsariano também terá que dar ao pecado um lugar no decreto de Deus.
Com respeito à argumentação a partir da palavra ἐκλογή (eleger), podemos dizer que ela reside num mau entendimento. Esse equívoco é que a pessoa aplica a Deus o que é aplicável somente aos homens. Quando os homens elegem, nada vem à existência por causa disso. Os homens podem apenas fazer distinção e separação. Por conseguinte, quando os homens escolhem, aquilo dentre o qual a escolha é feita deve existir primeiro. Mas com Deus é exatamente o oposto. Com ele a eleição é causal, criativa e divina.
Essa distinção é a mesma daquela entre a palavra divina e a palavra humana. A palavra de Deus é criativa. Essa palavra vem primeiro. A coisa que vem à existência por meio da palavra vem em seguida. A palavra do homem pode ser apenas uma imitação da palavra de Deus. Antes que o homem possa falar, a coisa criada deve primeiro ter vindo à existência pela palavra de Deus. O mesmo é verdade da eleição. Quando Deus em seu decreto escolhe dentre, então por meio desse decreto a diferenciação ou a multidão diferenciada vem à existência. Em outras palavras, a eleição de Deus é primeiro de tudo pré-ordenado para a salvação e para a glória da vida pactual em Cristo.
Assim é na Escritura. Em outra conexão já apontamos o fato que a Escritura fala de uma eleição antes da fundação do mundo: “Nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (Ef. 1:4). Isso não significa que esse “antes da fundação do mundo” é simplesmente antes do mundo ou da fundação do mundo no tempo. A eternidade, na qual reside o decreto de Deus, não precede o tempo, mas está muito acima do tempo; ela não é tempo.
Além disso, a Escritura frequentemente fala do fato que Deus conhece o seu povo:
Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm. 8:29, 30).
Em 1 Pedro 1:2 lemos: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”.
Esse pré-conhecimento de Deus não pode e não deve ser explicado de uma forma humana, como o arminiano deseja explicá-lo. Então pegamos a idéia de uma presciência de Deus, de um ver desde a eternidade quem irá e que não irá crer em Cristo e perseverar até o fim, e de uma eleição baseada sobre esse pré-conhecimento. De acordo com tal apresentação, o que é aplicável somente ao conhecimento humano é aplicado a Deus. Antes, esse pré-conhecimento de Deus é um conhecer criativo de amor, pelo qual o objeto vem a estar diante de Deus, e a corrente de amor soberano jorra dele. Somente nessa luz podemos entender uma passagem como Isaías 43:4 (ARA): “Visto que foste precioso aos meus olhos, digno de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os povos, pela tua vida”. Devemos ver na mesma luz Isaías 49:16: “Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante mim”.
Essa, então, é a conclusão do assunto concernente ao pacto de Deus: Deus quer revelar sua vida pactual gloriosa a nós; como o Deus triúno ele ordena seu Filho para ser Cristo e Senhor, o primogênito de toda a criação, o primogênito dentre os mortos, o glorificado, em quem habita toda a plenitude da divindade; para esse fim ele ordena a igreja e lhe dá a Cristo, e ele elege por seu nome todos aqueles que na igreja terão um lugar para sempre, para que a plenitude (πλήρωμα) de Cristo possa cintilar numa variação multiforme na igreja para o louvor de sua glória. Ao redor desse Cristo e sua igreja e desse propósito da revelação da glória da vida pactual de Deus, todas as coisas no tempo e na eternidade duradoura se concentram. O fim disso tudo é que nos prostremos em adoração perante esse glorioso Deus soberano e exclamemos.
"Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm. 11:33-36).
________________________
Fonte: Reformed Dogmatics – Volume 1, Herman Hoeksema,
Reformed Free Publishing Association, pg. 477-80.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto.
Postado por
Thiago Oliveira
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08:13

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23 de set. de 2014
Interpretando 1 Pedro 1.1-2
Por Sam Storms
1 Pedro 1.1-2
Pedro, apóstolo
de Jesus Cristo,
Aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no
Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia, escolhidos
de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do
Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue:
Graça e paz
lhes sejam multiplicadas.
A passagem de 1
Pedro 1. 1-2 afirma que somos eleitos “de acordo com a pré-conhecimento de Deus
Pai”. Como já vimos, a presciência de Deus é o deleite especial ou a afeição
graciosa com a qual Ele nos vê. Mais uma vez, um bom sinônimo é “amar primeiro”.
Precisamos também interpretar a força da proposição traduzida por “de acordo
com” (kata).
A maioria
concorda que a palavra kata nessa
passagem tem o sentido de “em conformidade com”. Em outras palavras, a
presciência de Deus ou seu amor eterno por nós era o padrão ou norma à luz da
qual seu ato eletivo foi realizado. Contudo, como sugerido por M.J. Harris, é
quase como se a noção de conformidade fosse “totalmente deslocada, passando
kata adenotar ‘fundamento’. Assim, a eleição é fundamentada na (kata) presciência de Deus Pai, realizada
pela (en) obra santificadora do
Espírito, tendo como objetivo ou conquista (eis)
a obediência e a aspersão constante do sangue de Cristo”.
Precisamos ser
cautelosos para não fundamentar uma grande parte da nossa teologia nas nuances
das preposições gregas. Entretanto, não podemos nos dar ao luxo de ignorar as
preposições como se elas não tivessem qualquer importância. Um exemplo
relacionado a ignorar as preposições é a tentativa de Norman L. Geisler de
contornar a doutrina da eleição incondicional. Geisler insiste em que, segundo
1 Pedro 1. 1-2, a eleição e a presciência são atos simultâneos, que nenhum se
baseia no outro, seja cronológica ou logicamente. Mas dizer que a eleição é “de
acordo com” a presciência (que é a interpretação de Geisler) não é a mesma
coisa que dizer que a eleição é “concomitante” ou “simultânea” à presciência. A
exegese de Geisler tem duas falhas graves. Primeira: ele pensa erroneamente que
a presciência se refere a não mais do que a onisciência divina, o atributo em
virtude do qual Deus conhece todas as coisas. E a segunda: ele lê na preposição
kata um significado estranho ao Novo Testamento.
Em suma, o
argumento de Pedro é o mesmo que o de Paulo. Em conformidade com o amor, ou
talvez com base nele e na afeição graciosa pré-temporais de Deus pelos
pecadores, Ele nos predestinou à fé e à vida.
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Extraído do livro Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição.
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Extraído do livro Escolhidos: Uma Exposição da Doutrina da Eleição.
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Thiago Oliveira
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19 de set. de 2014
Convertidos para Glória de Deus
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18 de set. de 2014
Eleitos segundo a Presciência
Os eleitos são escolhidos “segundo a presciência de Deus Pai”, disse Pedro. Ao usar o termo “presciência”, ele não estava se referindo somente ao intelecto e à onisciência de Deus ou ao seu conhecimento de eventos futuros, incluído seu conhecimento de que certas pessoas creriam. William Perkins escreveu: “Não somos eleitos… quer por nossa fé, quer de acordo com nossa fé, mas para a nossa fé; ou seja, eleitos para que creiamos”.¹ Pedro estava se referindo à presciência referente ao decreto, à determinação de Deus quanto àqueles que ele salvaria graciosamente da condenação justa. A presciência de Deus é inseparável de seu plano e propósitos soberanos (At 2:23), incluindo sua predestinação de pecadores para serem conformados a Cristo. Como diz Romanos 8:29:
“Aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”.
A eleição de Deus não é impessoal, nem caprichosa. Sabemos que isso é verdade porque, nas Escrituras, a ideia de conhecimento é mais afetiva do que intelectual; e isso é particularmente verdadeiro no conhecimento de Deus. Para Deus, conhecer verdadeiramente é amar verdadeiramente. Em Amós 3:2, Deus declarou Israel: “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi”. Isso não significa que Deus ignorava tudo que estava acontecendo na Babilônia ou no Egito. Deus sabe tudo que se passa no mundo, incluindo a queda de cada pardal. Mas o conhecimento de Deus é inseparável de seu amor paternal e especial para com seu povo eleito. Esse amor, por sua vez, é inseparável da seleção e aprovação de Deus. Essa é a razão por que Cristo, embora onisciente, poderá dizer aos impenitentes no Dia do Juízo: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7:23). É claro que eles sabe tudo a respeito dos incrédulos impenitentes; ele os conhece por completo, mas não os conhece afetivamente.
A eleição de Deus quanto a seu povo é o seu selo de que os ama. Visto que Deus os elegeu, ele os amará em Cristo, seu Salvador, o qual os ama de tal modo que os chama de sua noiva. Além disso, havendo Jesus ido à cruz, para morrer por sua noiva, tomou sobre si mesmo todos os débitos dela. A presciência de Deus quanto a seu povo é como o amor de um homem por sua esposa. A presciência de Deus significa que ele ama tão apaixonada e intimamente seu povo, que ofereceu seu próprio Filho para ir ao Calvário por eles.
Assim, Deus, o Pai, elege seu povo com base em seu amor eterno, constrangedor e soberano por eles. Por que ele os ama? Porque escolheu fazer isso. Amor soberano e imutável é a alegria e a realidade crucial do universo. É o alicerça da graça redentora de Deus. Não podemos ir além desse amor soberano, para chegarmos a qualquer outra coisa. O amor é a realidade essencial em Deus mesmo. Deus é amor.
A presciência de Deus significa que ele tem sempre amado o seu povo. Ele os ama desde a eternidade. Assim como um cristão que crê na Bíblia não pode imaginar que Deus não existe, não é eterno, não é trino, assim também ele não pode pensar que Deus não ama o seu povo e não exerce esse amor por meio de seu gracioso plano de salvação. Henry Law disse:
“O amor eterno elaborou o plano; a sabedoria eterna traçou o modelo; a graça eterna veio ao mundo para realizá-lo”.²
O amor de Deus é espontâneo, seletivo e gracioso. Oh! Que glória é compreendemos que Deus é sempre assim! Ele sempre amou sua noiva, a igreja, e sempre foi intensamente apaixonado por sua salvação. Querido crente, permita que esta verdade admirável aprofunde-se em sua alma: Deus escolheu-nos porque ele sempre nos conheceu de antemão, significando que sempre nos amou.
Divulgação: Canal Sal e Luz
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¹ Citado em John Blanchard, The Complete Gatherded Gold, p. 163.
² Henry Law, Christ is All: The Gospel in the Pentateuch (Stroke-on-Trent, U.K.: Tentmaker Publications, 2005), p.253.
Texto retirado do Livro Vivendo para a Glória de Deus: Uma Introdução a Fé Reformada, de Joel R. Beeke. Editora Fiel.
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16 de set. de 2014
A Doutrina da Eleição na História de Jó
Por Thiago de Azevedo
Não é de se esconder de ninguém que estes temas, Livre-Arbítrio e Eleição têm andado juntos por longas décadas. Mas, o que é notório, é que estes temas são muito mais antigos do que se pensa. Analisando de forma atenta a história de Jó, nota-se que a realidade acerca dos dois temas já estava presente ali. Acerca do Livro de Jó em si, há um consenso entre os estudiosos, que os relatos ali apresentados são os mais antigos das Escrituras Sagradas. Por sinal, a Bíblia não segue uma ordem cronológica e sim uma ordem teológica. É por isso que o livro de Jó não encabeça a ordem dos livros canônicos. Também é um consenso entre os estudiosos que a história do Livro de Jó tenha ocorrido numa datação bem próxima do Pentateuco. Assim, este livro possui algo peculiar, os fatos ali narrados não foram contemporâneos ao autor. Ou seja, quem escreveu Jó escreveu coisas que haviam ocorrido muito antes daquele período em que fora escrito. Diferentemente dos livros proféticos que possuem – em grande parte – fatos contemporâneos ao período de seu registro. O estilo literário de Jó é muito próximo do estilo literário do Pentateuco, paralelo a isso, a antiga ocorrência dos fatos ali narrados faz com que as suspeitas de sua autoria recaiam sobre Moisés – a cidade de Uz ficava bem próxima de Midiã, cidade onde Moisés passou boa parte de sua vida, a saber, 40 anos.
Explorando alguns textos do Livro de Jó, é nítido que a Eleição predomina sobre a falácia do livre-arbítrio:
PRIMEIRO TEXTO - Disse então o Senhor a Satanás: "Repa¬rou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele, irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e evita o mal". Jó 1:8
Deus começa falando de Jó e o adjetiva como Seu servo. Aqui Deus faz questão de dizer que Jó é dEle. Não foi ninguém que escolheu Jó para Deus, e sim o próprio Deus. Aspectos da soberania divina são vistos em todo o livro e principalmente quando Deus interroga Jó perguntando onde ele estava quando Ele lançou os fundamentos da terra e do mundo Jó 38. Outros textos da Sagrada Escritura corroboram com esta ideia (veja Jo 5:19 e 1º Jo 4:19). Deus ainda diz que não há ninguém como Jó em toda a terra. Evidentemente que Deus fala de Jó, mas o diferencia sobre toda a terra. É assim que os eleitos aos céus devem ser notados – distintos – e não se assemelham com os néscios e os ignóbeis – destinados ao inferno. É preciso que se entenda que há dois grupos de eleitos, um ao céu e outro ao inferno. Cada grupo evidencia as características de seus senhores. No texto, ainda é possível ver que os eleitos ao céu possuem algumas características marcantes – integridade, retidão, temor a Deus e se desviam do mal – Estas são as características de um verdadeiro eleito ao céu.
SEGUNDO TEXTO - Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. Jó 1:10-11
A alegria do eleito não está nos seus bens materiais e nem nas bênçãos, e sim, na certeza e na convicção de sua salvação. Satanás se engana, pois pensa que a ausência de bens materiais é motivo para abdicar da fé. Por sinal, não há nada que faça o eleito abdicar de sua fé (Rm 8: 37-39). Aqui é possível enxergar que Satanás traz o conceito do livre arbítrio para dentro de sua lógica, pois ele diz a Deus que se Jó perder seus bens ele se arrependerá de ser fiel e escolherá blasfemar. O eleito aos céus não comete blasfêmia, não se arrepende de ser fiel, o eleito ao inferno faz isso numa constante.
TERCEIRO TEXTO - E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor. Jó 1:12. / E disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida. Jó 2:6
Os textos selecionados mostram que há limites na ação satânica, ou seja, isso mostra que nossas histórias foram confeccionadas sob medida e que as vicissitudes que por ventura venhamos passar na vida já estão sob os cuidados divinos, e Este, aprouve em seus decretos. Não há nada mais confortável que isso – ter a plena convicção que Deus já planejou e moldou nossas vidas e tudo que vamos enfrentar no plano terreno. Com isso, nota-se que nossas histórias têm um autor cuidadoso e justo.
QUARTO TEXTO - E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Jó 1:21
Estas palavras foram proferidas por Jó quando começou a ser assolado por todas as setas inflamadas propostas pelo diabo, mas sob a autorização divina. Nesta passagem é notório que o eleito não se atormenta com as perdas e prejuízos, pois Deus é quem dá e Deus é quem tira. Jó usa a nudez – sua situação atual por conta das chagas –chegando a mencionar seu nascimento e sua vinda do ventre da mãe de forma despida, e é assim que voltará ao pó da terra. Aqui Jó demonstra outra característica do eleito – simplicidade e não apego as coisas materiais.
QUINTO TEXTO - Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Jó 2:9
Em resposta a sua esposa, Jó considera como sendo louca e diz que ela aceitou o bem de Deus, mas não aceita o mal Jó 2:10. Aqui repousa outra característica da ideia do livre arbítrio. A mulher de Jó, ao analisar a situação, acredita que não há mais motivos para Jó se manter íntegro em relação a Deus. Ela acredita que só deve haver integridade se houver riquezas e bênçãos – motivações – como não há, Jó deve escolher blasfemar contra Deus. A mulher de Jó não compreende que não é uma questão de escolhas e sim de decretos divinos – o eleito ao céu entende que não tem escolhas quanto aos decretos divinos e somente deve aceita-los. Aqui Jó demonstra uma lição eterna de que a fidelidade não deve ser só em tempos de fartura e de riquezas, mas em todas as circunstâncias. Paulo nos ensina algo parecido em Fp 4:13. O eleito ao céu não se deixa levar pela correnteza da maré herética, não se ilude com as influências nem com as propostas fajutas e ilusórias dos adeptos da ideia do livre arbítrio ou de quaisquer outros ventos de doutrinas. Os amigos de Jó também são adeptos dessa corrente – a ideia do livre arbítrio ¬– um deles avalia que o que Jó está passando não passa de um pecado cometido possivelmente em oculto Jó 11:14. Estas pessoas que se aproximavam de Jó com diagnósticos falsos e sem conhecimento desapertaram a ira de Deus Jó 38:1-2.
Será que na atualidade Deus também não se ira com falsos profetas que querem resolver os problemas dos outros de forma simples e com palavras sem conhecimento? Qualquer semelhança com o pano de fundo evangelical das igrejas no Brasil não é mera coincidência!
O fato é que o eleito ao céu não precisa cometer algo para sofrer, basta apenas Deus ter decretado isso. Este eleito não escolhe a Deus, Deus é quem o escolhe. O eleito ao céu não rejeita Deus sob hipótese alguma, mesmo que esteja mergulhado em um transe agudo. Não se ilude com doutrinas frouxas, além disso, é integro, anda em retidão, é temente a Deus e se afasta do mal. Enfim, evidenciam as características de seu Senhor. O eleito ao céu não perverte a graça divina como fizeram os Nicolaítas, mas se apresenta apenas como um mero mordomo de Deus no plano terreno. O outro grupo de eleitos – eleitos ao inferno – faz justamente o oposto. Há de fato uma grande confusão com a palavra livre arbítrio e é preciso que se entenda o real sentido da mesma.
Teologicamente falando, livre arbítrio é quem tem a capacidade e o poder de cometer e de não cometer pecados. Logo, como todos são pecadores e ninguém pode não pecar (Rm 3:23), logo, ninguém detém o livre arbítrio. Por sinal, esta foi a reportagem capa da revista Galileu de Abril de 2013 nº 261 que trazia o seguinte tema: “VOCÊ NÃO DECIDE – CIENTISTAS DIZEM QUE LIVRE ARBÍTRIO NÃO EXISTE. UMA PARTE DE SEU CÉREBRO FORA DE SEU CONTROLE É QUEM ESCOLHE POR VOCÊ”.
Esta parte do cérebro pende para o mal – bem como um carro desalinhado – e é esta parte quem decide por todos. Portanto, não só teologicamente, mas também cientificamente, não existe a possibilidade da existência do tão famoso e conhecido livre arbítrio. Muitos confundem o poder de tomar decisões e a livre agência que cada ser humano possui com o livre arbítrio, todavia, eles não são as mesmas coisas. É por isso que neste pequeno insight, considera-se que este tão falado livre arbítrio não passa de uma mosca branca! Ou seja, ninguém vê só se ouve falar!
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